A Teoria da inovação: em busca de um modelo teórico
Por: paulinhogijoe • 5/3/2018 • Resenha • 1.681 Palavras (7 Páginas) • 234 Visualizações
A teoria da inovação: em busca de um modelo teórico
O trabalho de Nelson e Winter (1977) apresenta uma visão geral sobre a teoria para compreensão da inovação, trazendo o termo como uma junção de diversos processos pelo qual as tecnologias do homem evoluíram ao longo do tempo. Os autores destacam sobre o importante papel do avanço tecnológico no crescimento da produtividade, como uma vantagem competitiva, relacionando com o atual diálogo sobre as políticas voltadas para a inovação.
Para eles, o avanço tecnológico tem sido um instrumento poderoso para o progresso humano e há conhecimentos para orientar o mesmo em direção aos objetivos de alta prioridade no futuro. No entanto, a atual teoria predominante da inovação não tem amplitude e força para fornecer muita orientação em relação às variáveis que são plausíveis de mudança. Para isso, são realizadas algumas premissas:
- Os objetivos das políticas apropriadas envolvem uma necessidade de segmentação mais seletiva, pois existem enormes variações entre e intersetoriais;
- As políticas precisam ser concebidas para influenciar determinados setores e atividades econômicas, ou seja, a pesquisa política deve se ater a um conjunto de instituições que alocam recursos de forma adequada sobre uma ampla gama de condições e tempo;
- O caráter da estrutura institucional adequada para a geração, seleção e efetiva exploração da inovação depende das tecnologias subjacentes, a natureza das demandas por bens e serviços, e as características das organizações que as forneceram.
Logo, a teoria deve ser útil o suficiente para relacionar a evolução tecnológica do setor com a estrutura institucional envolvida, orientando uma reflexão plausível sobre os efeitos das várias alterações. Para isso, os autores realizam um levantamento sobre o atual estado de compreensão do diferencial de crescimento da produtividade.
Primeiramente, é abordado sobre o modelo de diferencial de crescimento da produtividade dos economistas, geralmente realizado a partir de análises de regressão e na mudança de função da produção. Os autores afirmam que os estudos têm sido úteis e provocantes, mas apresentam problemas de medição que dificultam a interpretação dos resultados. Isto se deve, fundamentalmente, pela especificação, pois envolvem interações complexas entre os fatores que influenciam o lado da procura e o lado da oferta do processo de mudança, interligando-se e confundindo-se com outras influências.
A partir disso, os autores verificaram que existem diversos fatores que influenciam ou causam este diferencial de crescimento da produtividade, perpassando pelos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Logo, dois aspectos são fundamentais para entender a repartição desigual destes investimentos: a) a atividade de investigação e desenvolvimento (I&D) é mais respeitada quando dirigida para as tecnologias de certas indústrias; b) é preciso considerar as diferenças de estrutura institucional, que influenciam nos resultados de I&D efetivamente empregado. Portanto, é necessário estudar de forma detalhada os processos envolvidos e a forma como as instituições apoiam e moldam esses processos.
Em um segundo momento, os autores fazem uma crítica a baixa conectividade dos estudos teóricos atuais, evidenciando alguns fatores chave relacionados ao diferencial de crescimento da produtividade. O primeiro deles é a incerteza, ou seja, uma estrutura teórica deve englobar uma diversidade essencial e o desiquilíbrio das coisas, sendo desejável para a geração de uma variedade de inovações. O segundo fator é a variabilidade, porque a estrutura institucional para a inovação, geralmente, é bastante complexa dentro de um setor econômico e varia significativamente entre os mesmos. Logo, a teoria para a inovação deve incorporar explicitamente a natureza evolutiva estocástica da inovação e deve ter espaço considerável para a complexidade organizacional e a diversidade.
Em um terceiro momento, é abordado sobre a geração de inovação, os fatores que influenciam a demanda por inovação e os fatores que influenciam o custo da inovação. A partir disso, os autores tentam explicar sobre as diferenças desses fatores entre as indústrias e tecnologias, considerando diferentes abordagens como a hipótese de maximização dos lucros, as estratégias de P&D e as trajetórias naturais.
A abordagem da maximização dos lucros parte da premissa que as empresas são assumidas para escolher o elemento máximo de lucro. Logo, existem algumas limitações com esta formulação que precisam ser reconhecidas como: as organizações governamentais ou privadas sem fins lucrativos que fazem P&D; e tendência de ignorar as externalidades, presumindo que as avaliações de consumo são refletidas em oportunidades de lucro para as empresas que fazem P&D. Portanto, segundo os autores, esta abordagem possui pouco controle sobre os fatores de custo ou viabilidade da inovação.
Já a abordagem das estratégias de P&D refere-se a distribuição da probabilidade condicional das inovações, dadas certas condições que enfrentam uma organização. Assim, um projeto de P&D pode ser visto tanto como uma pesquisa, fornecendo elementos para uma avaliação inicial e gerando orientações para uma próxima etapa; como também um modelo de estratégia, considerando certas condições e aspectos que permitam a sua aplicabilidade. Logo, a geração de inovação pode ser compreendida como uma tentativa de encontrar, descrever e analisar as consequências do emprego de certas estratégias amplamente estudadas.
A partir disso, os autores propõem que as organizações estejam limitadas às estratégias que envolvam um compromisso prévio para um pequeno número de classes de I&D, atendendo tanto aos fatores de procura, quanto aos fatores de oferta.
Já a abordagem das trajetórias naturais refere-se aos setores onde o avanço tecnológico é muito rápido ou parecem seguir uma trajetória inevitável, independente da evolução da procura e do custo das condições. Esta abordagem está intrinsicamente relacionada aos imperativos tecnológicos, pois referem-se a uma fronteira de capacidades realizáveis, definidas nas dimensões econômicas relevantes, limitadas por restrições físicas, biológicas e outras, dada uma forma amplamente definida de fazer as coisas.
Os autores afirmam que as trajetórias naturais, geralmente, possuem elementos especiais associados com a tecnologia particular em questão, independentemente da época, citando a exploração progressiva de economias de escala latente e a mecanização dos processos. No entanto, afirmam que não há nenhuma razão para acreditar, e muitas razões
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