Vantagens econômicas em tecnologia e inovações em processos para um microempresa
Por: Fernando Lisboa • 11/3/2017 • Monografia • 6.967 Palavras (28 Páginas) • 329 Visualizações
1 - INTRODUÇÃO
Este trabalho de conclusão de curso em Administração teve como objetivo apresentar um projeto para o uso do sistema de BFT (Bomba Funcionando como Turbina) para a Fricorumbê – Frigorífico Corumbê Ltda., uma pequena fábrica de gelo situada na cidade de Paraty, na Costa verde do Estado do Rio de Janeiro, demonstrando as vantagens competitivas e econômicas para a empresa.
No caso específico, o insumo de maior peso para a fábrica na produção do gelo é o consumo de energia elétrica. A redução ou eliminação desse custo, sem grande dispêndio de recursos, além de representar uma enorme vantagem frente aos concorrentes da região, diminuirá ou até eliminará a dependência da empresa no uso da energia elétrica fornecida pela concessionária de energia local, a qual ainda apresenta significativos problemas no fornecimento, problemas estes que ocasionam perdas na produção e danos ao maquinário.
O trabalho aborda também a sua viabilidade e o tempo médio de retorno do investimento, além das concessões e possíveis desafios na sua implantação.
Este artigo se baseia em estudos sobre o uso do BFT realizados por Viana (1987; 2006), além dos trabalhos realizados por Westin (2007), Ferreira (2007), Ottoni (1996; 2004) e Stano (2011) em relação a meio ambiente e concessões.
Para a demonstração da viabilidade do projeto foram utilizados como base estudos realizados por Gitman (1997; 2001), Brealey (1995), Ross (1995),Van Horne (1979) e Samanez (1995).
O trabalho está dividido em cinco capítulos. No capítulo 1 é feita a introdução propriamente dita e no segundo discorre-se sobre a teoria referenciada; já no capítulo 3 é abordada a situação atual da empresa, seu funcionamento, equipamentos o consumo de energia. Já no quarto capítulo é explicado o funcionamento de uma BFT, suas vantagens, as necessidades para a implementação do sistema de BFT para a empresa, tais como equipamentos e custos. É apresentada também a viabilidade do projeto, abordando as possíveis modalidades de empréstimo e com base nela são demonstrados o valor presente líquido, o payback e a taxa interna de retorno que é comparada com outros tipos de investimentos. Ainda neste capítulo são explicadas as necessidades de concessões e possíveis desafios no projeto. O trabalho é concluído no quinto capítulo.
2 - REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 - MEIO AMBIENTE
A sociedade atual é altamente dependente ao uso de recursos energéticos não renováveis, cujas reservas diminuem de forma sistemática à medida que aumentam as necessidades energéticas. Atualmente, segundo o Ministério de Minas e Energia (2003), a participação de fontes renováveis no mundo é de apenas 14% do total de energia consumida. O restante é obtido de combustíveis fósseis.
A grande dependência de recursos não renováveis cria uma situação frágil para a economia como um todo. É sempre aconselhável buscar novos modelos de desenvolvimento econômico com tendências à auto-sustentabilidade, prolongando a vida de recursos não renováveis e dando tempo para se desenvolver novas fontes de energia, sejam elas renováveis ou não. (EICK, 2010).
O desmatamento predatório nas margens dos rios influi diretamente nas cheias ocasionais, mesmo que o desmatamento em geral não provoque aumento ou redução das chuvas; o terreno coberto de vegetação retarda a chegada da água na calha do rio. Sem as árvores, a água chega mais rapidamente à calha do rio, acumulando-se e aumentando o pique de cheia. Outra consequência negativa do terreno sem vegetação é que a erosão e o carreamento de solos férteis são muito maiores que nos terrenos com vegetação (SUASSUNA, 1999).
Segundo Ferreira (2007) a hidroeletricidade produzida a partir de centrais de baixa queda é ainda um tipo de energia mais barata e menos agressiva ambientalmente do que outras como a energia nuclear, a do petróleo ou a do carvão.
Existem várias vantagens, em termos ambientais, das Micros Centrais Hidrelétricas, como a não formação de grandes reservatórios (evitando o alagamento de áreas produtivas ou de mata nativa), o impacto ocasionado pela instalação das estruturas, como canais, condutos e casa de força, além de ser extremamente localizado, dispensando, muitas vezes, o desmatamento. Quando este é necessário, ocorre em proporções reduzidas, podendo ser facilmente compensado pelo plantio de outras árvores em locais adjacentes. (MEDEIROS, 2004).
Uma Pequena Central Hidrelétrica normalmente opera a fio d’água, ou seja, são próximas à superfície da água e utilizam turbinas que aproveitam a velocidade do rio para gerar energia. Esse tipo de usina reduz as áreas de alagamentos e não formam reservatórios, dessa forma resulta em um menor impacto ambiental. (EICK, 2010).
2.2 - BACIA HIDROGRÁFICA
O Brasil possui uma das maiores redes hidrográficas aproveitáveis do mundo. Devido a este potencial hidroenergético natural, o país tem na energia hidráulica a sua principal fonte de geração elétrica. (WESTIN, 2007).
A bacia hidrográfica é drenada por um rio principal e seus afluentes nela existem disponibilidades hídricas próprias que são renováveis sazonalmente graças ao ciclo hidrológico. Abaixo do solo superficial da bacia encontra-se o lençol freático que é responsável pela manutenção da água do rio nos períodos de estiagem e chuvoso ao longo do ano, caracterizando assim a bacia hidro geológica do rio. Na bacia hidrográfica os fenômenos da natureza obedecem às leis de causa/efeito, sendo regida por atuações de ação e reação da sua dinâmica natural. (OTTONI, 2004).
O ciclo hidrológico da bacia é caracterizado pelo percurso que a água realiza, em seus diversos estados físicos e ao longo do ano, nos seus ecossistemas formados pelas coberturas florísticas, atmosfera, superfície do solo e subsolo. No processo do ciclo hidrológico, a água bruta (chuvas) que chega na bacia natural florestada é modelada ou processada dentro destes ecossistemas, trazendo como resultado as disponibilidades hídricas (água útil) do lençol aquífero e do rio. O ciclo da água na bacia será função do seu regime de chuvas, e das características próprias dos ecossistema-atmosfera, coberturas florísticas, solo superficial e subsolo. (OTTONI, 2004).
2.3 - MANEJO HÍDRICO
O manejo hídrico em áreas degradadas da bacia principal se inicia por intervenções nas sub bacias localizadas nas regiões mais elevadas, cujo terreno apresenta maior inclinação, assim o escoamento superficial, em casos de chuva, apresenta maior energia, e portanto o fluxo da água precipitada sobre a bacia é mais concentrado. Para o manejo hídrico são realizados levantamentos da topografia, do regime de infiltração da água do solo, o posicionamento do lençol freático, assim como dos sedimentos da calha do rio, e da qualidade da água. O termo manejo hídrico espacial justifica-se pois as intervenções são implantadas de forma espacial nos espaços físicos da bacia, de acordo com as características do relevo, infiltração, e da rede de drenagem. Procurando assim imitar os fenômenos que as florestas realizam em uma bacia natural, tendo em vista reduzir o escoamento superficial e aumentar a infiltração da água, por consequência da retenção das mesmas nas intervenções. (OTTONI, 2004).
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