Resenha critica sobre o texto sonho rosa da mary kay.
Por: ppbh10 • 3/11/2016 • Resenha • 662 Palavras (3 Páginas) • 1.264 Visualizações
Na década de 1960, surge um novo conceito de empresa, em que sua estrutura se parece com uma entidade religiosa. Valores cristãos são exaltados, como idealização de família e Deus, mas a organização e filosofia de trabalho baseado nas praticas religiosas dão o tom de diferença desta corporação.
O formato religioso como as figuras de Deus, escrituras sagradas a serem seguidos, os ritos e a ideologia, viraram técnicas e organizações implementadas na Mary Kay Inc. Como em toda religião, o que prevalecia era a ideologia, que através de discursos produzidos pela fundadora Mary Kay Ash, vinha como uma forma diferente da relação trabalhadores e trabalho. Além disso, os produtos comercializados pela empresa eram chamados de “Produtos de Cuidados com a Pele”, ou seja, a empresa contribuía com o bem estar do corpo dos clientes, analogicamente o que a religião faz com a alma ou o espírito.
Uma fórmula foi adquirida para a produção dos elementos que seriam comercializados pela empresa. A princípio foi desencorajada pelo seu advogado e contador, mas a sua então modesta estrutura, com poucas consultoras e seu filho como organizador de finanças, transformaram numa potencia da indústria de cosméticos.
Essa estrutura inclui realização de reuniões de unidade, como um dos lemas da empresa: pessoas motivadas que motivem as outras. Músicas populares foram usadas para elaborar canções motivacionais, que são tocadas nos encontros da empresa. Algo parecido com a realização da missa em igrejas católicas, ou em cultos evangélicos. Essa prática reforça que a empresa investe no bem estar do funcionário, aplicando uma ideologia que vai além de uma simples profissão. “Mary Kay não é trabalho é um estilo de vida”, e assim são quebradas, de alguma forma, as relações de trabalho tradicionais.
A empresa é dividida em dois tipos de funcionários: os colaboradores, que trabalham diretamente para a Mary Kay, e as consultoras que efetivamente vendem os produtos. São consultoras independentes, e por isso podem fazer seu próprio horário de trabalho. Quanto mais o envolvimento com as vendas e pedidos de produto, maior o cargo assumindo entre as vendedoras. Há um nível de hierarquia dessas vendedoras, parecidos com a igreja católica ou a maçonaria.
As reuniões de unidade são verdadeiramente cultos ecumênicos. A apresentação da diretora é como se fosse o chefe da reunião (padre, pastor) e há a presença de todas as vendedoras (fiéis) e sempre algumas pessoas que vão conhecer a filosofia. Há todo um ritual de explicação dos métodos e ideologia da empresa, sucesso há mais de 50 anos. Vídeos motivacionais são apresentados para vender, mais e mais, a idéia de uma mudança de vida para as consultoras, principalmente as iniciantes. De acordo com as vendas de cada pessoa, há um reconhecimento e também uma premiação pela quantidade de pedidos realizados junto a empresa durante o mês.
As consultoras novas são iniciadas por alguma consultora já atuante, e gera uma relação “familiar” entre elas. Todas fazem parte da grande família Mary Kay. A determinação, e a quantidade de tempo empregado nesta modalidade de negócios, são quem define a elevação de graus na hierarquia da empresa. A possibilidade de uma renda extra, flexibilidade de horários e venda de produtos, em que as mulheres principalmente, usam no seu dia-a-dia, atrai muitas pessoas, em todas as partes do mundo. O conceito de Deus, família e trabalho, é bem absorvido e praticado por um grupo de mulheres que já passaram de 30 anos, que estão casadas, e não tenham ocupação.
Mesmo após mais uma década de sua morte, Mary Kay Ash é vista como um exemplo a ser seguido, ou mais, a personificação da vitória alcançada com pureza e muita prática da fé.
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