Artigo RAE

Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS

Componente Curricular: Antropologia para Administradores;

Ano/semestre: 2015.1;

Professor: Adelmir Fiabani;

Acadêmico (s): Daniele Vier, Juliana Kern, Rodrigo Morschbacher, Thays Theobald;

Bailes de antigamente

Relato de Jacó Theobald de 66 anos, casado com Erica Schreiner de 76 anos.

Tipos de bailes:

• Baile de chão batido;
• Baile de dama (cada pessoa recitava um Poema/poesia);
• Bailes de Kerb (geralmente quando era aniversário do município - 3 dias de festa);
• Bailes de Carnaval (os Blocos de Carnaval faziam os bailes só dentro dos clubes. Não existiam QGs);

Entrada:

• Os homens sempre pagavam;

Idade para frequentar:

• Não havia idade mínima para entrar; As moças dançavam com os tios, primos, irmãos. A maioria dos rapazes ficava só olhando quase o baile todo, até tomar coragem. Era tudo mais lento do que hoje em dia;

Alguns bailes de Cerro Largo e interior:

• Baile no Clube Cruzeiro do Sul (onde era o antigo Fórum) = para quem tinha maior poder aquisitivo;
• Clube Cultural (próximo à Industrial Busse Ltda.) = pessoas mais humildes;
• “Bailanta” dos Hendges (atual Distribuidora de Bebidas Romeu Loeblein): todas as pessoas;
• “Bailanta” na Esquina Gaúcha e Tremônia: todas as pessoas (do interior do município ou do centro).

Bebidas:

• Cerveja “caseira” ou Chopp;
• Tinha uma cervejaria em Cerro Largo e uma Gasosaria em Santo Antônio baixo;
• Utilizavam canecos grandes de porcelana para o Chopp. Utilizavam copos de vidro ou bebiam no bico a cerveja;
• Para gelar a bebida usavam caixas grandes com serragem e gelo (que era comprido, em torno de 1 metro a barra de gelo), não existia congelador;

Comida:

• Serviam “apenas” linguiça e cuca, como nos atuais bailes de Oktoberfest;

Roupas:

• Anos 70: calças boca de sino e camisa social;
• Antes disso: Calças normais com a bainha dobrada para fora, ou terno (composto por camisa de manga comprida com abotoaduras, colete por cima da camisa e casaco por cima do colete);

Instrumentos Musicais:

• Inicialmente, em Cerro Largo, usava-se apenas um ou dois instrumentos. Geralmente a gaita e o rabecão (que era levado para o baile encima de um burro ou cavalo);
• Depois, surgiram as bandas maiores, com mais instrumentos. Vinham para Cerro Largo a Banda de Santo Cristo e a Banda Schreiner;

Bailes de antigamente

Relato do músico Ewaldo Morschbacher de 85 anos, casado a mais de 50 anos com Maria Ana Morschbacher de 83 anos.

        O casal residia em São Luiz Gonzaga que, com o tempo, tornou-se parte da cidade de São Paulo das Missões. Ambos eram colonos, mas, aos finais de semana, Ewaldo tocava em festas, bailes e casamentos. Já durante a semana os músicos se encontravam na residência de algum dos oito integrantes, para poder ensaiar. Sua esposa Maria Ana ficava responsável pelas tarefas da propriedade, bem como cuidar dos seus nove filhos.

        Os primeiros bailes que Ewaldo se recorda aconteciam uma a duas vezes por mês. Bailes onde não se cobrava entrada, porém, o homem que tirava uma mulher para dançar, precisava dar uma contribuição, para isso, havia homens que, com seus chapéus recolhiam o dinheiro, onde uma parte era destinada aos músicos.

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