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Departamento de Engenharia de Produção - DEPR

Por:   •  15/8/2016  •  Resenha  •  505 Palavras (3 Páginas)  •  174 Visualizações

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Universidade de Brasília

Faculdade de Tecnologia – FT

Departamento de Engenharia de Produção - DEPR

Sistemas de Produção Enxuta - SPE

Renan Silveira Holtermann

10/0121683

Sistema Volvo de Produção

A crise do Petróleo nos anos 70 tornou a competição entre as empresas automobilísticas mais intensa devido a queda na demanda. Este fator ainda gerou uma crise entre os operários devido a criação de fortes sindicados e a politização do proletariado, de forma que as relações trabalhistas passaram a serem repensadas. Este foi, sem dúvida, um cenário que permitiu um amplo espaço para inovação, melhoria e reposicionamento das organizações automobilísticas. A Volvo é um caso a ser estudado neste período.

        A Volvo lançou em Kalmar uma planta adaptada às necessidades humanas. Uma inovação, tendo em vista que as plantas anteriores eram voltadas para altas produções. Em Kalmar, a sua característica principal é a média produção, permitindo que o trabalho seja adaptado ao trabalhador e não o inverso. A planta de Kalmar evoluiu para a planta criada em Uddewalla cuja atingiu a evolução máxima que qualquer modelo de produção já conseguiu atingir e operar em termos organizacionais.

        A planta de Kalmar foi o primeiro projeto Sociotécnico em sua nova unidade fabril automotiva, que possuia a meta de fabricar 30000 unidades por ano. Especificações como forma dos prédios, o layout de distribuição do pessoal, as condições de meio ambiente (temperatura, iluminação, ruídos, etc..), foram concebidos visando proporcionar uma organização das condições de trabalho da maneira mais otimizada possível em conjunto com o projeto de engenharia da instalação industrial. Alguns autores acreditam que esta planta foi o primeiro exemplo de uma planta para manufatura automobilística, onde a técnica é planejada às necessidades dos homens, em contraposto a prática até então praticada pelos sistemas de produção em massa e japonês, dando assim um passo decisivo na concepção de uma nova tecnologia para a organização do trabalho.

        Já Uddewalla, surgiu da evolução de Kalmar, esta nova planta foi projetada para ser uma evolução da experiência em Kalmar, fazendo da mesma um projeto antropocêntrico, onde todas as atividades estariam centradas nos trabalhadores. Nesta planta, os trabalhadores tiveram um maior envolvimento desde o seu início. Este envolvimento compreendia diversos aspectos, desde a organização da produção até a seleção e formação das pessoas que seriam contratadas. Além disso, eram exigências básicas, impostas pelo sindicato, um ciclo de trabalho máximo de 20 minutos, o ritmo de trabalho era fixado pelo operador e não pela máquina, montagem estacionária sem a presença de esteiras e a montagem dos veículos não exceder 60% do tempo de trabalho.

        O fechamento das fábricas de Kalmar e Uddevalla nao significou a morte do sistema Volvo de Produção que foi concebido nas plantas de Kalmar e Uddewalla, significou o êxito de um sistema que projeta sua produção conforme a necessidade e enriquecimento do trabalho humano, numa perspectiva de dotar a organização de inteligencia e aprendizado sustentando a melhoria continua.

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