EDUCAÇÃO INTEGRAL - APRENDIZAGEM PERMANENTE E O CURRÍCULO INTEGRADO NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO CRÍTICO
Por: Naiara Bispo • 25/10/2018 • Trabalho acadêmico • 2.114 Palavras (9 Páginas) • 413 Visualizações
EDUCAÇÃO INTEGRAL - APRENDIZAGEM PERMANENTE E O CURRÍCULO INTEGRADO NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO CRÍTICO.
RESUMO
A ideia utópica de formação integral do ser humano possui forte conotação política, a temática está relacionada às políticas educacionais de ampliação do tempo escolar. Diante disso, este estudo discutiu a Educação Integral diante dos conceitos apresentados para que a mesma possa se justificar diante da Educação básica e suas limitações como objetivo geral. Salientou-se ainda a aprendizagem permanente e o currículo integrado que favoreça o pleno desenvolvimento da pessoa humana, funcione como ferramenta para formação de um cidadão crítico, sendo os objetivos específicos. A metodologia utilizada para o embasamento teórico teve como base pesquisa bibliográfica.
Palavras – chave: Educação Integral; Aprendizagem Permanente; Currículo Integrado.
INTRODUÇÃO.
Atualmente, a sociedade brasileira tem passado por um período de calorosas discussões acerca de um único tema que é a política, e os discursos deste contexto revelam indivíduos alheios à realidade, alienados, inconsequentes, fragilizados, desinstruídos, desinformados, influenciados, parte com bagagem literária, mas com pouca compreensão do conteúdo absorvido e contextualizado com a situação a que estão sendo expostos, assim, fica clara a pobreza da Educação no Brasil que, tem deixado de formar cidadãos, possivelmente, limitada a instruir, ainda assim, com dificuldades.
Considero como cidadão o indivíduo membro do Estado que usufrui de direitos civis e políticos por este, garantidos e desempenha os deveres que, nesta condição, lhe são atribuídos. Dessa forma, dentre os direitos do individuo esta a Educação. Posto isto, seria a Educação Integral uma alternativa ao desenvolvimento critico dos indivíduos para que possam exercer de fato a cidadania? A Educação Integral com base na aprendizagem permanente e no currículo integrado apresenta possibilidades e desafios; as propostas de inovação diante do projeto político pedagógico, o currículo, as práticas educativas, os recursos, os agentes educativos, espaços e tempos são construídas, permanentemente avaliadas e reorientadas a partir do contexto, do aluno.
Para compreensão da Educação Integral partimos do conceito da Educação de modo geral, por conseguinte, a contextualização da Educação Integral e sua estruturação física e pedagógica considerando que, o Projeto Político Pedagógico engloba a Aprendizagem Permanente e o Currículo Integrado.
2. DESENVOLVIMENTO.
Com o intuito de conceituar e contextualizar a Educação Integral é necessário considerar a Educação como sendo tudo aquilo que pode modificar e desenvolver o ser humano, contudo, é preciso salientar que o contexto da Educação esta além do objetivo de instruir e ensinar, pois a mesma não se esgota no que rege a legislação, pleno desenvolvimento da pessoa humana, uma vez que, “nascemos fracos, precisamos de forças; nascemos estúpidos, precisamos de juízo. Tudo o que não temos ao nascer, e de que precisamos quando grandes nos é dado pela educação (ROUSSEAU, 1999, p. 8)”. Nesse sentido, Libâneo (2002, p.26) define a educação como “[...] fenômeno plurifacetado, ocorrendo em muitos lugares, institucionalizado ou não, sob várias modalidades”. Corrobora Brandão enfatizando que, a educação ocorre a partir do momento em que se observa, entende, imita e se aprende; e este processo não ocorre somente dentro de uma sala de aula, onde existe um professor, formado para educar (BRANDÃO, 1985, p. 7). Diante disso, de que forma a Educação Integral poderia ser considerada significativa na formação do cidadão.
2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO INTEGRAL.
A Educação Integral se caracteriza pela ideia de uma formação “mais completa possível” para o ser humano, embora não haja consenso sobre o que se convenciona chamar de “formação completa” e, muito menos, sobre quais pressupostos e metodologias a constituiriam. Apesar dessa ausência de consenso, é possível afirmar que as concepções de Educação Integral, circulantes até o momento, fundamentam-se em princípios político-ideológicos diversos, porém, mantêm naturezas semelhantes, em termos de atividades educativas (BRASIL, 2009, p.16)[1].
Partindo do pressuposto de que a Educação em sentido amplo esta além da instrução quanto aos conhecimentos científicos, a Educação Integral pode ser apontada como uma proposta contemporânea, mas vem sendo discutida há tempos no Brasil, o ideário anarquista presente no final do século XIX e início do século XX previa: (...) o estudo de autores libertários extraindo deles os principais conceitos educacionais como o de “educação integral”, oriundo da concepção de Robin. (SAVIANI, 2011, p. 182), que objetiva garantir o desenvolvimento do sujeito visando à centralidade do mesmo no processo educacional destacando a singularidade de cada pessoa na construção da sua formação, reconhecendo as crianças e os jovens como sujeitos de direito.
A educação integral reconhece a pessoa como um todo e não como um ser fragmentado, por exemplo, entre corpo e intelecto. Que esta integralidade se constrói através de linguagens diversas, em variadas atividades e circunstância. O desenvolvimento dos aspectos afetivo, cognitivo, físico, social e outros se dá conjuntamente (MAURÍCIO 2009, p. 54-55).
A ideia de Educação Integral vem sendo introduzida no cenário da educação nacional antes mesmo da promulgação da Constituição Federal de 1988, que por sua vez, abre as portas para a consciência do direito à educação pública de qualidade para todos. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu artigo 34, prevê o “aumento progressivo da jornada escolar para o regime de tempo integral”. O Plano Nacional de Educação, de 2001, defende o tempo integral e a ampliação da jornada escolar, como uma de suas principais diretrizes. A proposta do novo Plano Nacional de Educação prevê que metade das escolas públicas brasileiras ofereça a educação integral aos seus alunos por meio da ampliação da jornada, firmando, portanto, a necessidade de que a escola atenda em tempo integral. Tal articulação está descrita na meta 6, oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de educação básica, do referido Plano[2].
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