ESTUDO DE CASO: Reposicionando a Ranbaxy
Por: Administrativo Inaiê • 31/3/2016 • Resenha • 1.495 Palavras (6 Páginas) • 884 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA
Fichamento de Estudo de Caso
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Trabalho da Disciplina de Economia Empresarial
Tutor Prof. RICARDO BARBOSA DA SILVEIRA
Porto Alegre
2015
ESTUDO DE CASO
Reposicionando a Ranbaxy
Os Laboratórios Ranbaxy, recebeu no segundo semestre de 1995, prêmio pelo excelente desempenho nas exportações na área de pesquisa e no âmbito geral entre as empresas indianas, isso refletia a história de realizações da empresa no cenário farmacêutico nacional. A Ranbaxy começou a operar em 1962 e nos anos 80, tornou-se uma das dez maiores empresas do ramo farmacêutico na Índia, suas vendas aumentaram dez vez entre os anos de 1985 e 1995, pulando para 7,1 bilhões de Rúpias, ajudando a Ranbaxy a ocupar o segundo lugar no ramo farmacêutico doméstico indiano com 3,8% do mercado, perdendo apenas para a Glaxo que detinha 5,5%, se fossem consideradas as exportações ocuparia o primeira colocação, pois era a maior exportadora de produtos farmacêuticos e a sexta maior em manufatura e a primeira e investimento em pesquisa e desenvolvimento.
O Dr. Parvinder Singh, que herdou de seu pai o cargo CEO da Ranbaxy em 1993, articulava uma missão que tonaria a Ranbaxy uma empresa farmacêutica internacional voltada para pesquisas e com vendas em US$ 1 bilhão até 2003. Tal missão exigia taxas de crescimento superior a 20% nas vendas e expansão no escopo de atuação da empresa em várias direções como: inclusão em mercados em desenvolvimento e desenvolvidos; produção de produtos intermediários e produtos finalizados para o mercado internacional; e engenharia reversa de produtos desenvolvidos por outros laboratórios para descoberta de novos medicamentos.
Contudo, uma empresa voltada para o mercado doméstico (Cipla), obteve participação de mercado superior à Ranbaxy nos últimos meses de 1995, entre 0,1% e 0,2%, levando a Ranbxy a repensar sobre o projeto de internacionalização e seus objetivos estratégicos.
Em 31 de março de 1995, a Índia ocupava o décimo segundo lugar do mercado farmacêutico mundial, com uma receita de 95 milhões de Rúpias (aproximadamente US$ 3 bilhões). Contudo a participação indiana no mercado mundial era de um pouco mais de 1%, embora sua população tivesse ultrapassado os 16% na participação mundial.
O reduzido gasto per capita indiano em produtos farmacêuticos, ocorria devido a baixa renda per capita do país, da mesma forma os gastos com saúde representava uma parcela muito pequena do PIB, menores que países vizinhos. Menos de 5% da população tinha plano de saúde e a demanda por medicamentos não era atendida, principalmente em áreas rurais e concorria com os remédios tradicionais a base de ervas. Na Índia os medicamentos eram vendidos por um valor muito baixo, os valores praticados eram de 1/5 a 1/10 dos valores praticados nos Estados Unidos.
A principal razão pelos preços praticados na Índia era a Drug Price Control Order (DPCO), onde a versão de 1987, estabelecia um adicional máximo de 75% a 100% sobre os custos de produção para os preços domésticos de 143 drogas básicas e produtos a partir destas drogas, que eram consideradas essenciais. O governo demorava a atualizar os preços quando os custos aumentavam. Quando era autorizado o ajuste retroativo gerava um aumento abrupto no lucro das empresas.
O DPCO influenciava uma concorrência non price entre as empresas da seguinte forma:
- Isenção de cinco dos regulamentos para novos princípios ativos e formulações produzidas com tecnologia nacional;
- Isenção de três anos para formulações com novos sistemas de distribuição desenvolvidas pela Índia
Lei Indiana de patentes de 1970 que reconhecia a patente de processos, mas não de produtos encorajava as empresas a trabalharem com a engenharia reversa de drogas importadas, ao invés de desenvolver novos produtos. portanto, os gastos em P&D eram baixos em torno de 1% a 2% das vendas da Índia, em comparação a outros países com Japão entre 8% e 10% e Estados Unidos de 10% a 15%. como o investimento em P&D eram baixos e os procedimentos pouco exigentes de certificação e aprovação contribuíam para a fragmentação da indústria na Índia. As empresas de pequeno porte eram beneficiadas com o pagamento de impostos mais baixos, normas e condições de trabalho menos rigorosos e isenção da DPCO, já as empresas de grande porte eram obrigadas a obter autorizações para aumentar sua produção e a vender, à preços controlados uma parte de seus princípios ativos a empresas de pequeno porte. Resultado 20 mil empresas farmacêuticas registradas entre 6 e 7 mil operando de fato, onde as cinco maiores eram responsável por 19% do total das vendas e as 30 maiores por 58%.
As políticas governamentais tinham influencia nas relações internacionais da indústria farmacêutica indiana. o governo havia imposto várias restrições as empresas estrangeiras, com objetivo de construir uma indústria farmacêutica domestica de baixo custo. Nos anos 90 empresas estrangeiras com mais de 40% das ações nas empresas indianas podiam fabricar somente 66 drogas previamente estipuladas, fabricar localmente, seguindo as mesmas regras das empresas locais com relação a fabricação e venda. As importações eram voltadas para drogas e princípios ativos não fabricados localmente (200 dos 550 fabricados) e nesse sentido as importações também eram controladas por tarifações elevadas que estiveram entre as mais altas do mundo. As restrições e o desprezo por normas internacionais de patentes, reduziam a participação de multinacionais no mercado indiano de 80% em 1970 para 35% em 1990.
As exportações em 1995 foram responsáveis por 20% das receitas industriais farmacêuticas e as exportações eram maiores que a importações entre 15% a 30% em 1991. reflexo do desprezo por normas internacionais de patentes faziam com que as exportações fossem realizadas somente para países que não reconheciam o prazo de 20anos de patente e somente após expirar esse prazo eles ampliavam a rede de exportações.
Era um crescimento de 15% para o mercado farmacêutico indiano a médio prazo, enquanto o crescimento previsto para o âmbito mundial seria de 10%, devido ao aumento da população indiana e os níveis de rendimentos, às melhores condições de infra-estrutura e conscientização sanitária, principalmente na área rural do país. A indústria farmacêutica indiana poderia crescer mais rápido que o mercado doméstico, caso as exportações se expandissem na mesma velocidade que as importações. As reformas reguladoras ligadas a uma liberação geral da economia indiana iniciada em 1991, poderia aumentar a competitividade em termos qualitativo na indústria farmacêutica, essas reformas incluíam: relaxamento no controle dos preços; restrições impostas à concorrência; e, uma provável adoção gradual do regime de patentes que reconhecesse também produtos e não somente os processos.
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