A Caverna de Platão

A caverna de Platão        

O mito fala sobre três prisioneiros de uma caverna, que estão lá desde o nascimento acorrentados de tal forma que conseguem olhar apenas  para a sua frente, para a parede do fundo da caverna, não veem nem a si mesmos. Essa parede era iluminada pela luz gerada por uma fogueira atrás deles, que projetava sombras de objetos, animais e pessoas no fundo da caverna. Eles sempre viveram assim, julgando aquilo que lhes era apresentado, achavam que as sombras era tudo que existia. Isso era a realidade para eles.        
   
Um dia alguém que conhece a verdadeira realidade entrou na caverna e encontrou os três aprisionados naquela situação. Ele tentou convencê-los de que eles estavam enganados, que as sombras não são a realidade, são meras aparências e que a verdadeira realidade está fora da caverna. Os prisioneiros o chamaram de louco, acharam aquilo um absurdo, alguém dizer que sua realidade não é verdadeira. Eles o ameaçaram até de morte caso não parasse de dizer este absurdo.         

Esse alguém conseguiu forçadamente tirar um dos prisioneiros  da caverna, para mostra-lhe o mundo lá fora. Foi difícil para o prisioneiro acostumar-se com a luz,        mas aos poucos conseguiu ver a realidade de fora da caverna, entendeu que as sombras da caverna eram simples projeções da luz do fogo.        

Este ex-prisioneiro ficou tão maravilhado com a realidade, que se sentiria vontade de libertar seus companheiros, pois ele viu a realidade e sentiu-se motivado a compartilhá-la. Porém, eles o chamariam também de louco. Pois, não conseguiam  acreditar em nada além das sombras da caverna.        

A partir do mito entende-se que nosso mundo é a caverna, pois a realidade é distorcida. Vivemos em mundo de aparências, onde as informações transmitidas  para nós ao longo de nossas vidas são aquilo que os outros pensam. E se não pararmos para pensar se isso é mesmo o que é real, somos levados a ter o mesmo pensamento. E Não é fácil ver a realidade, é preciso esforço e desejar saber.

Comparando o mito da caverna com a atualidade, vemos as pessoas sendo influenciadas pelas mensagens transmitidas através dos meios de comunicação. Recebem estas informações sem fazerem uma análise crítica sobre elas, apenas as aceitam. Os valores do ser humano são deixados para trás e somos influenciados ao consumismo, desejando sempre o celular do momento, o carro do ano, a roupa da atriz da novela, enfim, a seguir a moda.         

Nos dias atuais  além do consumismo a moda é estar sempre conectado. As pessoas utilizam-se  do mundo virtual e das redes sociais  como forma de fugirem da realidade, onde vivem sua própria realidade,  deixando de ter contato com o mundo físico, resolvendo tudo na frente do computador.

Estamos acomodados com a distorção da realidade, com a ignorância e cada vez menos procuramos contato com o mundo real, tudo isso nos impede de formularmos um pensamento próprio, individual, que nos permitiria quebrar as correntes e nos libertar da caverna.        

Paradigma

É um padrão. Um exemplo  que vai ser empregado ou servir como referência sobre determinado assunto. Princípios que guiam um grupo, instituem limites e  dizem como todos  seus integrantes devem agir. Os paradigmas são normas que condicionam os indivíduos delimitando sua ações.        

São tudo que ouvimos durante a vida e que acreditamos muitas vezes sem nem se perguntar o porque daquilo. Um paradigma pode ser criado de acordo com a vontade de alguém de inibir outro de fazer algo. Pode arraigar-se na mente das pessoas e persistir por muito tempo. Só será quebrado quando optarmos por não crermos em tudo que vemos, sentimos e ouvimos sem antes indagá-los, buscando a verdade.        

Um exemplo disso é o mito de que comer manga com leite faz mal. Ele foi inventado no período colonial do Brasil. Para que os escravos não bebessem o leite, alimento escasso e com alto valor que só os fazendeiros consumiam. Diferentemente das mangas que eram facilmente encontradas nas fazendas. Ainda hoje há quem acredite neste mito. Mas hoje sabe-se que não fazem mal algum.

Há dois meios que aumentam nossa capacidade de percepção da realidade: a ciência através de teste e experiências e o empirismo que nos mostra na prática as coisas no cotidiano.         

O ser humano é muito influenciado pelo meio em que vive, da educação que recebe. Há um consenso entre as pessoas, práticas e costumes consolidados pela maioria que no molde de um paradigma determina o agir do homem. A sociedade constrói no indivíduo costumes e hábitos e o leva a ter um comportamento determinado e ainda o cobra a agir da forma que ela quer.

Todavia o homem se encontra em descompasso com os paradigmas criados pela sociedade. Para quebrá-los o indivíduo  tem de pensar por si. É preciso identificar o que o que é correto e o que não é. Para isso é necessário determinação e esforço.        

Ideologia

É o conjunto de ideias, doutrinas de um indivíduo ou de um grupo. Podendo estar  ligada a ações sociais, políticas e econômicas. Porém de forma crítica é definida como uma forma de dominar as pessoas por meio da persuasão, sem utilizar-se da força física, mas por meio do convencimento.        Para Karl Marx, os valores das ideias são produzidos com uma determinada finalidade, manter a classe dominante e defender seus interesses. E não a de esclarecer a realidade.

A ideologia esconde a realidade, disfarçando as desigualdades e os problemas  sociais  afim de diminuir os conflitos entre os dominantes e os dominados. Aquele que domina implanta nos dominados ideias e valores, segundo a sua visão pois, precisa manter o domínio, persuade-os para que pensem e ajam conforme a maneira que ele quer.         

Tendo como exemplo as propagandas onde é passada a ideia de que se consumirmos determinado produto seremos  mais felizes, nos sentiremos bem e teremos  outros tipos de benefícios. Ou seja, as propagandas nos levam a consumir produzindo em nossas mentes a ideia de vantagens e até mesmo de liberdade na compra de um produto.         

Portanto a ideologia é uma maneira de os dominantes manterem sua posição atual, pregando valores e ideias na cabeça dos dominados, levando-os a pensar que algo é da forma como se mostra, inibem o seu pensar, se poderia ser diferente,  no que faz com que eles estejam na situação em que encontram.

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