A Avaliação de Dimensões Antropológicas das Organizações
Por: Cecília Furtado • 9/3/2021 • Seminário • 907 Palavras (4 Páginas) • 104 Visualizações
Avaliação de Dimensões Antropológicas das Organizações
Meritocracia
Meritocracia, de acordo com o Dicionário Aurélio é:
1 - Forma de liderança que se baseia no mérito, nas capacidades e nas realizações alcançadas, em detrimento da posição social.
2 - Sistema social onde se pratica esse tipo de liderança.
3 - Grupo de líderes pertencentes a esse sistema.
Primeiramente é importante salientar como assuntos envolvendo a meritocracia são polêmicos e dividem opiniões. Como podemos ver na primeira definição do dicionário, essa forma de liderança não leva em conta a posição social dos indivíduos. Tal fato, causa muita divergência, pois como é possível medir capacidade entre uma pessoa e outra, se elas não tiveram as mesmas condições de crescimento durante a vida?
No texto de Lívia Barbosa, ela explica que, segundo um ponto de vista histórico, a forma de ‘classificar’ e avaliar pessoas e suas produções como um procedimento administrativo no interior das organizações, surgiu das ideias de Frederik Taylor, ao fazer uma revolução das relações pessoas dentro das empresa. Quando, no início da revolução da produtividade trazida pela administração científica, Taylor sugeriu a aplicação de seu método de eficiência à administração de pessoal, não se imaginaram os problemas que isso poderia gerar. “Uma coisa é medir a eficiência de máquinas e linhas de produção, que podem ser objetivamente medidas. Outra, é julgar, comparar, avaliar e medir as produções humanas, que possuem características difíceis de serem objetivamente avaliadas.” (BARBOSA, LÍVIA, 1996).
Dentro das organizações, da esfera pública ou mesmo privada, medir a produtividade das pessoas, portanto, é algo difícil de se fazer. Cada ser humano é diferente um do outro, e não é possível colocar suas qualidades e suas produções em comparação. Claro, alguns podem se sobressair em relação ao outro. Algumas pessoas são realmente mais esforçadas e dedicas que outras, e conseguem fazer um trabalho mais significativo. Mas é preciso analisar uma série de fatores, como por exemplo as condições de vida em que aquela pessoa vive.
Ao analisar a tirinha exposta nessa atividade, percebemos que o menino, que cresceu em uma família com boas condições financeiras, uma casa confortável, e pais presentes na sua formação acadêmica, teve melhores e mais oportunidades para chegar onde chegou. Já a garota, que cresceu em um ambiente familiar instável, precisou desde cedo ajudar em casa e não pode se dedicar tanto a escola. Sendo assim, ao final da tirinha, ela, que não teve tantas oportunidades que nem ele, estava trabalhando em uma profissão pouco reconhecida. E ele, que teve diversas chances de crescimento, estava sendo prestigiado por ter chegado em um bom cargo profissional.
Porém, as pergunta são: será que ele realmente possui o mérito de estar naquela posição? Será que se ela tivesse crescido em condições iguais a ele, também seria reconhecida? E fosse ao contrário, algum dos dois poderia ter chegado a posições de maior prestigio?
Essas questões são difíceis de serem respondida, porque isso é muito individual de cada ser humano. Porém é evidente que a desigualdade social e racial existente no Brasil, e até mesmo no mundo, dificulta essa avaliação por meio das capacidades que uma pessoa possui.
Uma das formas de tentar diminuir essas desigualdades e equiparar os conhecimentos, foi a criação de cotas para o ingresso em Universidades Públicas. Essas cotas servem tanto para pessoas de baixa renda, tanto para pessoas negras, pardas ou indígenas (que devido toda a história de construção do nosso pais foram prejudicadas em várias quesitos, e colocados em uma situação de marginalização). Muitas pessoas são contra as cotas, dizem que elas podem prejudicar a qualidade do ensino nas Universidades, e que deveriam entrar somente os melhores estudantes. Esses, que muitas vezes, estudaram a vida toda em escolas particulares, e que tiveram ótimas condições para o seu aprendizado, se sobressaem aqueles que estudaram a vida toda em escolas públicas (um problema da Politica Brasileira).
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