Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Universidade Federal Fluminense

Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Universidade Federal Fluminense

Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ

Disciplina: Literatura Brasileira I

Coordenador: Prof. Dr. André Dias

AD 1 – 2021. 1

Aluno(a): Estevan Franco Magalhães Raya de Oliveira

Polo: Nova Iguaçu Matrícula: 18213120075

Nota: _______________

1.

Senso comum e conceito são dois panoramas sobre o entendimento humano do real. O primeiro parte de pressupostos mais generalizantes, formados pela sociedade através da História, dependentes do pensamento coletivo, informalmente concebidos e sem validação ou questionamentos por parte da comunidade como um todo.

Para o filósofo Hans-Georg Gadamer, os conhecimentos, os valores e as visões que utilizamos estão situados dentro de tradições comuns, enraizados comunitariamente, das quais induzimos nossa produção de ideias e pensamentos. Ou seja, o senso comum nos direciona a uma dinâmica entre convicções concebidas e herdadas pela sociedade através do tempo e a um presente ininterruptamente formado em que analisamos e criticamos o conhecimento humano. De acordo com Boaventura de Sousa Santos, podemos chamar de senso comum o conhecimento vulgar e prático que nos orienta cotidianamente

Dentro desse contexto, o conceito aparece como resultado de um esforço que produz ideias, valores e conhecimentos partindo de uma perspectiva formal, objetiva, institucionalizada e metódica para compreender a realidade e questionar o próprio senso comum, por exemplo. Enquanto o que apreendemos do senso comum não possui um guia intencional, para o conceito é importante tanto o produto quanto a produção. Ele surge do trabalho do que se quer qualificar, classificar e entender, ou seja, a partir de um “objeto” incessantemente explorado emerge o que sabemos sobre algo.

Embora o conceito passe a ideia de algo especializado e restrito frente ao que compreendemos sobre o senso comum, ele possui potenciais generalizantes que podem abarcar um conjunto ou conjuntos amplos para determinar objetos mais específicos.

2.

Precisamos entender a literatura como um conceito estabelecido e desenvolvido através do tempo, levantado através de hipóteses já enunciadas socialmente, que ajudaram a emergir um conhecimento mais especializado e sólido sobre o que vem a ser literário. O conceito de literatura não surgiu em um vislumbre de valorizar textos e conjuntos de obras como partícipes de um projeto qualquer. Ao longo dos séculos, termos, palavras, ideias, argumentos e pressupostos foram propostos e aceitos socialmente a partir de métodos criteriosos que levaram a um conceito largamente usado e ressignificado de acordo com o desenvolvimento da humanidade.

Antes do trabalho conceitual, o senso comum já possuía ideias, especulações e apontamentos sobre o que viria a ser literatura, produzindo enunciados, mesmo generalizantes, que nos ajudam a qualificar o “objeto” em questão. Nossa referência para a criação de conceitos vem desse horizonte preexistente e dinâmico que ilumina o caminho percorrido através desses conhecimentos informais e não embasados pela metodologia conceitual, que são tão culturalmente enraizados a ponto de nos induzir ao que iremos pensar sobre o que foi o que virá a ser esse conceito.