Resenha crítica - Ensaios de Sociologia (capítulo burocracia)
Por: Matheus_R4512 • 30/5/2019 • Resenha • 1.615 Palavras (7 Páginas) • 1.770 Visualizações
FACULDADE DO ESPÍRITO SANTO – FACES
Matheus Vinicius Ribeiro Moura – Administração 5º período
RESENHA CRÌTICA
WEBER, Max. Ensaios de Sociologia - Cap. Burocracia – págs. 228 á 282
Vitória, 2019
- Introdução
Karl Emil Maximilian Weber, nascido em Erfurt – Alemanha, no dia 21 de Abril de 1864, foi um dos maiores sociólogos e o criador da Sociologia da Burocracia. Imagine um cenário por volta de 1940, empresas sendo fundadas, outras organizações evoluindo, evolução do maquinário e as Teorias de Administração surgindo. Com base nessas evoluções, Weber escreveu vários livros citando as visões sobre burocracia, dentre eles um em especial (WEBER, Max. Ensaios de Sociologia – Oxford, 1946 – Cap. Burocracia – págs. 228 á 282), que será base para a resenha crítica aqui elaborada.
Segundo Weber, "A Burocracia é o único modo de organizar eficientemente um grande número de pessoas, e, assim, expande-se inevitavelmente com o crescimento econômico e político". A resenha crítica tratará da evolução da burocracia, os pensamentos de Weber e a crítica construtiva sobre o assunto.
2 – Análise critica construtiva sobre o texto
Weber inicia o capítulo VIII de seu livro (WEBER, Max. Ensaios de Sociologia – Oxford, 1946 – Cap. Burocracia – págs. 228 á 282) citando as principais características da burocracia. Segundo ele, as atividades necessárias à consumação dos objetivos da estrutura burocrática são atividades fixas, além dessas atividades também obterem status de dever perante a sociedade.
Quanto á autoridade, Weber defende que a mesma seja delimitada através de meios de coerção, ou seja, os maiores níveis hierárquicos tem pleno poder para impor ordens aos níveis mais inferiores. Weber defende que a realização das tarefas se dá através de um regulamento, na qual se prescreve as metodologias necessárias para a realização de tais tarefas.
Weber classifica determinadas formas de organização de forma mais ampla, as caracterizando como estruturas feudais. Uma característica dessa estrutura é a forma na qual o governo executa seus cargos, na qual as medidas são tomadas através de critérios de confiança pessoal, ou seja, seus empregados mais próximos são os que mais transpassam confiança aos seus subordinados (como servos, cortesãos, etc.). Nesse tipo de estrutura, não há delimitação precisa e permanente de encargos e poderes.
Sobre a hierarquia, Weber concluiu, após experiências práticas, que existem determinados princípios na qual essas estruturas seguem. Um dos princípios fundamentais é o sistema de mando e subordinação, na qual a supervisão dos atos se dá através dos postos inferiores pelos superiores. Com isso, a possibilidade de recurso se torna regulada pelos superiores, mantendo sempre a hierarquia em toda a estrutura burocrática.
A administração burocrática se baseia em documentos escritos, ou seja, um sistema de controle na qual se possa compreender de forma clara a hierarquia da estrutura, tanto quanto seu modo de atuação. Um dos documentos que mais se utiliza desse método é o quadro de funcionários, o qual se alimenta diretamente das informações contidas nos documentos da estrutura.
Weber também percebe que há uma separação entre a atividade oficial a serviço da estrutura burocrática e a esfera de estrutura privada. Essa separação se dá basicamente pela separação de bens, de capital, de espaço físico, entre outros. Outra separação se dá quando vemos as estruturas em sua ideia de caráter, segundo pensadores europeus. Nos EUA não se consegue observar a mesma diferenciação, pelo fato de que o sistema de estrutura se faz diferente do sistema europeu.
A partir da página 232, Weber começa a descrever sobre a posição do funcionário dentro da estrutura burocrática, citando seus fundamentos, atribuições e sua atuação dentro do sistema estrutural da organização burocrática.
A ocupação de um cargo burocrático é denominada de profissão. Weber comenta que o processo de admissão desses profissionais se dá através de sistemas de exames rígidos, com a qual se adquire melhores funcionários para exercer cargos na estrutura. Contudo, com a aplicação de rigorosos exames, também se é necessário uma grande demanda de treinamento com mesma intensidade de rigidez.
O funcionário na organização deve se ter uma visão de ter a natureza de dever, não somente ter a empresa como uma simples fonte de renda, mas sim como um exercício na qual se há gosto em fazê-lo. Não ver a relação com a empresa como uma troca de favores, na qual se oferta o serviço e recebe se o salário em troca, mas tê-la como uma aceitação de determinada obrigação, de uma administração fiel, para se alcançar uma existência segura na organização. Tais características fazem a diferença entre o funcionário e o contrato livre de trabalho.
Com isso, a lealdade se torna dedicada exclusivamente a fins impessoais e funcionais, tirando assim a visão de que o trabalhador é servo das autoridades, fazendo com que o mesmo tenha a visão de que ele está a serviço do objeto da estrutura burocrática a qual pertence. Com base nessa definição, verifica se que a estima social específica citada por Weber varia conforme dois fatores principais: as exigências de especialização dos serviços; e as convenções estamentais, também chamada popularmente de corporativismo.
Alguns sociólogos da época classificavam toda autoridade eleita como autoridade burocrática, contudo Weber menciona as diferenças principais entre a autoridade burocrática e a autoridade propriamente dita. Entre tais diferenças, enfatizo a de que o eleito tem uma posição autônoma em relação ao funcionário superior, pois ele não tem autonomia somente em relação ao seu chefe político, que é caracterizado como um “não burocrata”. Com isso, a definição de salários não se determina em razão do trabalho executado, mas se caracteriza pela sua posição hierárquica na organização.
Sobre as causas da burocracia, Weber comenta a partir da página 238 sobre os processos históricos de aparatos burocráticos. Nesse item, Weber aponta que, na modernidade, o desenvolvimento da economia monetária é uma importante causa da burocracia capitalista, embora esta causa não seja a única. Outra causa discutida por Weber foram as formações burocráticas nos estados egípcio e bizantino, que contribuíram para a formação mais concreta da burocracia atual.
O desenvolvimento quantitativo das tarefas administrativas da burocracia são aquelas em que ocorrem diversos processos de diferenciação social acentuados, provocando o desenvolvimento de tarefas específicas. Ou seja, o desenvolvimento da burocracia tem como consequência principal a diversificação e aumento do nível de complexidade da quantidade de atribuições, interesses e atividades numa determinada sociedade.
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