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Analise eficiência serviço de Taxi

Por:   •  15/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  7.417 Palavras (30 Páginas)  •  613 Visualizações

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Uma análise dos fatores que afetam a eficiência do sistema de táxi na cidade de Belo Horizonte (MG)

Autoria: Thiago Prata[1]

Orientador: Ricardo Braga[2]

RESUMO

Este artigo irá avaliar a eficiência do serviço de táxi na cidade de Belo Horizonte (MG) partindo do pressuposto que a origem do problema pode ser de todos os envolvidos, seja taxista, centrais de táxi, órgãos gerenciadores ou representativos e o próprio usuário do serviço. Terá como referência de análise, quatrofatores norteadores: Sazonalidade do serviço, Sistema tarifário, Rede de atendimento e Cultura organizacional. Almeja-se, com isso, mostrar a relevância de se debater de forma ampla e integrada outros fatores igualmente importantes além do tema mobilidade que vem sendo discutido quase que solitariamente no setor.

Palavras-chave: Táxi. Transporte. Trânsito. Mobilidade urbana. Logística.

INTRODUÇÃO

A eficiência do serviço de táxi na capital mineira tem sido alvo constante de manchetes da mídia local, bem como de discussões entre órgãos e empresas do setor, taxistas e usuários do serviço. Conforme Tupinambás (2012), os pontos mais citados são frota insuficiente, recusa de corridas de curta distância e atendimento ruim pelos taxistas.E os pontos atuais em foco de debates políticos são Mobilidade, aumento da frota e Carga horária de trabalho pelo taxista com a implantação da Biometria.

Apesar de ser alto o número de reclamações relativo à frota em Belo Horizonte, é possível perceber através do exemplo ocorrido em 2012 na cidade de São Paulo, mencionado por Ribeiro (2012), que o aumento da frota não irá resultar em melhora de atendimento se outros fatores não forem criteriosamente avaliados. Como bem reflete o diretor administrativo da Coomotáxi (cooperativa de rádio-táxi da cidade de Belo Horizonte), “nós, brasileiros, temos a mania de pôr a culpa no outro, são muitos os motivos para o problema” (CASTELLO BRANCO, 2012).

O manual da ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos (2003) ressalta que “em relação ao transporte individual particular, o táxi atua como substituto ou alternativo, sendo competitivo do ponto de vista econômico e operacional”. Contudo, não é o que está sendo percebido no dia a dia pela população. Em termos econômicos, a tarifa assusta os passageiros e ainda incentiva o surgimento de clandestinos no setor. No operacional, em reportagem publicada na Veja, Brasil (2012) observa que desde 1996, a população da cidade de Belo Horizonte cresceu 15%, porém com a frota de táxis congelada em 6015 veículos. Naquela época, a frota era de um táxi para 345 habitantes. Hoje a proporção é de um para cada 395. Com a entrada programada para o primeiro semestre de 2013 das permissões licitadas em 2012, a média será de um para 358 pessoas, média inferior que o da década de 90. Ressalta ainda que “existem outras variáveis relacionadas ao uso do táxi, como renda e atividade turística”.

Já os taxistas e as centrais de táxi, consideram que o problema é o trânsito, cada vez mais congestionado. Fato é que a frota de carros na capital dobrou na última década, passando a marca de 1,4 milhões de veículos, e ainda sendo emplacados 59 carros de passeioem média por dia (OLIVEIRA, 2012). Como a maior parte das reclamações de falta de táxi se dá no horário de pico da tarde, é compreensível esta visão. O taxista Ismael Matos, com 14 anos de atividade, relata que “uma corrida que fazia em dez minutos, hoje faz em meia hora” (BRASIL, 2012).A soma de fatores como fiscalização ineficaz, a inexistência de um plano de contingência, obras ao mesmo tempo e o efeito da frota contribuem para instalar um caos na cidade (OLIVEIRA, 2012).

Percebe-se, portanto, uma dificuldade de diálogo e consenso entre as partes, os quais cada um orienta a discussão ao que melhor lhe convém, muitas das vezes, ocultando ou ignorando diversos problemas pertinentes ao debate. E por se tratar de um sistema, devem-se buscar todos os problemas e avaliar ao menos os principais relativos ao tema.

Será considerado o pressuposto que a origem do problema pode ser de todos os envolvidos, seja taxista, centrais de táxi, órgãos gerenciadores ou representativos e o próprio usuário do serviço, com a seguinte análise em quatro fatores norteadores: Sazonalidade do serviço, avaliando os indicadores utilizados para estudo da demanda do serviço e suas respectivas variações; Sistema tarifário, com análise da planilha orçamentária e problemas ocasionados pelo método utilizado; Rede de atendimento, mapeando a rede de pontos da cidade, empresas e cooperativas de chamada à distância e respectivas deficiências operacionais; e Cultura organizacional, com avaliação de métodos utilizados para gerenciar o sistema e pontos que interferem na abordagem integrada dos fatores pertinentes.Teve-se a preocupação de análise de inserção e tratamento do fator “Mobilidade”. No entanto, percebeu-se que o tema já está sendo tratado amplamente no setor. Foi avaliado que este fator é sim relevante ao tema, contudo não será aqui analisado com o objetivo de que os outros fatores acima citados possam se tornar mais evidentes no debate e ganhar a mesma amplitude e relevância que merecem na discussão.

Este artigo irá fundamentar-se principalmente por documentos e periódicos disponibilizados na biblioteca da BHTRANS – Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte S/A, bem como entrevistas a funcionários específicos do órgão gerenciador, sindicato dos taxistas, cooperativas e centrais de táxi e questionários aplicados a taxistas e usuários do serviço de táxi da cidade de Belo Horizonte (MG). Serão utilizadas também, matérias de jornais e revistas de grande circulação ou específicos que circulam no setor.

Conceito do serviço de táxi

De acordo com a ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos (2003, p.4), “o transporte de passageiros por táxi é classificado como um serviço de utilidade pública, de interesse eminentemente local, cuja competência administrativa está a cargo exclusivo do poder público municipal”, sendo que a operação do serviço de dará de forma direta, cabendo ao município executá-la, ou de forma indireta, transferindo a terceiros através da delegação de serviços, via licitação pública, conforme artigos 30 e 175 da Constituição Federal. O 4º artigo da Lei de Nº 5.953, de 31 de julho de 1991 esclarece que a BHTRANS, sociedade de economia mista criada por esta mesma lei, é a responsável por todo planejamento, organização, direção, coordenação, execução, delegação e controle da prestação dos serviços públicos relativos a transporte coletivo e individual de passageiros, tráfego, trânsito e sistema viário do Município de Belo Horizonte. O táxi realiza itinerários livres entre pontos quaisquer da cidade, tendo a função de atender às demandas de transporte individual de passageiros, com embarque por acesso direto do usuário ou via chamada à distância (telefone).

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