“A construção social da realidade: Tratado de sociologia do conhecimento.”
Por: Wilson Enes • 25/9/2023 • Ensaio • 892 Palavras (4 Páginas) • 73 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS- UFMG.FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS -FACE.PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO/ PPGA
Disciplina: Teoria das Organizações- Turma: Única.
Professor: Dr. Alexandre Carrieri. Aluno: Wilson Machado Enes
Ensaio teórico: “A construção social da realidade: Tratado de sociologia do conhecimento.”
Considerações:
A presente reflexão tem como objetivo a análise em compreender de que forma a realidade social é apreendida e construída. Berger e Luckmann (2007, p. 11) têm uma visão a respeito da forma como a realidade é construída, onde a mesma trata-se de um fenômeno social, ou seja, “a realidade é construída socialmente” e a sociologia do conhecimento tem a tarefa de analisar de que forma esse fato acontece. Nesse sentido, o entendimento é de que a sociologia do conhecimento tem por finalidade analisar as relações que existem entre o pensamento humano e o contexto por meio do qual esse pensamento surge, tendo por fim a tarefa de:
ocupar-se com o que os homens “conhecem” como “realidade” em sua vida cotidiana, vida não teórica ou pré-teórica. Em outras palavras, o “conhecimento” do senso comum, e não das “idéias”, deve ser o foco central da sociologia do conhecimento. É precisamente este “conhecimento” que constitui o tecido de significados sem o qual nenhuma sociedade poderia existir. [...] A sociologia do conhecimento, portanto, deve tratar da construção social da realidade (BERGER E LUCKMANN, 1985, p. 29-30).
Berger e Luckmann (1985) fazem a análise da vida cotidiana sob o aspecto da fenomenologia. Quem também se apoia na fenomenologia é Schutz (2004) para estudar a construção social da realidade. Para Schutz (2004), a realidade é constituída pelo sentido de nossas experiências, ou seja, está relacionada ao conceito de tipificação, que compreende o contexto biográfico e o acervo de conhecimento que o ser humano possui. E é a partir dessas informações que o homem age tipicamente no dia a dia. Alfred Schutz é influência não apenas por sua sociologia fenomenológica como também pelo grande papel do conhecimento comum, o conhecimento tomado como sedimento (atitude natural) das estruturas mais complexas de conhecimento. Somos apresentados a uma visão de que a sociedade é uma estrutura conceitualmente articulada por seus membros. O conhecimento não é apenas conhecimento teórico com física, letras ou psicologia pois estes se relacionam com um fundo de conhecimento que é o conhecimento cotidiano tão real como estes. Os indivíduos compartilham diferentes camadas de conhecimento, o que mostra uma distribuição do mesmo: O Administrador entende de análises financeiras, mas não é Contador nem Controller, entretanto esses três profissionais conhecem rotinas administrativas. Este conhecimento comum também é conjunto de uma estrutura de ordenação e compreensão que permitem aos homens se relacionarem e nestas estruturas permitem uma previsão e compreensão de comportamentos.
No que diz respeito à relação entre os Administradores e Contadores, as relações face a face ocorrem de maneira esporádica, principalmente, em reuniões virtuais com a finalidade de apresentação e interpretação de algum registro organizacional. Berger e Luckmann (1985, p. 39) consideram que as relações face a face estão ligadas a realidade da vida diária, isso quer dizer que “a realidade da vida cotidiana está organizada em torno do ‘aqui’ de meu corpo e do ‘agora’ do meu presente. Este ‘aqui e agora’ é o foco de minha atenção à realidade da vida cotidiana”. Entretanto, os mesmos autores afirmam que a realidade não se esgota no “aqui e agora”, pois a vida cotidiana é experimentada
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