Retendo a renda
Por: Letícia Machado Miranda • 29/5/2015 • Artigo • 694 Palavras (3 Páginas) • 174 Visualizações
RETENDO A RENDA
Por Letícia Machado Miranda
A desigualdade econômica tem sido vista como um grande problema do futuro, principalmente para os países desenvolvidos. Nos últimos 5 anos, a riqueza somada dos bilionários subiu cerca de 124% e, de acordo com a Oxfam International (ONG), 70% da população mundial vive em países onde a desigualdade cresceu nos últimos 30 anos.
A respeito da economia global, a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) projetou o cenário de 2060 e nele, a diferença econômica entre os países irá diminuir, porém, a desigualdade econômica interna será mais acentuada e, de acordo com essa pesquisa, a perspectiva de crescimento econômico entre 2010 e 2060 é muito inferior se comparado ao crescimento de 1996 a 2010.
Entre 2009 e 2014 a parcela de riqueza na mão do 1% mais rico da população subiu de 44% para 48%, ou seja, quase metade da riqueza mundial está em posse de 1% da população. Segundo a Forbes, o mundo tem 1.645 bilionários e desses, quase 30% são americanos e um terço herdou pelo menos parte da riqueza, e ainda tem quem queira falar sobre meritocracia. A Oxafam sugere sete formas de começar a enfrentar o problema da desigualdade econômica, estando entre elas divisão do: peso dos impostos de forma justa, transferindo a taxação do trabalho e do consumo em direção a capital e riqueza; investir em serviços públicos livres e universais como saúde e educação e garantir redes de segurança para os mais pobres, incluindo uma garantia de renda mínima. Porém, a influência política dos mais ricos dificulta a adoção de políticas públicas que favoreçam a redução da desigualdade econômica.
Os hábitos dos ‘super ricos’ são uns dos grandes responsáveis pelo contraste econômico global, pois faz com que a renda fique basicamente toda concentrada nessa parcela da população, afinal, um bilionário não precisa economizar em seus gastos, fazendo com que por status eles só comprem as roupas mais caras, os carros mais caros e até as águas engarrafadas mais caras e que contratem apenas o melhor prestador do serviço necessitado, que faz com que os donos, acionistas e demais pessoas envolvidas na elite dessas indústrias ou serviços se mantenham também entre a parcela rica da população.
Será que uma distribuição de renda mais justa, taxação em cima de grandes fortunas, sistema de saúde, transporte e educação unificado e universal seria realmente o fim do mundo para os mais ricos? Provavelmente sim, pois o ser humano vive de status, vive para as coisas que pode comprar, das fotos das viagens caras – sim, especialmente das fotos, pois muitas vezes as pessoas perdem momentos porque precisam de likes no instagram e facebook.
Uma pesquisa feita globalmente mostra que nos países desenvolvidos as pessoas apontam a desigualdade econômica como o principal problema atual, seguido por ódio religioso e étnico e armas nucleares. As pessoas que apontam a desigualdade como o principal problema atual são, em sua maioria, pessoas que já conviveram ou tem relatos de alguém que viveu na época onde os trabalhos eram estáveis, a distribuição de renda mais justa e com uma melhor qualidade de vida. Nos Estados Unidos, por exemplo, a diferença de renda atual entre a parcela mais rica e o restante da população é a maior desde 1928, que foi o ano anterior à Grande Depressão.
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