A PRODUÇÃO DE MILHO NO BRASIL
Por: EDUARDO ROBERTO GOUVEIA • 28/9/2022 • Artigo • 2.626 Palavras (11 Páginas) • 88 Visualizações
A PRODUÇÃO DE MILHO NO BRASIL
Eduardo Roberto Gouveia[1]*[2]*
Gilson Roberto Marcomini[3]*
RESUMO
A cultura do milho (Zea mays L.) assume importante papel socioeconômico no Brasil e no mundo em função de seu potencial produtivo, composição química e valor nutritivo, aliado ao uso diversificado de sua produção, seja na alimentação humana ou alimentação animal. Os três maiores estados produtores nacionais são Mato Grosso, Paraná e Mato Grosso do Sul. Os Estados Unidos da América são o maior produtor mundial do cereal. Já o Brasil ocupa a terceira posição tanto para Produção quanto para Exportação mundial, e com o potencial agroindustrial do país, com uma base de investimentos sólidos e planejados, tanto a produção quanto a exportação podem atingir números expressivos nas próximas safras. Neste contexto, o objetivo do presente estudo é desenvolver uma análise econômico-financeira da produção do milho no Brasil. A metodologia utilizada é a coleta de dados secundários em bases de dados oficiais, no qual as informações de custos serão coletados na Conab, enquanto os dados de preços históricos no Cepea, bem como os dados de produção no IBGE. As informações serão tabuladas em planilhas eletrônicas, com tratamento das informações por meio de ferramentas estatísticas e financeiras. O tratamento das informações será por Regressão Linear Múltipla.
Palavras-chave: Milho. Análise econômica. Potencial produtivo. Produtividade. Produção de grãos.
Introdução
O Brasil é um dos principais países fornecedores de produtos agropecuários do mundo, com destaque para o cultivo de cereais, como milho, soja e trigo, entre outros. De acordo com Conab (2019) a соlhеіtа dе mіlhо atingiu cerca de 91,190 mіlhõеѕ dе tоnеlаdаѕ no ano de 2019, um сrеѕсіmеntо dе 12,9% еm rеlаçãо à ѕаfrа 2017/2018, ѕоmаdоѕ оѕ dоіѕ сісlоѕ аnuаіѕ dа сulturа. Obѕеrvou-se аumеntо nа árеа рlаntаdа dо mіlhо рrіmеіrа ѕаfrа dе 2019 de 0,4% еm rеlаçãо à safra de 2018, tоtаlіzаndо 5.104,3 mіl hесtаrеѕ.
O milho (Zea mays L.) é considerado uma das espécies mais antigas domesticadas pelos ameríndios, tendo como sua origem as regiões do México e território do estado do Novo México, sul dos Estados Unidos da América (SIAGIAN et al., 2021). Seu ancestral mais
conhecido é o Teosinto (Euchlaena mexicana) gramínea nativa da região de origem. Cristovão Colombo foi o responsável pela difusão do milho no mundo, primeiramente levando-o até a Europa. Assim, através da expansão náutica dos portugueses o milho chegou até o continente asiático e africano, ficando conhecido no mundo todo, sendo hoje cultivado e consumido em todos os continentes (COSTA et al., 2018).
O milho é uma planta anual, monocotiledônea, de ciclo de assimilação de carbono do tipo C₄, constituída por uma haste cilíndrica ereta, podendo variar de 1 m a 4 m de altura, formada por nós e entrenós, folhas lanceoladas alternadas, possuindo inflorescência feminina chamada de espiga e inflorescência masculina chamada de pendão, apresenta também um sistema radicular fasciculado (XU, 2019).
Atualmente, a cultura do milho (Zea mays L.) assume importante papel socioeconômico no Brasil e no mundo em função de seu potencial produtivo, composição química e valor nutritivo, aliado ao uso diversificado de sua produção, seja na alimentação humana ou alimentação animal. Este constitui indispensável matéria-prima para agroindústrias (MAO; REN; LOY, 2019). Anualmente são produzidas cerca de 80 milhões de toneladas de milho no Brasil (CONAB, 2019). Os três maiores estados produtores são Mato Grosso, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Neste contexto, o objetivo do presente estudo é desenvolver uma análise econômico-financeira da produção do milho no Brasil.
Referencial Teórico
Milho no Brasil
O Brasil ocupa a terceira posição tanto para Produção quanto para Exportação mundial, e com o potencial agroindustrial do país, com uma base de investimentos sólidos e planejados, tanto a produção quanto a exportação podem atingir números expressivos nas próximas safras (CORDEIRO et al., 2021). Conforme pode ser observado pelo Gráfico 1, em 2020, o Brasil ocupou a terceira posição mundial de milho com 100 milhões de toneladas (8,2% do total), superado apenas pelos Estados Unidos e pela China.
Figura 1: Produção e Exportação mundial de milho
[pic 1]Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Aragão e Contini, 2021.
Nas últimas décadas, a posição relativa do Brasil não alterou. Ainda em 2020, o país exportou 38 milhões de toneladas de milho, se mantendo na terceira posição do ranking, ou seja, 19,8% das exportações totais do produto. Isso mostra que o país cresceu em exportações.
Atualmente, o milho é o segundo grão mais produzido pelo Brasil, depois da soja. Com isso o mercado externo abre grandes possibilidades de exportação para consumo, tanto humano quanto animal, visando a cadeia produtiva da carne. As novas pesquisas de plantio, melhores sementes e a expansão das áreas plantadas também contribuem para o bom desempenho das exportações brasileiras (MATTOS; SILVEIRA, 2018).
O Brasil é um produtor que segue a demanda interna e usa o excedente para exportação, ou seja, seu objetivo ainda é o mercado doméstico. Também deve-se perceber que normalmente na produção de milho, ocorre uma produção por ano, mas o Brasil tornou-se uma exceção no mercado de milho devido à sua capacidade de colher duas safras por ano. No verão é plantada em setembro-dezembro e colhida em janeiro-abril. No inverno é plantada em janeiro-março e colhida em maio-agosto (MATTOS; SILVEIRA, 2018).
A safra de “inverno” se deve aos aumentos das oportunidades de exportação, já que a safra de “verão” é considerada para consumo interno e a demanda internacional se mostrou maior. Com isso os preços do milho brasileiro e americano só desenvolveram relações estáveis de longo prazo com o surgimento da safra de inverno brasileira e com o crescimento das exportações brasileiras. Os preços internos domésticos influenciam diretamente nos preços das exportações no PIB e na receita tributária (MATTOS; SILVEIRA, 2018), e com o aumento da safra de inverno teve início uma correlação entre os preços norte americanos e todos os preços brasileiros. Quando essa expansão da exportação era mínima não se via esse tipo de relação no mercado entre os dois países (MATTOS; SILVEIRA, 2018).
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