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A Questão Humanista e Comportamental

Por:   •  31/8/2022  •  Resenha  •  1.364 Palavras (6 Páginas)  •  79 Visualizações

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Os trechos selecionados dos livros de Bendix e Fisher, Foote Whyte e Guerreiro Ramos dão enfoque à questão humanista e comportamental, sendo que o primeiro e o segundo focam no estudo de Elton Mayo e o terceiro foca no estudo da política cognitiva.

A partir da leitura desses textos, alguns tópicos me chamaram maior atenção e, sobre eles, essa resenha discorrerá. Inicialmente, já é totalmente perceptível que estamos na época em que os humanos começaram a ser vistos como pessoas ao invés de meras máquinas. Nesse sentido, percebe-se, tendo em vista os textos, que a ideologia humanista é algo que realmente ia de encontro ao Taylorismo e Fordismo, por exemplo. Relembrando algumas de suas características desumanizadoras, temos: o trabalho anti-social, em que a socialização era visto como dispêndio de tempo, de produção e, portanto de lucro; o trabalho impessoal baseado na burocracia, ou seja, em regras e normas; a alienação, em que o operário não tinha consciência do que se produzia; a falta de participação na produção; o descaso com desejos individuais; a introdução de normas fabris até mesmo na vida privada; entre outras características assustadoras desses sistemas de Taylor e Ford. E um dos principais objetivos dessas características era evitar sindicatos e greves, pois isso acarretaria na diminuição da produção, fato inaceitável para esses dois pensadores. No entanto, de maneira extremamente revolucionária, Elton Mayo (1880-1949) afirma: “Enquanto as empresas não levarem em consideração a natureza humana e as realidades sociais, podemos esperar greve e sabotagem”.

A partir disso, é notório o enfoque humanista e comportamental que Mayo entrega em seus estudos. Ao longo da leitura de Bendix e Fisher, alguns pontos me fizeram refletir sobre o texto de Simone Weil (1909-1943). É tratado no primeiro texto sobre a importância de que o cidadão sinta, ao trabalhar, que sua ocupação seja importante/necessária do ponto de vista social. Ou seja, é importante que o cidadão, o operário em si, se sinta orgulhoso do que realiza. Paralelamente, no texto de Weil ela mostra que um dos motivos da infelicidade do trabalhador no taylorismo é a falta de conhecimento sobre o que se produz. O operário na fábrica é responsável por uma simples função, e raramente esse sabe qual o destino final daquela peça produzida por ele. Raramente sabe o que se está produzindo ou qual a importância do seu trabalho para o produto final. Isso causa a sensação de ter-se esgotado no vazio, pois gasta na fábrica, às vezes até o limite extremo, o que tem de melhor de si, para sair da fábrica sem ao menos saber o que estava fazendo.Se o operário abaixa a máquina de uma prensa sobre um pedaço de latão que vai fazer parte de um dispositivo do metrô, é preciso que ele o saiba, e que, além disso, possa imaginar quais serão o lugar e a função deste pedaço de latão numa composição do metrô, por que operações já passou e deve ainda passar antes de ser posta no lugar. Isso gera, em todo trabalho, um sentimento de que há algo a fazer, e de que um esforço pode ser cumprido. É estimulante, causa um orgulho legítimo. Com isso, percebe-se a relação de Mayo com Weil, pois os dois recomendam que os administradores adotem a prática de relações humanas no sentido de função social e de responsabilidade e, para isso, os administradores têm que organizar uma produção com o mínimo de autoridade e máximo de satisfação do operário.

Bendix e Fisher concluem esse pensamento com a lógica de que, caso os operários se tornem conscientes dos objetivos da administração e concordassem com eles, poderia haver uma certa cooperação organizada e menos criações de sindicatos e conflitos.

Já o texto de Foote Whyte (1914-2000) me fez relembrar o texto de March e Simon (1958), pois em seu texto ele foca em dizer que algo afirmado no texto de March e Simon não é verdade. No caso, o assunto tratado aqui é o salário de incentivo. March e Simon, escritores da época do taylorismo, afirmam que é preciso dar ao operário um incentivo, para que desempenhe a sua função da melhor maneira possível e em bom ritmo, e esse único incentivo seria o dinheiro. No entanto, na obra de Whyte, baseada no estudo de Mayo, ele afirma que o dinheiro não é o único fator de incentivo à produção, mas também tem-se como incentivo as condições de trabalho desejáveis e o tratamento justo, por exemplo. Ou seja, ele mostra preocupação em relação ao incentivo às relações humanas. Ele também trata sobre a importância do indivíduo sentir que é parte importante da organização.

Além disso, um fato que me chamou extrema atenção foi o estudo da política cognitiva estudada no texto de Guerreiro Ramos (1915-1982). De certa maneira, esse estudo se encaixa perfeitamente no estudo do taylorismo e do fordismo, pois de alguma forma, a política cognitiva foi usada para o êxito desses sistemas de produção. Isso

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