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Universidade Federal Fluminense(UFF)

Por:   •  17/2/2019  •  Trabalho acadêmico  •  3.029 Palavras (13 Páginas)  •  365 Visualizações

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Universidade Federal Fluminense(UFF)

Curso de Administração Pública

Disciplina: Filosofia e Ética

Aluno: Reginaldo Pereira Terra

Mat.: 18213110308

Questões

  1. Explique o Paradoxo da Política segundo o capítulo 7 e relacione (citando um exemplo) com alguma manifestação popular brasileira contemporânea:

A política é cheia de paradoxos, ao mesmo tempo que se fala: “Lugar de estudante é na sala de aula e não na rua, fazendo passeata”, ouvimos também: “Os estudantes estão alienados, não se interessam por politica”. Isso faz o nosso dia a dia e nos mostra as diferentes interpretações para o que é política e como ela pode interferir na vida da sociedade. No primeiro caso acima, se considera que a política tem que ser exercida pelos “políticos profissionais” que são aqueles que vivem o universo das entidades públicas, que são eleitos para cargos, e que trabalham diretamente com essas ferramentas; já no segundo caso, já falamos que temos que estar mais inseridos na política, conhecendo os problemas da sociedade e interferindo diretamente nas decisões dos “políticos profissionais” , já que essas decisões interferem inteiramente em nossas vidas, na sociedade como um todo. Ainda temos a palavra política com uma outra acepção, aquele que é usado para ilustrar os atos e regras de entidades publicas ou particulares, como exemplo: “politica universitária”, “política da escola”, “política do hospital”, “política da empresa”, “politica sindical”.

Afinal, política diz respeito a tudo quanto envolva afinidades de poder ou a tudo quanto envolva organização e administração de grupos? Na verdade, a política se divide em três entendimentos.

O primeiro corresponde a forma administrativa do poder público, onde apesar de semelhanças, mostra-se a diferença entre Estado e Governo.  O primeiro é formado por um conjunto de instituições permanentes que permitem a ação dos governos, já o governo, diz respeito a programas e projetos que uma parte da sociedade propõe para o todo que a compõe.

A política, neste primeiro sentido, refere-se, portanto, à ação dos governantes que detêm a autoridade para dirigir a coletividade organizada em Estado, bem como às ações da coletividade em apoio ou contrárias à autoridade governamental e mesmo à forma do Estado;

No segundo sentido, estão os profissionais da política e suas organizações, são os políticos e seus partidos que, apesar de dependerem do voto das maiorias, sua política segue suas vontades pessoais ou de suas lideranças partidárias.

O terceiro entendimento é o mais negativo, unido as negociações, acordos que não estão ligados aos anseios da grande maioria da sociedade, pois os métodos são obtidos por meios ilícitos ou ilegítimos. Esta terceira definição é a mais coerente para o senso comum social e, resulta numa visão pejorativa da política. Atualmente, as descobertas pela mídia e pela polícia de grandes operações financeiras e políticas onde foram mostrados para a nação como são os bastidores dessas negociatas, trouxeram mais descontentamento e descrédito a esse tipo de política, trazendo ao senso comum uma necessidade de mudanças.

Onde está o paradoxo? Está na diferença do primeiro sentido para o terceiro. Quando no primeiro a política é necessária, pois vive-se em uma sociedade de regras e leis, que tem que ser cumpridas, e no terceiro sentido, onde percebe-se que, a política se afasta de nosso alcance, que as vezes as leis são criadas não para beneficiar o coletivo, e sim pequenos grupos com interesses pessoais e de minorias.

Um exemplo que pode ilustrar bem o paradoxo político, é a prisão do ex- presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, onde mesmo saindo de seu mandato com 83% de aprovação, hoje está preso em uma cela em Curitiba, no desenrolar de umas das fases da operação Lava Jato. Hoje ele  divide o país entre os que o apoiam e  aprovam a despeito de qualquer coisa e, aqueles que o desaprovam também a despeito de tudo.

Justamente por conta dessa natureza emocional e da capacidade de dividir opiniões, o veredito de Moro (Juiz responsável pela Operação Lava Jato) é carregado de paradoxos: como marco, significa exatamente o quê? O fim de uma era, em que Lula ocupou o centro da política o ocaso do discurso moral do PT, a emergência de um novo Brasil ''onde os poderosos vão para a cadeia'' (haveria ainda tantos poderosos soltos por aí), ou a consolidação de juízes e promotores como agentes centrais no processo político nacional? Difícil saber, provavelmente só o tempo e a história dirão.

  1. O que significa ser cidadão e como isso inventou a política?

Ser cidadão na Grécia, significa fazer parte da Polis, ser atuante, ativo na política, maior de idade, ser do sexo masculino, livres e independentes. Eles tinham isonomia (igualdade perante a lei) e isegoria (o direito de expor e discutir em público opiniões sobre ações que a cidade deve ou não deve realizar). Os cidadãos gregos criaram a política, pois partiu deles a criação  dos espaços públicos ou políticos, a assembleia grega, nos quais dentro de suas igualdades e poder de discursão, debatiam seus conceitos e seus interesses, deliberavam em conjunto e decidiam por meio do voto, podendo também, por meio deste voto, revogar uma decisão tomada,  sendo esse o fundamental princípio da política. Quem nascesse em uma demos ou tribus, independentemente de sua situação econômica, tinha assegurado o direito de participar das decisões da cidade. Os gregos visando a isonomia, separaram a autoridade patriarcal e patrimonial e o poder impessoal público, pertencente a coletividade, onde o poder deixou de ser hereditário e passou a ser preenchido por votação, em eleições entre os cidadãos que assumiam os postos no governo. Assim, a autoridade militar passou a ser subordinada ao poder civil, não significando que em alguns casos, como em Esparta e Roma, o poder político não fosse um poder militar, mas sim, que todas as inserções militares, antes de acontecer, deveriam ser estudadas, debatidas e aprovadas pela autoridade política e só depois realizadas, os chefes militares passaram a ser eleitos em assembleias feitas periodicamente pelos cidadãos. Separaram autoridade mágico-religiosa e poder temporal laico, impedindo a divinização dos governantes. Isso não significa que o poder político deixasse de ter laços com a autoridade religiosa – os oráculos, na Grécia, e os augúrios, em Roma, eram respeitados firmemente pelo poder político. Significa, porém, que os dirigentes desejavam a aprovação e a proteção dos deuses, sem que isso implicasse a divinização dos governantes e a submissão da política à autoridade sacerdotal; retiraram dos indivíduos o direito de fazer justiça com as próprias mãos e de vingar por si mesmos uma ofensa ou um crime. O monopólio da força, da vingança e da violência passou para o Estado, sob a lei e o direito; criaram instituições públicas para aplicação das leis e garantia dos direitos, isto é, os tribunais e os magistrados; criaram instituições para gerir o erário público, ou do fundo público, assim impedindo que a concentração destas riquezas ficassem nas mãos dos dirigentes.

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