Burnout e a gestão escolar
Por: sjsergio • 28/10/2016 • Trabalho acadêmico • 1.718 Palavras (7 Páginas) • 318 Visualizações
CURSO | Pedagogia | SEMESTRE | 2016. I |
DISCIPLINA | PROJETO INTEGRADOR VI | PERÍODO | 5º E 6 |
PROFESSOR | |||
ACADÊMICO (S) | Caroline S. de Oliveira – Gabriela Bonato – Janaina Zanon R. Stellfeld | ||
6. Objetivos
6.1 Objetivos Gerais
Incentivar a utilização da musicoterapia como tratamento na diminuição da síndrome de Burnout em gestores e professores do quinto ano do ensino fundamental.
6.2 - Objetivos Específicos
Conceituar Síndrome de Burnout;
Analisar de que forma a Musicoterapia pode contribuir na diminuição da Síndrome de Burnout em Gestores e Professores do quinto ano do ensino fundamental;
Demonstrar na Prática trabalho realizado com a Musicoterapia em estágio obrigatório com Gestora e Professoras de escola particular do quinto ano do ensino fundamental;
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1º Capítulo
CONCEITURAR A SÍNDROME DE BURNOUT;
O Burnout surge como uma resposta às expectativas alheias que incidem sobre o profissional, influenciando-o emocional e pragmaticamente. Isto ocorre principalmente no trabalho, naquelas situações em que existem demandas altamente estressantes e que demandam tempo e energia (REINHOLD, 2004). A principal manifestação dessa situação, no caso docente, é quando sentimos que os outros são dependentes de nós ou precisam de nossa ação, de modo que o bem-estar alheio se relacionaria diretamente à resposta do profissional perante as exigências discentes (LIPP, 2002; LIPP e NOVAES, 2003).
Quando o corpo e a mente do profissional estão intensamente tensos, ele poderá desenvolver fadiga física e emocional. O Burnout, portanto, se manifesta também fisicamente, sendo uma resposta mental e emocional para níveis constantes de alta tensão. Caracteriza o Burnout os sentimentos de desespero, impotência, cinismo, ressentimento e fracasso, bem como a estagnação profissional e redução da produtividade (SILVA e CARLOTTO, 2003). Estas reações de estresse poderão resultar em níveis de depressão ou infelicidade que eventualmente ameaçam o emprego do sujeito, seus relacionamentos e sua saúde. O Burnout é comumente associado às situações em que uma pessoa se sente sobrecarregada pelo trabalho, subvalorizada, confusa sobre suas expectativas e prioridades, preocupada com a segurança do emprego, sobrecarregada com responsabilidades ou mesmo desvalorizada financeiramente (CARLOTTO, 2002).
O Burnout não é simplesmente estresse excessivo. Pelo contrário, é uma reação humana complexo de curso estressante, se referindo à sensação de que seus recursos internos são insuficientes para a gestão das tarefas e situações que lhes são apresentadas: “Os sinais e sintomas de esgotamento são semelhantes àqueles de estresse, mas o Burnout inclui uma exaustão emocional associada a uma atitude negativa para com o trabalho e, talvez, para com a vida. ” (REINHOLD, 2004)
As mudanças no ambiente de trabalho associado a um sentimento de falta de controle sobre as condições laborais são as principais causas do estresse e podem facilmente se desenvolverem em um quadro de Burnout se não trabalhados (LIPP e NOVAES, 2003). O Burnout permeia cada ocupação profissional; no entanto, pensa-se ser mais prevalente entre profissionais de serviços de atendimento às pessoas na área de saúde e educacional:
Décadas atrás, os pesquisadores começaram a explorar as taxas de fadiga emocional e física entre aqueles cujos postos de trabalho atendessem às necessidades emocionais de outros. Uma pesquisa feita entre aqueles profissionais nas profissões de serviço humanos levou a um entendimento geral do Burnout como um sentimento de não ser capaz de dar a outro aquilo que é próprio de si mesmo. (CARLOTTO, 2003, p.16)
Embora todos os profissionais estejam sujeitos a experimentarem o Burnout, ele é especialmente comum entre os professores, membros do clero, profissionais de saúde e cuidadores, de modo que tais trabalhos apresentam como constância a existência de relações pessoais que acarretam estresse crônico com as demandas alheias. O Burnout então é o resultado final de um corpo cansado, de uma mente exausta em uma pessoa emocionalmente esgotada (BENEVIDES-PEREIRA, 2002). O indivíduo poderá ser incapaz de dormir ou incapaz de ficar acordado, apresentando comportamentos escapistas e demais ações que possam evitar (mais) sentimentos negativos; os relacionamentos, tanto no trabalho quanto fora dele, poderão ser prejudicados (LIPP, 2002).
No entanto, segundo Reinhold (2006, p.64), entre os professores, o Burnout é dimensionado pelo sentimento de frustração e exaustão ao trabalho desempenhado, sentimento este proveniente da falta de contribuição e apoio por parte de um sistema educacional, que se encontra falho em algumas áreas, mas que, porém, continua a fazer exigências ao professor, das quais a maioria necessita de recursos que fogem da sua alçada.
É correto afirmar, porém, que a gestão escolar pode desempenhar um papel importante nas questões relativas ao Burnout do corpo docente:
Racionalizar as tarefas administrativas, criar um espaço e tempo para que os professores compartilhem ideias e aprendam uns com os outros, encorajar a cooperação entre profissionais da educação, iniciar e valorizar as inovações, criar um sistema de tutela dos profissionais com mais experiência para com os novos colegas: todos estes são passos possíveis em uma equipe educacional bem gerida. (CARLOTTO, 2002, p.26).
A criação de um bom clima no espaço destinado aos professores também é crucial para os docentes permanecerem motivados e positivamente envolvidos. Isso porque o ensino é um trabalho solitário; apesar de estarmos com nossos alunos o tempo todo, não são os alunos, mas os colegas trabalhadores que formam a comunidade profissional. Deste modo, suas ideias são importantes e sua apreciação do trabalho mútuo é significativa (REINHOLD, 2004). Então, o que proporcionaria um ambiente saudável para relações profissionais desse quilate?
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