Plicação da Taxonomia de Bloom
Por: Angélica Catarine • 13/9/2022 • Artigo • 2.578 Palavras (11 Páginas) • 105 Visualizações
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AULÃO - 10/10
APLICAÇÃO DA TAXONOMIA DE BLOOM
Material de Apoio
INTRODUÇÃO
Em meados do século XX, Bloom e outros educadores assumiram a tarefa da pela Associação Americana de Psicologia de classificar objetivos educacionais a partir de três domínios: o cognitivo, o afetivo e o psicomotor. No caso do domínio cognitivo, criaram a Taxonomia de Bloom em 1956.
Bloom observou que, mesmo dentro das mesmas condições de ensino, o aprendizado dos alunos diferenciava-se em nível de profundidade e complexidade. O modelo, portanto, contribui para os professores elaborarem objetivos e ações voltados especificamente para o nível cognitivo desejado para os alunos.
TAXONOMIA DE BLOOM
Os níveis da taxonomia de Bloom são muito conhecidos, mas ainda existe uma confusão sobre o que significa cada nível. As pessoas atêm-se aos verbos sugeridos, mas não entendem de fato o que se espera em cada nível.
Em 2001, um grupo de especialistas (psicólogos, educadores, especialistas em currículos, testes, avaliação etc.) foi supervisionado por David Krathwohl (que participou do desenvolvimento da Taxonomia original em 1956) para revisar a taxonomia. A figura a seguir, elaborada por Carneiro (2018), mostra a diferença entre a taxonomia original e a revisada.
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Vamos agora entender o que significa cada camada do domínio cognitivo dentro da versão revisada da taxonomia.
NÍVEL COGNITIVO | O QUE QUER DIZER | VERBOS UTILIZADOS |
Lembrar | Relacionado a reconhecer e reproduzir ideias e conteúdos. Reconhecer requer distinguir e selecionar uma determinada informação e reproduzir ou recordar está mais relacionado à busca por uma informação relevante memorizada. | Definindo, Reconhecendo e Reproduzindo |
Entender | Essa capacidade é observada quando o estudante consegue traduzir/identificar o conhecimento em outra linguagem. A informação é entendida quando o aprendiz consegue reproduzi-la com suas “próprias palavras” ou identificá-la em "outras palavras". | Interpretando, Exemplificando, Classificando, Resumindo, Inferindo, Comparando e Explicando. |
Aplicar | Relacionado a executar ou usar um procedimento numa situação específica e pode também abordar a aplicação de um conhecimento numa situação nova. | Executando e Implementando. |
Analisar | Capacidade de olhar para uma situação complexa e conseguir separar/identificar os elementos que a compõem e entender a inter-relação existente entre as partes. | Diferenciando, Organizando, Atribuindo e Concluindo. |
Avaliar | Olhar uma situação complexa e ser capaz de julgá-la, criticá-la, reconhecer padrões ocultos. Julgamentos baseados em critérios e padrões qualitativos e quantitativos ou de eficiência e eficácia. | Checando e Criticando. |
Criar | Significa colocar elementos junto com o objetivo de criar uma nova visão, uma nova solução, estrutura ou modelo utilizando conhecimentos e habilidades previamente adquiridos. Envolve o desenvolvimento de ideias novas e originais, produtos e métodos por meio da percepção da interdisciplinaridade e da interdependência de conceitos. | Generalizando, Planejando e Produzindo. |
APLICAÇÃO VISANDO OS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Agora que o conceito de cada um dos níveis ficou claro, vamos à aplicação mais comum da Taxonomia de Bloom: classificação dos objetivos de aprendizagem de uma disciplina ou curso (ou mesmo aulas).
A primeira coisa que devemos entender é que nem sempre todos os níveis precisam ser atingidos em suas aulas. Aulas curtas ou turmas básicas dificilmente conseguirão atingir o domínio de Avaliação e Criação, por exemplo. Portanto, é preciso determinar quais níveis cognitivos você pretende atingir naquela turma ou curso. Isso irá determinar as estratégias que irá utilizar.
Segundo, os objetivos de aprendizagem já devem ser formulados pensando no nível cognitivo necessário para seu atingimento.
Terceiro, níveis diferentes de cognição podem ser exigidos ao mesmo tempo.
Quarto, não precisa, necessariamente, passear por todos os níveis para trabalhar um nível de complexidade elevada.
PASSO 1
Para o primeiro passo, formule seus objetivos de aprendizagem utilizando uma planilha para ajudá-lo a melhor estruturar os objetivos e ter uma visão geral dos níveis que eles deverão atingir.
Como exemplo, coloquei a tabela a seguir, que foi formulada com base em uma disciplina de Negociação que leciono. Cada item das células são objetivos de aprendizagem a serem atingidos de acordo com o nível cognitivo.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM | UNIDADE 1 - LIDERANÇA | UNIDADE 2 - EQUIPES | UNIDADE 3 - GESTÃO DE CONFLITOS | UNIDADE 4 - NEGOCIAÇÃO |
Lembrar | - Reconhecer os diferentes tipos de liderança e suas consequências. | - Descrever as características de uma equipe de alto desempenho. | - Reconhecer os elementos básicos da comunicação. - Recordar os tipos possíveis de conflitos e resistências em um grupo. | - Definir os elementos fundamentais da negociação. |
Entender | - Explicar como o perfil de liderança do gestor interfere nas equipes. | - Ser capaz de comunicar os problemas de uma parte para outra. | ||
Aplicar | - Aplicar técnicas para aumento de eficiência de reuniões. | - Aplicar técnicas reconhecidas de moderação. | - Executar os passos necessários para o planejamento da negociação. | |
Analisar | - Atribuir funções adequadas a um funcionário de acordo com o seu perfil dos com o objetivo de atingir maior eficiência na negociação. | - Diferenciar elementos motivadores de resistência e conflitos individuais e de grupos.. | ||
Avaliar | - Ser capaz de julgar criticamente problemas relacionados à liderança em contextos organizacionais de múltiplas variáveis para enfrentá-los da melhor maneira. | - Criticar a procedência das resistências visando sua resolução de acordo com os objetivos das partes.. | - Julgar a situação de uma negociação enquanto ela ocorre. | |
Criar | - Planejar uma negociação maximizando os resultados possíveis. - Produzir com velocidade soluções adequadas para problemas inesperados em uma negociação. |
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