A INOVAÇÃO COMO ESTRATÉGIA EMPRESARIAL: ALGUMAS PERSPECTIVAS TEÓRICAS
Por: igfalcao • 3/4/2018 • Artigo • 5.744 Palavras (23 Páginas) • 195 Visualizações
A INOVAÇÃO COMO ESTRATÉGIA EMPRESARIAL: ALGUMAS PERSPECTIVAS TEÓRICAS
L. Yoshida*, L.X. Trindade** e A.O.Góes**
*Unime, Itabuna, Brasil*
**Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Brasil
E-mail do autor principal: luis-yoshida@hotmail.com
Resumo: A inovação tem sido frequentemente discutida tanto no meio empresarial como nos âmbitos acadêmico e político. Um dos principais fatores que levam a este debate, atualmente, é a busca constante de novas conquistas de mercado perante concorrências internas ou externas, através da “exploração” bem sucedida de novas ideias. O mercado está ávido por novidades, para isso, impõe que as organizações atendam as necessidades e desejos dos indivíduos com a oferta de novos produtos e serviços. Assim, inovação tornou-se um poderoso processo de estratégia organizacional. Por outro lado, percebe-se que o conceito de inovação está relacionado com a competividade entre as empresas concorrentes. Diante desta vasta gama de discussões sobre o tema inovação, este artigo, através da análise e descrição de algumas teorias e abordagens sobre inovação, permite certificar que, nos dias atuais, realizar inovação como estratégia empresarial tem importância vital para uma empresa agregar valor ao seu negócio. Para além disso, inovar proporciona aos empreendimentos mudar a sua forma de negócio e manter-se competitivos no mercado. Esta pesquisa, ainda, enquadra-se como básica, exploratória, de natureza qualitativa. O referencial bibliográfico relevou a importância da inovação no tecido empresarial. Assim, os resultados apontam que o processo de inovação é complexo e suas definições são divergentes para cada paradigma adotado. E por fim, a inovação é uma ferramenta gerencial que possibilita a continuidade dos negócios, gera vantagem competitiva para as organizações.
Palavras-chave: Inovação. Estratégia. Competitividade.
- Introdução
O processo produtivo passou por transformações e sofreu quebras de paradigmas ao longo do tempo. A gestão de empresas da mesma forma vem passando por evoluções constantes. A Teoria administrativa de Taylor, no seu início, tinha, em sua primeira fase, a preocupação com o estudo de tempos e movimentos como uma técnica de racionalização do trabalho do operário para definir padrões de produção. Nesta época a ênfase era dada à produção, mas sem preocupações com mudanças. As inovações eram incipientes.
As teorias de Taylor, ainda, estão no meio empresarial, desde o século XIX até a atualidade. No entanto, novos conceitos foram criados e contribuem ou contribuíram para a evolução continua da gestão empresarial. Alguns destes modelos podem ser considerados inovação em gestão empresarial tais como controle de estoque por Kanban, Just in Time (JIT), Controle da Qualidade Total (TQC), Balanced Score Card (BSC), entre outros.
Atualmente a inovação tem sido um tema bastante discutido nos meios acadêmicos, como uma possibilidade de enfrentar mudanças respondendo às ameaças, através do desenvolvimento de um processo sistemático. Este processo permite o aproveito das oportunidades geradas. A visão da inovação como processo permite que haja o entendimento do seu funcionamento em diferentes níveis econômicos sendo que, quando os estudos da inovação ocorrem no ambiente da firma considera-se como uma abordagem microeconômica, que cujas teorias a definem como podendo ser de produto, processo, marketing e organizacional, tornando-a um dos fatores decisivos para o desenvolvimento econômico e social. As políticas robustas, também, fortalecem o ambiente de inovação, incluindo a qualificação de recursos humanos entre as principais ações. Pode-se assim dizer que usar da inovação é fator importantíssimo para a evolução das empresas e colabora com peso na manutenção de mercados e conquistas de novos clientes, sendo de suma importância para a performance da organização.
Em tempos de muita concorrência acirrada e de avanço da economia internacional, empresas que detêm vantagens comparativas decorrentes de fatores como trabalho, mão-de-obra, matéria-prima e infraestrutura podem não ser mais sólidas em mercados altamente turbulentos. Diante desta instabilidade do mercado e do ambiente externo, as empresas têm buscado investir em inovação, como sendo uma forma possível para aproveitar as oportunidades de mercado. Contudo ainda têm-se resultados muito incipientes oriundos dos processos de inovação, visto que se trata de um assunto novo cujas bases ainda estão sendo estabelecidas.
Neste cenário fragilizado surge com o objetivo de contribuir para o fortalecimento da competitividade das organizações em nível nacional e internacional, através do governo brasileiro o programa lançado este ano denominado FINEP Inova Brasil. A intencionalidade desta iniciativa é justamente apoiar os planos de investimentos estratégicos em inovação das empresas brasileiras, detalhados em metas e objetivos durante o decorrer do financiamento, as áreas para investimentos por parte das empresas devem ser em pesquisa e desenvolvimento, parcerias com universidades ou institutos de pesquisas nacionais, inovação com relevância regional ou inserida em arranjos produtivos locais e que contribuam para o fortalecimento tecnológico e dinamização da cadeia produtiva.
Neste contexto, alguns questionamentos devem ser refletidos: tem-se dado atenção à capacidade de determinar a escala das atividades inovadoras, bem como às características das empresas inovadoras? Os fatores internos e externos são levados em considerações pelas empresas nas definições de políticas de inovação? As inovações são oriundas do processo internorganizacional ou o ambiente externo impõe novidades? As políticas públicas incentivam à inovação?
Este trabalho de natureza bibliográfica, tentará sistematizar os processos de inovação, com ênfase dos trabalhos do austríaco Schumpeter. Para iniciar esta pesquisa, de forma provocativa, este trabalho, inquire-se: como acontece o processo de inovação? Para responder esse questionamento, far-se-á um recorte teórico de como a inovação mostra-se importante para as organizações. Por outro lado, quais os modelos de inovação existentes?
- Fundamentação Teórica
Joseph A.Schumpeter (1883-1950), de forma promissora, contribui para a teoria do “empreendedorismo” e o papel do empresário no processo de desenvolvimento econômico. O economista austríaco é, de longe, o mais importante. Foi um dos primeiros autores a destacar e conceituar o termo empreendedor. Nos seus escritos, esse “personagem” é um elemento chave para entender suas reflexões teóricas concernentes ao empresário. Schumpeter conferiu-lhe a função de perturbador do sistema econômico estático através da INOVAÇÃO, sendo o “ativador” da economia, Swedberg (2000; 2007) ou o criador de desequilíbrios.
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