EMPREENDIMENTO NAS FAVELAS
Por: Ayslan Melo • 17/11/2015 • Artigo • 2.091 Palavras (9 Páginas) • 233 Visualizações
Empreendedorismo nas Favelas Cariocas[1]
Ayslan Melo Medeiros França*
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo, analisar a importância do empreendedorismo no setor comercial das grandes comunidades do Rio de Janeiro, seu crescimento e/ou surgimento e real relação com a economia nacional e do estado carioca identificando as contribuições relativas à geração de empregos, renda e desenvolvimento para as favelas em que se situam, apontando os nichos aos quais estão relacionados os principais ramos desenvolvidos nas comunidades e com isso citar qual ramo mais rentável e relatar como o governo de estado favorece ao crescimento e/ou surgimento dos novos empreendedores. Para tanto, fora realizado uma breve análise de dados relativos a todo empreendimento nas favelas cariocas e a partir desta apontar os benefícios de se apostar no setor.
Palavras-chave: Empreendedorismo. Comunidades. Favelas. Rio de Janeiro. Economia.
Introdução
“Ninguém empreende sozinho em chega ao topo. Todos os empreendedores de sucesso sempre receberam suporte de pessoas que acreditaram no seu sonho e os acompanharam até a sua realização. DORNELAS, José Dornelas”.
Viver numa favela já é um empreendedorismo. Para empreender numa favela tem que ser alguém criativo e inovador, pois o ambiente de negócios e as oportunidades, dependendo da localização geográfica da favela, podem ser boas ou ruins. Com o crescimento desordenado das grandes metrópoles, a procura por emprego e oportunidades expande-se aos quatro cantos do Brasil. Faz-se necessário identificar quais os destaques relativos à criação e/ou idealização de um negócio e sua manutenção diante da concorrência e como este mercado agrega ao PIB nacional e do estado do Rio de Janeiro.
Como referência acerca do tema, utilizamos os comentários de Afonso Ferreira, comentarista de economia do portal UOL, que utiliza conjuntamente dados oferecidos pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) especificamente do estado do Rio de Janeiro.
Este projeto de pesquisa serviu como base de informações a cerca do empreendedorismo nas comunidades carentes cariocas, que por sua grande movimentação financeira, poderá mostrar sua importância e respeito no mercado.
Todo esse projeto destinou-se a todos os interessados na economia local do RJ e seu impacto na economia do Brasil, de modo a agregar-lhes conhecimento ou aprimoramento sobre o tema.
O objetivo geral do projeto analisou a importância do empreendedorismo no setor comercial das grandes comunidades do Rio de Janeiro, seu crescimento e/ou surgimento e real relação com a economia nacional e do estado carioca, bem como Identificar as contribuições relativas à geração de empregos, renda e desenvolvimento para as favelas em que se situam; apontar os nichos aos quais estão relacionados os principais ramos desenvolvidos nas comunidades e com isso citar qual ramo mais rentável e relatar como o governo de estado favorece ao crescimento e/ou surgimento dos novos empreendedores.
A pesquisa teve como delimitação as comunidades (favelas) do Rio de Janeiro-RJ e desta forma utilizaremos apenas análise de dados. Esta modalidade de pesquisa definida por Gil (2009, p. 156) teve por objetivo organizar e sumariar os dados obtidos de tal forma que possibilitem o fornecimento de respostas aos problemas propostos para a investigação. A partir desta análise, a sua interpretação teve como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que acontece mediante sua ligação a outros conhecimentos obtidos.
1. Todo conjunto de habilidades e competências que estão relacionadas à criação e idealização de novos projetos, sejam eles, técnico, cientifico ou empresarial (foco desta pesquisa) nos ajuda a entender um pouco sobre o conceito de Empreendedorismo, que para Robert D. Hisrich, em seu livro “Empreendedorismo” denomina-se como o processo de criação de algo novo e com valor agregado, dedicando-se tempo e esforços necessários assumindo riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo em troca recompensas da satisfação econômica e pessoal. Este conceito de risco fora apresentado em 1967 com Kenneth E. Knight e em 1970 com Peter Drucke, afirmando que uma pessoa empreendedora precisa arriscar em algum negócio.
“Empreendedorismo é aprendizado pessoal, que impulsionado pela motivação, criatividade e iniciativa, busca a descoberta vocacional, a percepção de oportunidades e a construção de um projeto de vida ideal.” (MENEZES, Robert. Metodologia para Gestão do Processo de Formação Empreendedora em Universidades - Locus Científico, 2007. pp.72-78).
No Brasil, o empreendedorismo se mostra com força a partir de 1990. Como característica nata dos brasileiros, a disciplina, ousadia, inovação persistência, visão, coragem e sobre tudo humildade se destacam e impulsionam este povo rumo aos negócios.
A visão de que periferia está associada diretamente a falta de dinheiro. Hoje, já se tem confirmado a presença de pontos comerciais de alta rentabilidade. Segundo dados do Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, apontou que 6% da população brasileira vivem nas favelas, chamados também de “aglomerados subnormais”. Com essa superpopulação o consumo e busca por serviços logicamente aumentam, uma vez que toda compra realizada pela população basicamente é feita dentro da favela. Isto acontece porque o poder de compra aumentou e a circulação de pessoas nesses locais é muito grande. "É natural que as áreas periferias se tornem grandes centros comerciais", diz Claudia Bittencourt, diretora-geral do Grupo Bittencourt.
Com uma população de 1,7 milhão de habitantes em cerca de mil comunidades, os consumidores das favelas do Rio de Janeiro movimentam R$ 13 bilhões por ano, quase 30% de tudo o que é gasto em todas as comunidades do país. Boa parte desse consumo deve-se ao crescimento da classe C nas favelas cariocas que, em 10 anos, passou de 45% para 66% da população.
“Essa é a renda dos moradores das favelas do Rio. Temos 13% de moradores das classes A e B e 66% de classe C morando nas comunidades. Isso leva ao surgimento de um mercado gigantesco de consumo, que quer comprar produtos que antes só havia no asfalto”, afirmou o sócio-diretor do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, em entrevista ao DIA, durante a convenção anual da Associação Brasileira de Franchising (ABF), na Ilha de Comandatuba (BA).
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