Um estudo sobre a dinâmica de transferência do conhecimento

Um estudo sobre a dinâmica de transferência do conhecimento entre redes de parceria e empresas incubadas na cidade de Marília / SP

Autoria: Regiane Quesada Alves Lima

Resumo

Empresas incubadas tem se tornado um campo promissor para a  inovação em nosso país.  Este modelo de negócio, embora antigo recentemente tem se tornado mais frequente com incentivos governamentais tais como a lei da inovação e programas de subvenção econômica. A gestão do conhecimento e sua transferência  especialmente a transferência tornam-se importante fator de vantagem competitiva para tais tipos de empresas. O presente artigo tem como objetivo

investigar como empresas incubadas da cidade de Marília no Estado de São Paulo transferem conhecimento na rede de parceria em que estão envolvidas buscando identificar aspectos promissores e que merecem atenção detalhada neste campo de estudo.

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INTRODUÇÃO

O conhecimento vem sendo abordado como um dos principais ativos ou recurso para a geração de riquezas e bem-estar social. Transformar conhecimento em riqueza e desenvolvimento social está associado à ação e interação entre alguns agentes institucionais que são altamente relevantes neste processo como governos, universidade e empresas (BRITO CRUZ, 1999).

        O surgimento de duas leis recentes que dedicam atenção direta às questões de inovação e procuram estimular a expansão dessas atividades no país contribuíram para o surgimento de mais empresas incubadas e fortalecimento  da rede de parceria na qual as mesmas estão envolvidas. São elas a Lei da Inovação nº 10.973, de dezembro de 2004 e a Lei do Bem, nº 11.196, de novembro de 2005.

A Lei de Inovação trata do estímulo à construção de ambientes especializados e cooperativos de inovação, sendo que uma grande contribuição diz respeito ao mecanismo que permite o repasse de recursos públicos para projetos de inovação das empresas. Desta forma, a responsabilidade pela gestão e prestação de contas destes recursos é das próprias empresas (CORAL, OGLIARI, ABREU, 2007, p. 208)

A “ Lei do Bem” menos conhecida também estabelece uma série de incentivos às empresas. Neste caso, os incentivos fiscais as empresas que desenvolverem projetos de inovação tecnológica, importante fator  ser desenvolvido se empresas incubadas quiserem adquirir vantagem competitiva.

Desta forma, redes de parceria  bem estabelecidas onde o conhecimento seja tratado como recurso chave  se tornam importantes para tornar empresas incubadas mais competitivas  no atual cenário brasileiro (GRANT, 1997).

Com este artigo visa-se compreender a dinâmica de transferência do conhecimento entre empresas incubadas e as redes de parceria na cidade na cidade de Marília. (CORAL,OGLIARI, ABREU, 2007).

Como objetivos específicos de estudo, estão envolvidos a identificação das redes de parceria (conhecimento e suporte) envolvendo o conjunto de instituições, universidade, profissionais, órgãos públicos e organizações privadas que prestaram auxílio especialmente no desenvolvimento do plano de negócios visando a obtenção de recursos financeiros do programa PRIME (Primeira Empresa Inovadora) no ano de 2009 e os benefícios derivados atualmente pelas empresas incubadas.

Em adição, busca-se identificar o processo de transferência de conhecimento entre as redes de parceria (suporte e conhecimento) e as empresas incubadas. Visa-se também identificar se houve ocorrência de barreiras na transferência do conhecimento, especialmente com respeito a ambiguidade causal e as barreiras da fonte (SZULANSKI 1996 E SIMONIN 1999) no contexto estudado visando a identificação de aspectos promissores e aqueles que merecem atenção mais detalhada neste campo de estudo.

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NTENDENDO O CONHECIMENTO

        

Conhecimento, segundo Nonaka, Toyama e Konno (2000) é criado em interações sociais, dependendo de um contexto específico em tempo e espaço.Se não estiver no contexto, o conhecimento deixa de ser dinâmico e passa a ser somente informação. Desta forma,a  informação para tornar-se conhecimento depende de ser interpretado por indivíduos em determinado contexto e ancorado em crenças e comprometimento dos indivíduos.

Davenport e Marchand (1999) também apóiam este conceito ao abordar que o conhecimento novo para a firma deve ser conseguido internamente ou adquirido de fontes externas.

        Outra importante definição que encontramos sobre conhecimento no ambiente organizacional é a seguinte:

O conhecimento organizacional é uma propriedade coletiva da rede de processos de uso da informação, por meio dos quais os membros da organização criam significados comuns, descobrem novos conhecimentos e se comprometem com certos cursos de ação. O conhecimento organizacional emerge quando os três processos de uso da informação – criação de significado, construção de conhecimento e tomada de decisões – se integram num ciclo contínuo de interpretação, aprendizado e ação. (CHOO, 2003 p.420)

Segundo Nonaka e Takeuchi (1997) há dois tipos de conhecimento: o tácito e o explícito.

O conhecimento explícito  pode ser descrito como algo que pode ser incorporado em uma linguagem ou código e desta forma pode ser verbalizado, comunicado, processado e discutido . Ele é público e pode ser encontrado no formato de manuais, formulários científicos, etc.

O conhecimento tácito sendo mais difícil de ser formalizado  é incorporado em ação, procedimentos, valores e emoções. É um processo dinâmico, sendo uma forma não convencional de conhecimento.