Apostila Planejamento Estratégico Governamental

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ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO GOVERNAMENTAL material instrucional complementar

Material Instrucional complementar produzido para dar suporte à disciplina Planejamento Estratégico Governamental do curso de Especialização em Gestão Pública Municipal, na modalidade à Distancia (EAD) da UFVJM..

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Planejamento Estratégico Governamental        Ed Lima

1        BASE CONCEITUAL DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

2        QUADRO EVOLUTIVO DO PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL NO BRASIL 3        PROCESSO DE FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA

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Planejamento Estratégico Governamental        Ed Lima

1        BASE CONCEITUAL DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Na maior parte da literatura sobre a trajetória evolutiva do planejamento

estratégico pode-se observar a inspiração de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), quando identificaram dez momentos distintos na evolução do pensamento estratégico no mundo organizacional.

Cada um daqueles momentos ou escolas estratégicas enfatiza alguma característica importante na formação de estratégias e apresenta uma perspectiva diferente. O fato é que, não obstante as limitações ou excessos daquelas perspectivas e características, a maioria delas está refletida no atual exercício do planejamento estratégico nas organizações de qualquer natureza.

Na trajetória evolutiva do pensamento estratégico pode-se verificar a utilização crescente de termos como “vantagens competitivas duradouras”, “força-motriz”, “posicionamento, “competências essenciais”, “configuração”, etc. Tais postulados vêm traçando os limites do pensar e do fazer organizacional num contexto globalizado e turbulento.

Seja qual for a sua perspectiva ou abordagem, o planejamento estratégico ressurge no novo milênio como o principal instrumento de gestão para reunir os recursos organizacionais num arranjo adequado à condução da organização para um futuro almejado. No entanto, o termo planejamento estratégico sofreu mudanças substanciais em seu significado e conteúdo, fazendo emergir um novo sentido manifestado em expressões como administração estratégica, gestão estratégica ou gerenciamento estratégico.

A ideia subjacente nestas concepções está centrada na concretização das estratégias formuladas, sejam elas determinadas pelo uso racional de técnicas voltadas para o controle do ambiente, sejam elas produto de uma dinâmica organizacional processada num contexto singular, onde se privilegia a participação dos atores organizacionais como um todo. No que tange à implementação das estratégias, há que se render às dificuldades que se tornaram senso comum na crítica do planejamento estratégico, como: a alienação das pessoas da organização em relação aos planos formulados e a falta de integração na estrutura divisional, o que distancia os níveis corporativo e operacional.

De fato, no início dos anos 90 pesquisas apontavam uma série de problemas relacionados à implementação das estratégias formuladas. Uma síntese dessa situação

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pode ser vislumbrada no quadro seguinte:

Planejamento estratégico e elementos do Clima Organizacional nas organizações brasileiras1

Descrença nas ações de resultados futuro mais distantes

Alienação das pessoas XAtores interessados

Falta de integração na estrutura divisional do aparelho estatal Descontinuidade

Desconexão entre Planejamento e Gestão Imposição de vinculação orçamentária prévia

Esvaziamento do conteúdo estratégico X ênfase no conteúdo operacional “Administração Paralela”

Cultura do “planejar é uma coisa, fazer é outra”

A propósito, Drucker (1994) ensina que o crescimento do porte e da complexidade estrutural das organizações combinados com a aceleração do ritmo de mudanças ambientais passam a exigir das entidades a capacidade de, não só formular, mas de implementar estratégias que permitam superar seus crescentes desafios.

A esse respeito Igor Ansoff entende que o planejamento estratégico é um método que transforma a capacidade da organização em uma nova cultura apta à constante adequação ao ambiente. (Ansoff, Declerk e Hayes, 1981).

A mesma linha de pensamento é compartilhada por Certo (2002) e Wright et al (2000). Da afirmação do primeiro autor, conclui-se que a administração estratégica é um processo contínuo e iterativo que visa manter a organização como um conjunto adequadamente integrado ao seu ambiente. Para o segundo, a administração estratégica consiste

(…) na estruturação e adaptação compatíveis entre a organização e seu ambiente externo, a razão da existência da organização (missão) deve ser definida dentro das forças ambientais, bem como no contexto dos recursos da organização (pontos fortes e fracos).

1       LIMA, Edinicio O. Pesquisa de Clima. Extraído de artigo produzido no Master in Business and Administration-FIA-FEA-USP,1994.

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Segundo esses mesmos autores “toda organização existe dentro de uma