A funçao do Pai na ethos
Por: analoca • 8/5/2016 • Trabalho acadêmico • 707 Palavras (3 Páginas) • 259 Visualizações
A Função do Pai no Ethos de uma organização no Brasil
A palavra ethos, vem do grego, e significa conjunto dos costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do comportamento e da cultura, conjunto dos costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do comportamento.
A imagem paterna aparece na dinâmica da sociedade brasileira atrelada ao cotidiano das relações de trabalho. A imagem de autoridade que o “pai” carrega deixa de estar unicamente no núcleo familiar e entra no núcleo empresarial. Essa imagem de um ethos familiar centrado numa figura de alta responsabilidade, homem e mais velho, tem como uma das principais funções ser o norte que essa organização seguirá.
A partir da substituição da família rural brasileira pela família urbana brasileira, ela faz suas bases na corrente cristã, onde cada indivíduo da família tem seu papel estabelecido. Cabe ao homem (na condição de marido e pai) ser o chefe da unidade familiar, ou seja, prover recursos para que essa família sobreviva. A figura da mulher (esposa e mãe), deve ser submissa a esse homem e deve-lhe fidelidade, sendo a cuidadora do lar. Já os filhos são os indivíduos que devem temor a esses pais (e principalmente ao pai) e obediência. Fazendo um paralelo com a corrente positivista, podemos dizer que estas são leis naturais e independentes da vontade humana. Essa mentalidade positivista tinha como objetivo fortalecer dentro desse núcleo familiar a ideia de autoridade paterna.
A autoridade do pai-senhor tem como base a dependência física e psicológica da mulher, na ideia de que a mulher tem necessidade de proteção financeira e mental, de prover proteção para as crianças menores e educação para as crianças maiores. O pai-senhor é visto como uma figura santa uma vez que ele é o responsável por toda lógica familiar.
Entretanto no Brasil, mulheres e crianças sempre foram figuras extremamente presentes dentro das organizações, principalmente na força industrial, pois por menores que fossem seus salários, eram indispensáveis para a sobrevivência da família no momento de compor o orçamento doméstico. Sua entrada nas fábricas dava-se pelos laços familiares. O movimento operário e os patrões visavam reforçar a ideia do papel doméstico da mulher, considerando tal trabalho como provisório e exigindo a realização das tarefas domésticas, de forma que com essa jornada dupla tornava suas vidas compulsórias.
O tipo de estrutura patriarcal começa a consolidar-se como uma hierarquia do tipo piramidal, onde a práticas de poder se exercem por ordens. Esse sistema visa produzir submissão, obediência e respeito pela a autoridade. Os mecanismos utilizados para atingir esses objetivos são basicamente punir ou recompensar os trabalhadores.
Esse tipo de estrutura é explicado pela burocracia, onde são presentes características racionais, analíticas e instrumentais associadas ao estereótipo ocidental de masculinidade. O padrão produzido e reproduzido por essas estruturas organizacionais é o sexo masculino, o que desvincula características como intuição, educação, apoio por simpatia entre outras características femininas. Assim, nas organizações as características predominantes são a firmeza, coragem e heroísmo, com um toque do narcisismo do pai. Essas características são presentes na família também.
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