A Arte na Guerra
Por: Cátia Suely Da Hora Fernandes • 16/4/2015 • Trabalho acadêmico • 2.340 Palavras (10 Páginas) • 221 Visualizações
RESUMO DA OBRA: A arte da Guerra . Capítulo I - Estimativas ou Cálculos. A guerra é um assunto de vida ou morte para um Estado, deve então ser seriamente estudada.Cinco fatores são fundamentais:1) A moral: um soberano deve ter a confiança de seu povo para conseguir levá-lo à guerra e arriscar suas vidas.2) O clima: compreensão e bom uso das estações do ano.3) O terreno: as condições físicas da geografia local, o cálculo das distâncias.4) O comando: as cinco qualidades básicas de um general, a saber, a coragem, o rigor, a sabedoria, a sinceridade e a humanidade.5) A Doutrina: tudo que concerne à manutenção e administração das tropas.O conhecimento desses cinco fatores possibilitará a previsão de que lado vencerá. Aquele que melhor souber usá-los poderá criar situações que o levem à vitória.Sete cálculos respondem sobre a vitória. 1) Quem pode unir povo e exército?2) Quem tem um melhor comandante?3) Quem tem vantagem sobre o terreno e o clima?4) Quem pode garantir mais ordem e disciplina?5) Quem tem um exército superior?6) Quem tem homens mais treinados?7) Quem tem um sistema mais justo de recompensa e punição?Com muitos cálculos pode-se vencer, com poucos não. Mas sem eles as chances são nulas.Toda guerra baseia-se no ardil, um bom comandante sempre dissimulará as suas reais condições com o intuito de ludibriar o inimigo e criar as condições de vitória.Capítulo II - A Condução da Guerra ou PlanejamentoOs custos de uma guerra são muito elevados para qualquer Estado, a manutenção das tropas por longos períodos de tempo leva um reino à ruína. Assim, a chave da guerra está na vitória e não na sua prolongação.Capítulo III - Estratégia OfensivaNa guerra, o objetivo é tomar o Estado intacto. A habilidade consiste em derrotar o inimigo sem lutar.Portanto deve-se primeiro atacar a estratégia do inimigo; em seguida deve-se romper as alianças dele; o melhor passo seguinte é atacar seus exércitos.A pior atitude é cercar uma cidade, pois isso consome recursos e tempo. Aquele que consegue tomar o império intacto, não cansa suas tropas e domina a arte da estratégia ofensiva.No uso das tropas assim é que se deve proceder:a) Quando suas tropas estiverem na proporção de dez para um em relação ao inimigo, cerca-o.b) Quando tiver cinco para um, ataca-o.c) Se a força dele é o dobro da sua, divide-o.d) Se sua força for numericamente mais fraca, certifique-se da possibilidade de retirada.e) Havendo equilíbrio de forças, vá à combate. Prevalecendo a igualdade, tente enganá-lo.O comando das tropas cabe exclusivamente ao general, existem três modos de um governante atrapalhar seu exército:a) Quando não sabe quando atacar ou recuar e interfere nas ordens do general.b) Quando ignora os assuntos militares e se intromete na administração dos exércitos.c)Quando participa do exercício da responsabilidade, dividindo a cadeia de comando e confundindo os oficiais.Existem, assim, cinco modos de ganhar:a) Saber quando combater ou não. b) Saber utilizar a força máxima de um exército, numeroso ou não. c) Possuir tropas firmes no apoio ao seu comandante. d) Ser prudente e aguardar uma imprudência do inimigo. e) Possui generais hábeis e independentes.Estas cinco matérias, garantem a vitória, pois aquele que conhece a si e ao inimigo, será invencível; aquele que conhece a si mas desconhece o inimigo terá chances iguais de vitória e derrota; aquele que desconhece a si e ao inimigo, corre risco constante.Capítulo IV - Disposições ou O Poder da DefesaOs homens letrados na guerra podem fazerem-se invencíveis, mas não podem ter certeza da vulnerabilidade do inimigo. Assim, é possível saber vencer, mas não se garante conseguir vencer.A invencibilidade reside na defesa; a possibilidade de vitória, no ataque. Aquele que está em inferioridade de forças, defende-se; aquele que é superior, ataca.Quem domina os elementos da arte da guerra, não será aclamado por suas vitórias no campo de batalha, pois vence sem cometer erros, combate um inimigo já derrotado. Isso o vulgo não compreende, nem valoriza. O perito se torna primeiro invencível e espera a falha do inimigo.Os elementos da arte da guerra são:1) A medida do espaço: possibilita o cálculo dos custos.2) O cálculo dos custos: garante as estimativas de forças.3) As estimativas: levam à comparação das forças.4) As comparações dos números, possibilitam o cálculo das probabilidades de vitória.5) As probalilidades de vitória. Assim um exército luta como a água que corre do desfiladeiro.Capítulo V - Energia ou FormaçãoDirigir muitos é o mesmo que dirigir poucos, é uma questão de organização.Do mesmo modo, comandar muitos é o mesmo que comandar poucos, é uma questão de comunicação.Numa guerra, os exércitos se valem de ataques diretos e indiretos (ataques-surpresa). Mesmo só existindo esses dois tipos, suas combinações são infinitas. Aquele que bem souber usá-los e neutralizá-los será imprevisível como o céu e a terra e inexaurível como os grandes rios.O exército que se mantém em prontidão, será mortífero ao desferir o golpe. O general que for habilidoso extrairá a vitória da situação, aproveitando o potencial de seus homens, mas jamais atribuirá o fardo da vitória unicamente a eles. Utiliza seus homens como quem rola pedras e paus da ribanceira.Capítulo VI - Pontos Fortes e FracosO bom general deve ocupar o campo de batalha antes do inimigo. Aquele que primeiro toma a iniciativa leva vantagem. Atraia o inimigo para onde deseja que ele vá. Faça ameaças para que ele não chegue onde deseja ir.Se o opositor estiver tranqüilo, agite-o; se alimentado, faça-o passar fome; se imóvel, faça-o mover-se. Esgote-o, depois confunda-o. Enquanto o inimigo divide-se, devemos nos concentrar.Quem tem poucos prepara-se para o inimigo; quem tem muitos, força o inimigo a prepara-se contra ele.O exército é como a água, ataca os fracos e evita os poderosos. Molda-se a situação do inimigo como a água ao terreno. Assim como a água não tem forma constante, também a guerra comporta-se desta maneira.Capítulo VII - ManobraQuando tropas se movimentam, devem tornar o caminho tortuoso no mais direto. Deve-se tomar uma rota indireta e lançar uma isca para o inimigo. Assim é possível sair depois e chegar primeiro ao campo de batalha. Mas deve-se ter em mente que tanto a vantagem quanto o perigo são inerentes à manobra.Tropas que se movimentam com todos seus equipamentos e provisões são lentas. Se partir e deixar para trás suas provisões, andará mais rápido, mas poderá perder sua bagagem. Tropas que movem-se rapidamente, sem suas bagagens e sem descanso, chegarão mais rapidamente, porém se desorganizarão. Os mais fortes deixarão os mais fracos para trás e somente um décimo das tropas chegará ao campo de batalha. Não se vence uma batalha onde se entrou rapidamente. Um exército sem provisões se esgota.Aquele que conduz o exército deve conhecer as condições das montanhas, dos desfiladeiros, das florestas, dos pântanos e dos brejos para ter sucesso. Aquele que não usa guias locais não terá acesso às vantagens do terreno.Na velocidade, sê rápido como o vento. Na quietude, silencioso como a floresta. Na agressão, feroz como o fogo. Na defesa, incólume como a montanha. Ao esconder-se, sê como as nuvens negras; ao atacar, como um raio. Capítulo VIII - As Nove VariáveisNão acampe em terrenos baixos.Não ignore a diplomacia em terreno aberto (comunicante).Não permaneça em terreno desolado.Em terreno fechado, planeje uma fuga.Em situação desesperada, lute até a morte.Há estradas que não devem ser seguidas.Há momentos em que não se deve capturar o inimigo.Há cidades que não devem ser atacadas, territórios que não devem ser disputados.Há ocasiões em que as ordens do comandante não devem ser seguidas.Mesmo aquele que conhece o terreno, fracassará se não conhecer as nove variáveis. Sempre deve levar em contra os fatores favoráveis e desfavoráveis.Na guerra, não se deve esperar que o inimigo venha, mas estar pronto quando ele chegar. Não presumir que ele atacará, mas tornar-se invencível antes.Existem cinco fraquezas que devem ser evitadas num comandante. Quando é descuidado, é fácil matá-lo. Quando é covarde, é fácil capturá-lo. Quando é irascível, é fácil provocá-lo. Quando é honrado, é fácil insultá-lo. Quando é benevolente, é fácil preocupá-lo.Capítulo IX - Marchas ou MobilizaçãoAo posicionar tropas fique longe das montanhas e perto dos vales. Ocupe a parte mais alta do terreno. Nunca lute montanha acima. Essa é a estratégia para regiões montanhosas.Ao atravessar um rio, distancia-se da margem rapidamente. Nunca ataque quando o inimigo estiver atravessando o rio, espere que metade de suas tropas tenha atravessado para atacar. Não espere o adversário perto da margem, busque o terreno próximo mais elevado. Essa é a estratégia para regiões de rios.Num terreno pantanoso, atravesse-o rapidamente. Ao encontrar o inimigo, estejas perto da grama e com a floresta às costas. Essa é a estratégia para o pântano.Num terreno plano, posicione sua retaguarda e o flanco direito no terreno mais alto. Essa é a estratégia para regiões planas. Eis os quatro tipos de guerra.Quando os emissários são humildes, mas os preparativos continuam, o inimigo avançará. Quando as tropas mostram-se apressadas e o emissário é arrogante, o inimigo se retirará. Quando os emissários são bajuladores, deseja-se uma pausa. Se, sem alguma razão, pedem trégua, é porque planejam algo.Capítulo X - TerrenoHá os seguintes tipos de terreno:O terreno fácil é uma área acessível para você e para seu inimigo. Aquele que ocupar sua parte mais alta e guardar a via de abastecimento levará vantagem.O terreno difícil é área que é fácil de entrar e difícil de sair, é simples atacar tropas que não estão preparadas neste terreno. Aquele que bloquear o caminho de saída terá vantagem.O terreno neutro é aquele em que é complexo tanto para você como para o opositor lançarem a ofensiva. Deve-se bater em retirada neste terreno e esperar que o inimigo o persiga para se poder atacá-lo.O terreno estreito nunca deve ser atacado se já se tiver armado sua defesa, mas se não estiver pronta é possível atacá-lo.No terreno íngreme deve-se ocupar a parte mais alta primeiro e aguardar o inimigo.Em terreno distante é difícil tomar a iniciativa de combate para ambos os lados.Estes seis tipos de terreno devem ser estudados e compreendidos por todos.Existem erros de comando que podem desestabilizar um exército:Uma força equilibrada porá uma força dividida em fuga.Soldados bem treinados comandados por oficiais fracos geram insubordinação.Chefes rigorosos e soldados fracos geram o colapso no exército.Soldados vingativos e desobedientes levam o exército à destruição.Quando os soldados não tem disciplina e as ordens não são claras surge a desorganização no exército.Quando o comandante é incapaz de avaliar o inimigo e o enfrenta em desigualdade, o resultado será a debandada das forças.Essas seis causas de derrota devem ser estudadas e o comandante deve ser responsabilizado.O bom general é a principal jóia do estado. Pois ele sabe considerar esses fatores.Capítulo XI- As Nove Variedades de Terreno ou As Nove Situações ClássicasQuando se luta dentro do próprio território, esta é uma situação cômoda. Não ataque antes que o inimigo tiver penetrado bastante em seu território.Quando se luta em território inimigo mas não se avançou bastante, esta é uma situação simples. Nesta situação, nunca pare de avançar.Um terreno de ocupação vantajosa tanto para mim como para o inimigo está numa situação crítica. Deve-se sempre avançar primeiro e nunca atacar se o inimigo estiver na vantagem.Um terreno acessível para ambos estará numa situação aberta. Nele também é melhor avançar primeiro e fortalecer as defesas e comunicações.Um terreno que oferece fronteira com vários Estados encontra-se numa situação de controle. Nele deve-se usar da diplomacia para fortalecer os vínculos com os estados vizinhos.Quando se luta bem no interior do estado inimigo e se deixou para trás muitas cidades inimigas esta é uma situação séria. Certifique-se que não faltará provisões.Lutar em terreno pantanoso, de altas florestas ou de desfiladeiros, está-se numa situação perigosa. É mister nunca permanecer mais do que o necessário.Lutar em terreno de acesso estreito e saída distante caracteriza uma situação difícil. Planeje como sair de uma armadilha.Um terreno onde a única chance está na batalha, cria uma situação desesperada. A única saída é lutar até a morte.Aquele que tem uma boa estratégia ataca por todos os lados.Evita a comunicação entre as tropas inimigas, confude-as. Ataque quando for favorável. Se atacado por inimigo superior, descubra que ponto ele visa e ocupa-o com todas as suas forças. Ele cederá.Aproveite-se do despreparo do inimigo, mova-se em direções inesperadas e ataque locais desprotegidos.Lembre-se, na guerra a velocidade é crucial.O bom líder militar comanda um milhão de homens como se comandasse um só.E num campo de batalha dispõe as tropas de modo a não haver outra saída senão lutar pela própria vida.Atraia o inimigo sendo tímido como uma donzela. Depois ataque-o rapidamente como uma lebre.Capítulo XII- Ataques com FogoHá cinco métodos para ataques com fogo. O primeiro é atear fogo nas tropas inimigas. Depois, em suas provisões. Em terceiro, queimar seus transportes. Quarto, seu arsenal e por último suas vias de abastecimento. Em uma guerra só os interesses do Estado contam. Um governante não deve declarar guerra por estar encolerizado. Um general não pode ir à guerra por estar ressentido. Pois um homem zangado pode tornar-se feliz. Um homem pesaroso pode ficar satisfeito. Mas um país destruído não pode ser recuperado. Um homem morto não pode reviver.Capítulo XIII - O Serviço Secreto ou O Emprego de Agentes SecretosConsiderando os custos que a guerra traz e o tempo que ela consome, é imprudência recusar-se a comprar informações sobre o opositor.É impossível vencer sem ter informações prévias do inimigo. Elas não podem ser obtidas através de conjecturas, superstições ou forças sobrenaturais. Só podem ser obtidas com aqueles que conhecem bem a situação do inimigo.Os cinco tipos de espiões. O espião local é o camponês nativo. O espião interno é aquele que é oficial do inimigo. O espião convertido é aquele que servia ao inimigo e foi comprado. Espiões mortais são aqueles que sacrificamos dando informações falsas ao inimigo. Espiões seguros são aqueles que podem retornar para relatar as informações coletadas. Nenhum oficial é mais querido que o espião. Nem melhor recompensado. Ele desfruta da confiança do comandante.Apenas os generosos e humanos obtêm todas as informações de um espião. Apenas os cautelosos e engenhosos podem precisar a exatidão das informações recebidas. Planos de espionagem revelados antes de postos em prática devem ser punidos coma morte do espião e do informante.
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