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A CADEIA PRODUTIVA DA MANDIOCA

Por:   •  6/5/2018  •  Artigo  •  7.638 Palavras (31 Páginas)  •  229 Visualizações

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A CADEIA PRODUTIVA DA MANDIOCA NA REGIÃO VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA: Potencialidades para a Agricultura Familiar

RESUMO

O presente trabalho, caracterizado como pesquisa científica, objetivou identificar e diagnosticar, de forma preliminar e introdutória, a cadeia produtiva da mandioca sob o foco de ocupação de atividades por pequenos produtores da agricultura familiar na região de Vitória da Conquista, Bahia. O diagnóstico aponta a forma de organização, as relações existentes, o nível de interação com agentes públicos e privados, de pesquisa e fomento que auxiliam na formação, governança e sustentabilidade, propiciando a formação de redes produtivas inovativas.

A entidade analisada foi a Cooperativa Mista Agropecuária dos Pequenos Agricultores do Sudoeste da Bahia – COOPASUB. Através deste trabalho, procedeu-se também a análise dos pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades que podem interferir no desempenho e na sustentabilidade do segmento de cultura da mandioca para ao final propor possibilidades de novas oportunidades e melhorias negociais e relacionais que permitam contribuir para o desenvolvimento econômico da região e das comunidades envolvidas.

A abordagem metodológica consistiu em estudo, quanto à sua natureza como pesquisa aplicada tendo em vista que pretendemos produzir conhecimento para aplicação prática e solução de possíveis problemas e proposição de alternativas de ação. Em relação ao problema apresentado a abordagem foi qualitativa uma vez que enseja levantamento e análise de informações dos atores envolvidos e suas relações. Ao mesmo tempo, com relação aos objetivos, é uma pesquisa não conclusiva e, portanto exploratória, pois através dela iniciamos os primeiros conhecimentos sobre o tema abordado, mas, de acordo com as especificidades do estudo, torna-se também uma pesquisa descritiva que conclui-se com a necessidade de ações de oportunidades e melhorias.

1. INTRODUÇÃO

O desenvolvimento local integrado e sustentável pressupõe não somente o reconhecimento de recursos e potencialidades humanas do lugar, deve também buscar interferir neste sistema através de ações que promovam a autonomia local, articulação global e, principalmente, a busca por uma gestão participativa e compartilhada, possibilitando uma maior participação dos movimentos populares. Este desenvolvimento trata de atividades complexas e abrangentes, envolvendo diversos atores sociais (sociedade civil, governo local, agentes econômicos).

O município de Vitória da Conquista tem uma extensão territorial de 3.405,580 km², com uma altitude de 923m. Em termos de população é o terceiro município do Estado da Bahia, com aproximadamente 306.866 habitantes (IBGE, 2010), e possui uma taxa de urbanização em torno de 85,8% e além da população em seu Distrito Sede, há também a população rural concentrada em 10 Distritos e 284 povoados. O semi-árido é predominante em maioria de suas terras, com baixos índices pluviométricos, no entanto ocupa uma zona de transição geo-ambiental, o que caracteriza também vários micro climas e vegetações típicas como mata atlântica, matas de cipó, cerrado e caatinga.

Em seu entorno, Vitória da Conquista engloba, em conjunto com os municípios que fazem parte do Território de Identidade de Vitória da Conquista (Figura 1), uma mesorregião com cerca de 80 municípios, população em torno de dois milhões de habitantes, e por isto pode ser considerada o centro econômico regional devido aos seus 3.600 quilômetros de estradas pavimentadas e outras vicinais, posição estratégica ao longo da BR 116 e da BA 262. Além da proximidade de portos e aeroportos do centro-sul, o que lhe confere uma característica de entreposto comercial e de serviços influenciando outros municípios próximos e cidades do Norte-Nordeste de Minas Gerais e assim, boas possibilidades e oportunidades surgem para escoar a produção local, e também a produção vinda de outras cidades, regiões e estados.

O Governo da Bahia, segundo as especificidades de cada região, e levando-se em aspectos culturais, econômicos, sociais e as áreas prioritárias, reconheceu 26 regiões as quais denominou de “Territórios de Identidade”. Como dinâmica de discussões dos mais variados temas sob a ótica local, regional e global chama os agentes e comunidades pertencentes a estes territórios, a participarem das discussões.

Segundo definição da Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia – Seplan:

O território é conceituado como um espaço físico, geograficamente definido, geralmente contínuo, caracterizado por critérios multidimensionais, tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a política e as instituições, e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade, coesão social, cultural e territorial.

Figura 1: Território de Vitória da Conquista, Bahia – 24 municípios.

Fonte: SEPLAN-SEI, adaptado por Agnaldo S. T. Velasquez (2011).

O segmento de Agricultura, em específico as atividades pertinentes a cadeia produtiva da mandioca, em Vitória da Conquista vem se desenvolvendo ao longo dos últimos anos, e tem chamado a atenção de diversos setores a exemplo de agências de fomento e desenvolvimento e instituições de ensino. Grande parte deste segmento é composta por pequenos produtores locais.

Segundo o Produto Interno Bruto dos Municípios 2008, Vitória da Conquista apresentava os seguintes números:

• Valor adicionado bruto da agropecuária a preços correntes: 92.995 mil Reais

• Valor adicionado bruto da indústria a preços correntes: 288.009 mil Reais

• Valor adicionado bruto dos serviços a preços correntes: 1.858.355 mil Reais

• Impostos sobre produtos líquidos de subsídios a preços correntes: 380.577 mil Reais

• PIB a preços correntes: 2.619.936 mil Reais

• PIB per capita a preços correntes: 8.346,46 Reais

Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA.

O presente trabalho, como pesquisa científica,

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