Caso moodys

CASO MOODY_S

Uma emissão privada geralmente possui um risco binário, ou seja, quando você financia uma empresa, a mesma lhe paga uma taxa de juros, essa taxa de juros pode ser composta com a taxa de juros do mercado proposta para um vencimento determinado mais o premio de risco, onde esse premio de risco, é determinado basicamente pela percepção que o mercado tem sob a qualidade de crédito e eventualmente pode haver um desconto relacionado com a garantia que essa emissão tiver. O que aconteceu: Conforme o escândalo da lava jato foi desenvolvido, diversos contratos entre empresas públicas e essas empreiteiras, esses contratos eram feitos a partir de corrupção, isso acabou congelando o mercado, dado a importância do governo para determinadas empreiteiras, ou seja, quem seriam as pessoas que financiariam essas empresas sabendo que todas estavam sendo investigadas e não saberiam como se portariam perante o mercado.

Algumas semanas atrás tivemos o Marcelo Odebrecht preso, sendo indiciado, hoje também podemos ver que as contas da Suíça tiveram pagamentos de propinas, o que confirma a delegação premiada do Paulo Roberto da Costa, indicando cada vez mais a ligação dessas empreiteiras com a corupção.

Com todas essas informações na ótica de risco, uma emissão privada, ela conta  com a seguinte estrutura:  Você investe um valor e fica de receber como por exemplo o CDI mais uma determinada taxa em um prazo estipulado, então diariamente, os agentes do mercado enviam uma marcação para a ANBIMA, em especial para debentures,  a ANBIMA coleta esses preço, fazendo um tratamento estatístico e a partir daí apura –se uma média para pode obter uma aproximação de que são esses preços, no entando conforme mencionado no evento da OAS, em janeiro,  a OAS não pagou o juros referente uma determinada emissão, e a marcação a mercado dessa emissão começou a contar com a possibilidade de calote, ocasionado a perda do juros mais a possibilidade da perda do seu principal.

Com o mercado tendo dificuldade para financiar essas empresas, as mesmas necessitam cumprir seus vencimentos, existem duas saídas para essas empresas cumprirem seus vencimentos: uma delas seria o refinanciamento outra forma seria diminuir seu caixa ocasionando a perda do seu operacional, isto é, sem capacidade de pagamentos das contas diárias como exemplo funcionários, acontecendo isso com a OAS.

Outro ponto importante a ser mencionado seria que por lei alguns investidores  não podem investir seus recursos em ativos que tenham um determinado ratting abaixo de um determinado nível, como fundos de pensões estrangeiros não podem aplicar seu dinheiro em ativos de renda fixa de países que não detenham um certo grau de investimento, a questão é: Quando essa  empresa que  sofre este downgrade, esse fundos de pensões irão precisar vender esse  ativos em algum  momento, vai ocorrer uma necessidade de venda por parte desses players isso naturalmente afeta o preço, como lei da oferta e demanda. O investidor que está de fora vai possuir o risco maior e vai acabar pedindo um juros maior. Será que elas vão conseguir recuperar o seu valor de face? Como muitos investidores acabaram levando calote não conseguindo recuperar seu valor principal havendo até perdas.