Recrutamento e seleção de pessoas
Por: Andrea maia • 12/4/2019 • Trabalho acadêmico • 4.199 Palavras (17 Páginas) • 183 Visualizações
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
1. Aspectos biológicos do envelhecimento
O envelhecimento biológico é um processo universal, natural, dinâmico, progressivo, irreversível, pertinente a cada indivíduo, pois acompanha a espécie humana por todo tempo de vida possível e culmina com a morte. Ele se desenvolve no decorrer do processo vital, em que o organismo passa por modificações morfológicas (alterações na forma do corpo) e fisiológicas (mudanças nas funções do organismo). Essas modificações trazem consequências representadas por mudanças externas (flacidez muscular, enrugamento da pele, cabelos brancos e outras) e internas, representadas pelo mau funcionamento de órgãos vitais, como: coração, fígado, rins, pulmões. Podem, também, ocorrer alterações no metabolismo basal, isto é, na energia necessária para manter as funções do organismo, tais como respiração, circulação, tono muscular, temperatura corporal e atividade glandular, entre outras.
As perdas orgânicas variam quanto ao ritmo e à intensidade, de pessoa para pessoa, diminui a capacidade de cada indivíduo na sua adaptação ao meio ambiente e favorece os processos patológicos que são as alterações dos organismos produzidas por doenças. A consequência, em um prazo maior ou menor, é conduzir a pessoa à morte natural, que pode ser pela falência geral ou parcial dos órgãos vitais ou por alterações radicais do metabolismo basal.
Apesar de o envelhecimento biológico ser um fenômeno universal, não existem, ainda, esclarecimentos para os mecanismos envolvidos em sua origem. Isso significa que até hoje permanecem dúvidas sobre como ocorrem as modificações nas funções orgânicas dos idosos, que se aprofundam à medida que a idade se torna mais avançada e causam a redução das reservas funcionais, o aumento gradativo da vulnerabilidade a doenças, culminando com a morte.
Segundo Beauvoir (1990), o declínio do organismo dos seres humanos ocorre a partir do momento em que suas chances de subsistir se reduzem. Os homens, em toda história da civilização, tomaram consciência da fatalidade das alterações no processo vital. E, desde a Antiguidade até os dias atuais, os povos procuram compreender as causas do envelhecimento dos seres. Para isso, cada povo, a seu tempo e segundo sua cultura, desenvolve experiências, observações, pesquisas que se multiplicaram no fim do século XIX e no século XX, o que dá origem a obras a esse respeito na França, na Alemanha, chegando à América a partir de 1908.
“Como nos períodos anteriores, alguns sábios esperavam ainda explicar através
de uma causa única o processo da senescência” (BEAUVOIR, 1990, p. 29).
Diversas teorias foram construídas na tentativa de explicar por que os seres humanos envelhecem. As mais discutidas são:
• a que se refere à deteriorização dos mecanismos de síntese proteica;
• a que trabalha com a hipótese do relógio biológico;
• a teoria denominada homeostase.
A primeira parte do princípio da deteriorização da produção e transformação de proteínas, realizadas pelas células do corpo, cujo processo é fundamental para manter a vitalidade orgânica do corpo. A segunda teoria – do relógio biológico – considera que as células humanas se reproduzem até determinado número e depois morrem, explicando, dessa forma, a finitude da existência humana, em determinado espaço de tempo. O tempo estimado é de 120 anos de vida, em função da capacidade reprodutiva das células do homem. Esse é o tempo limite de cada ser humano, considerando que a capacidade de vida seja, convenientemente, explorada pelo indivíduo. Essa capacidade de vida dos seres humanos, no meio urbano, se gasta em curto espaço de tempo, levando à morte por velhice em tempo médio (60 anos) pelo fato de o homem não proporcionar, ao seu organismo, as condições compatíveis com a sua própria natureza. Jordão Netto (1997, p. 38) ensina que
[...] se os seres humanos, ao longo de toda a existência possível
para a espécie, respeitassem sua própria capacidade orgânica
e mantivessem condições ambientais e um estilo de vida compatível
com a preservação da capacidade orgânica, provavelmente
atingiria a idade de 120 anos ou mais, dependendo do funcionamento
do seu “relógio biológico”.
As duas primeiras teorias se correlacionam, já a terceira teoria – “homeostase”– apresenta uma proposta mais abrangente para explicar o envelhecimento. Essa teoria compreende um conjunto de mecanismos fisiológicos que são essenciais para o corpo humano, pois têm a finalidade de regular e estabilizar o meio interno do corpo. Isso quer dizer, por exemplo, que nossa adaptação fisiológica, para suportar as variações impostas pelo esforço físico pelas alterações da temperatura, pela alimentação ingerida, para propiciar a revitalização do organismo, por meio do sono, para combater os processos infecciosos, entre outras funções, depende da eficiência dos mecanismos homeostáticos.
A importância dos mecanismos homeostáticos pode ser verificada na pessoa idosa, pois, quanto mais a idade aumenta, amplia-se a tendência de aumentar os defeitos homeostáticos do organismo e, consequentemente, aumentam os desequilíbrios fisiológicos, o que acelera o envelhecimento.
A teoria denominada homeostase tanto trabalha com os aspectos fisiológicos como com os psicológicos e sociais do envelhecimento e, por isso, tornou-se considerada como a mais abrangente para a explicação do processo, na perspectiva gerontológica, segundo a opinião de muitos estudiosos.
2. Aspectos psicológicos do envelhecimento
No transcorrer de séculos, o envelhecimento humano foi tratado com ênfase na questão biológica devido aos estudos, pesquisas e propostas terapêuticas que se restringiam à área da saúde. Assim recorriam aos serviços médicos na tentativa de retardar a velhice e, do ponto de vista de diversos autores, era uma tentativa, da parte da medicina, de negar a morte.
Essa postura contribuiu, mesmo que inconscientemente, para associar a velhice ao fim da vida, o que gerou mitos, preconceitos e estereótipos sobre o envelhecimento e o idoso.
Por conseguinte, a partir do início do século XX, o envelhecimento passou a ser estudado com amplitude, com ênfase também nas suas condicionantes sociais e psicológicas. Com isso tornou-se mais claro que o processo deve ser contextualizado nos aspectos psicológicos, além dos fatores orgânicos e fisiológicos. Então, juntamente com as modificações corporais e interagindo com elas, evidenciam-se as transformações no comportamento do ser humano, a partir das mudanças de papéis, de valores, de status, de crenças em funções de suas escolhas e adaptações individuais ao longo do seu ciclo de vida.
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