A Sociologia no Contexto Empresarial

Resenha Crítica do Manual Esquemático de Criminologia

5º Capítulo Sociologia criminal

1. Sociologia

Do ramo das Ciências Humanas a Sociologia é a ciência responsável pelo estudo dos fenômenos de interação social entre os diversos grupos que compõem a sociedade. Com o estudo da sociedade ela visa explicar como é realizada a organização social e os processos que unem indivíduos em grupos.

 A Sociologia, surgiu como uma ciência capaz de explicar as mudanças sociais causadas pelas chamadas Revoluções Burguesas, Revolução Industrial e a Revolução Francesa responsáveis pela alteração nas estruturas sociais, econômicas, políticas da sociedade da época. Com a Revolução Industrial Inglesa, várias alterações no contexto social foram por ela deflagradas, dentre as principais destacam-se: as alterações nas relações de trabalho na sociedade como um todo, pois culminou com alteração dos conceitos trabalhistas da época.

A substituição dos homens pelas máquinas, fez com fosse utilizado cada vez mais o trabalho racional, implicando em uma severa mudança trabalhista dos padrões utilizados ao longo dos séculos. Dessa forma, acelerou o processo do êxodo rural é com isso as condições de sobrevivência nas grandes cidades ficaram cada vez mais precárias tendo início os chamados cortiços; a crescer nos centros urbanos.

A Revolução Francesa proporcionou o fim da monarquia e o início da república democrática, uma forma de governo até então inédita. Baseada pelos conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade, houve exportação destes ideais para o mundo inteiro cominando em uma alteração social mundial.

Sendo um estudo de fenômenos sociais, a Sociologia consegue identificar padrões comuns e formular teorias sobre os fatos sociais acorridos. E com sua inserção em diversos campos de estudos se faz necessária como forma identificação de tais padrões, auxiliando na busca por uma melhor tratativa das questões econômicas, financeiras, políticas, familiares, jurídicas, entre outras.

No âmbito jurídico a Sociologia auxilia no estudo do Direito enquanto fenômeno social relacionado na realidade social e o Direito Positivo. Dentro da Criminologia ela será responsável pelo auxílio no estudo do desenvolvimento da violência e na sua perpetuação na sociedade, sendo de extrema importância para compreensão dos crimes cometidos pelos agentes estudados.

1. A Sociedade e o crime

Em decorrência de vários fatores como a falta de estrutura familiar, religiosidade, pobreza, desemprego, educação de qualidade, crescimento populacional e também a despreocupação do Estado, só fazem com que o aumento da violência seja tão descontrolada e vivenciada nos dias atuais. Pois, mesmo que esses fatores não sejam a fonte principal de tal comportamento, eles contribuem e interferem diretamente para a vida social do indivíduo.

Assim, o aumento de criminalidade é sinal de que o sistema social não está funcionando corretamente. Hoje, se manifesta um desregramento geral ao sistema, onde já não existe uma ordem normativa para controlar a força não integradora dos instintos dos indivíduos, revelando-se assim, pouca coesão social. Desta forma, os indivíduos não obedecem o sistema judicial, porque este, já está banalizado pela população e em consequência se propaga-se a criminalidade.

A sociedade em geral possui uma compreensão limitada do crime, no sentido em que a visão do criminoso é muitas vezes imputada às suas características individuais não o relacionando com a sociedade em que se insere.  Desta forma, as teorias sociológicas do crime vieram dar ênfase aos grupos sociais em detrimento das causas individuais.

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1. Teorias de consenso

3.1 Escola de Chicago

A Revolução Industrial proporcionou uma forte expansão do mercado americano, com a consolidação da burguesia comercial. Os estudos sociológicos americanos foram a priori marcados por uma influência significante da religião. Com a secularização, ocorreu a aproximação entre as elites e a classe baixa, sobretudo por uma matriz de pensamento, formada na Universidade de Chicago, que se denominou “teoria da ecologia criminal” ou “desorganização social” (Clifford Shaw e Henry Mckay).

A Escola de Chicago, atenta aos fenômenos criminais observáveis, passou a usar os inquéritos sociais (social surveys) na investigação daquelesOs avanços do progresso cultural aceleram a mobilidade social, fazendo aumentar a alteração, com as mudanças de emprego, residência, bairro etc., incorrendo em ascensão ou queda social. A mobilidade difere da fluidez, que é o movimento sem mudança da postura ecológica, proporcionado pelo avanço da tecnologia dos transportes (automóvel, trens, metrô). Portanto, a mobilização e a fluidez impedem o efetivo controle social informal nas maiores cidades

3.1.1 Teoria Ecológica

Há dois conceitos básicos na teoria ecológica. A ideia de desordem social e a identificação de áreas da criminalidade.

Com o inchaço urbano, rápido e desordenado, as pessoas vão adotando uma espécie de anonimato, de forma que nem mesmo as instituições de controle social são capazes de impedir os atos antissociais. A ruptura nessas instituições gera aumento da criminalidade nas grandes cidades.

Ainda nesse panorama, a fragilidade do Estado na não oferta de escolas, delegacias, hospitais e outros, contribui para a sensação de insegurança e anomia, aumentando a ação de pessoas que se apresentam como restauradores da ordem (bandos armados, matadores de aluguel).

Para Shecaria (2008), existem círculos concêntricos, dando origem à teoria ecológica, no qual são representados anéis a partir de uma área central. Na parte mais ao meio dos anéis, estava o Loop – zona comercial com grandes bancos, armazéns, administração da cidade, fábricas, estações ferroviárias e outros. Na segunda parte, chamada zona de transição, situada entre a zona Loop e a zona residencial, temos a maior parte da degradação e descontrole, por estar entre as duas anteriormente citadas. Esta parte pode sofrer invasão do crescimento das anteriores e por isso é a mais fragilizada.