A Comunicação Empresarial
Por: heyakiba • 16/6/2016 • Trabalho acadêmico • 2.429 Palavras (10 Páginas) • 269 Visualizações
UNIRON
Comunicação Empresarial - Klondy Lúcia
Aula 6. A Empresa. Do fordismo à acumulação flexível. Definição e Papéis. Comunicação: função básica e resultados. Empresas como sistemas abertos.
Leia o texto com atenção
A Empresa
1. Do fordismo a acumulação flexível
A sociedade tem vivenciado várias mudanças culturais, mas nenhuma delas conseguiu alterar o fato de a vida econômica continuar sendo organizada pela produção direcionada para o lucro. É possível destacar, entre as mudanças, a que alterou o regime de acumulação de capitais e o modo de regulamentação social e política. Segundo Harvey (1996), essa mudança aconteceu em função da passagem do fordismo-keynesianismo[1] para o regime de acumulação "flexível". Este último pode ser associado aos processos de trabalho e aos mercados mais flexíveis de mobilidade geográfica e de rápidas mudanças práticas de consumo. O fordismo representou o reconhecimento de que produção em massa implicava consumo de massa, na implementação de um novo sistema de reprodução da força de trabalho, e em uma nova política de controle e de gerência da produção.
Como decorrência dessas mudanças, foi criada uma nova estética, uma nova psicologia, e ainda, resultante dessas últimas, uma sociedade que se intitula democrática, modernista, racionalizada e populista. É possível concluir que o fordismo do pós-guerra tem de ser visto menos como um mero sistema de produção em massa do que como um modo de vida total.
Atualmente, a sociedade vive a acumulação flexível marcada por um confronto direto com a rigidez do fordismo. Ela se apóia na flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo. Caracteriza-se pelo surgimento de setores de produção inteiramente novos, novas maneiras de fornecimento de serviços financeiros, novos mercados e, sobretudo, taxas altamente intensificadas de inovação comercial, tecnológica e organizacional. (...) envolve rápidas mudanças dos padrões do desenvolvimento desigual, tanto entre setores como entre regiões geográficas, criando, por exemplo, um vasto movimento no emprego no chamado "setor de serviços", bem como conjuntos industriais completamente novos em regiões até então subdesenvolvidas... (grifos meus) (HARVEY, 1996, p. 140).
Além das características da acumulação flexível relacionadas à flexibilidade do processo de trabalho e a inovação, merecem destaque outras que envolvem controle de informação, de conhecimento e de grandes empresas sobre as pequenas, são elas:
- criação de novas formas de coordenação e aglomeração apoiadas em complexos e variados arranjos de subcontratação de pequenas empresas por grandes corporações (multinacionais)[2], a Benetton é um exemplo (HARVEY, 1996, p. 150);
- o conhecimento técnico e científico sempre foi determinante para a competitividade de uma empresa; hoje, ele tomou-se mercadoria produzida e vendida, segundo a lógica do mercado; as verbas para pesquisa, em universidades e institutos, são alocadas de acordo com uma demanda analisada, organizada e especificada (HARVEY, 1996, p. 151);
- a qualidade da organização passou a ser um diferencial na medida em que possibilita lidar com a dispersão, rapidez e mobilidade de produtos, demandas, capitais etc.; essa qualidade é determinada, também, pelo acesso, controle e análise das informações; somente assim e possível coordenar de maneira centralizada atividades descentralizadas.
Dentre as conseqüências causadas pela mudança do sistema de acumulação, duas merecem especial atenção. A primeira é o fortalecimento do capital financeiro. E a segunda é o aumento da complexidade estrutural e do funcionamento do sistema produtivo e financeiro. A complexidade é tanta que a maioria das pessoas desconhece o funcionamento de mecanismos como mercado de capitais, bolsa de valores, índices de inflação etc. e sua influência em seu cotidiano e em suas perspectivas futuras.
A acumulação flexível caracteriza o modo de produção capitalista, na atualidade, influenciando sobremaneira as novas formas de se gerir as empresas. Assim, a gestão das práticas produtivas tem se alterado ao longo do tempo, no interior das empresas, incorporando as inovações tecnológicas, buscando se adaptar a uma economia de mercado competitiva e excludente.
A competição e, em certa medida, a evolução dos critérios de compra por parte dos consumidores demanda maior competência em relação às empresas. Essa última, por sua vez, tende a aumentar a variedade e melhorar a qualidade dos bens de consumo.
Juntamente com essas mudanças, contingências históricas levaram empresas - principalmente as multinacionais - a adquirirem enorme política. Financiando campanhas ou fazendo lobby começaram a ter, desde a revolução industrial, uma grande ingerência em assuntos trabalhistas e sociais.
2. Definição e papéis
Uma empresa pode ser definida como unidade socioeconômica voltada para a produção de um bem de consumo (editoras, construtoras, confecções etc.) ou serviço (agências de turismo, transportadoras, seguradoras etc.). Entretanto, agregado à função produtiva esta seu papel sócio-cultural, que compreende:
- geração de empregos;
- incentivo ao desenvolvimento de ciência e de tecnologia;
- elaboração e melhoria de processos e de estratégias.
É esse papel que vincula sua existência ao progresso da comunidade onde esta inserida. É possível observar que, indiretamente, as empresas também influem no comportamento das pessoas. Através da atividade que desempenham (produção ou serviço), induzem ao consumo, criando assim novas demandas, padrões estéticos, gostos e até valores.
A empresa pode ser encarada como um organismo vivo, onde o dinamismo é resultado de um processo constante de planejamento, implementação, avaliação e redirecionamento de suas práticas. Sua organicidade e um requisito importante para garantir:
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