Gestão do Conhecimento
Por: raquelrizzotto • 18/3/2016 • Artigo • 7.274 Palavras (30 Páginas) • 155 Visualizações
UCS – Universidade de Caxias do Sul
MBA em Gestão Estratégica de Pessoas
Gestão do Conhecimento e Aprendizagem Organizacional a importância nas
organizações e a aplicabilidade na Randon Administradora de Consórcios
Raquel Rizzotto Ramos
Resumo
As organizações têm identificado a importância na elaboração das suas estratégias um fator como recurso e de valor o conhecimento, formas de compartilhar e manter a melhoria continua, tendo um ambiente de aprendizagem que propicia a Gestão do Conhecimento, o qual não é algo tão fácil de aplicar, portanto deve ser bem estruturada e utilizar ferramentas que possam contribuir para a organização, para que se tornem competitivas. Na empresa Randon Consórcios pode se observar a presença de aprendizagem organizacional e uma estrutura de gestão do conhecimento.
Palavras chave: conhecimento, gestão do conhecimento, ambiente de aprendizagem
Introdução
O artigo faz um apanhado de referenciais teóricos e definições sobre o conceito de conhecimento e compartilhamento, ambiente de aprendizagem e a gestão do conhecimento esse definido por vários autores, como destacado por SKROBOT (2010) como sendo um processo para criação, captura e armazenamento, disseminação, uso e proteção de todo o conhecimento importante para as empresas. O individuo aprende a empresa aprende, sendo necessário ter uma estrutura de aprendizagem organizacional definida como política de desenvolvimento organizacional vinculada à estratégia da organização e utilizada como instrumento de assimilação do aprendizado das pessoas. Como atributos do sistema de aprendizagem organizacional, também definida por Nonaka e Takeuchi (1999) com um processo de mudança adaptativo influenciado pela experiência passada, concentrado no desenvolvimento ou na modificação de rotinas e apoiado pela memória organizacional.
A gestão do conhecimento “faz parte da estratégia empresarial” (TOLEDO, 2002), levando-as a mensurar com mais segurança a sua eficiência, tomar decisões assertivas com relação à melhor estratégia a ser tomada em relação aos seus clientes, concorrentes, canais de distribuição e ciclos de vida de produtos e serviços, saber identificar as fontes de informações, saber administrar dados e informações, saber gerenciar seus conhecimentos.
Baseado nas definições e teorias aplicou-se uma pesquisa exploratória a gestão da empresa Randon Administradora de Consórcios, levantou-se dados e observações no dia a dia da empresa para verificar a aplicabilidade e entendimento da criação do conhecimento, ambiente de aprendizagem e a gestão do conhecimento.
1 Conhecimento
Para compreender a gestão do conhecimento primeiramente devemos ver alguns conceitos que formulam o conhecimento como: dado que é o registro estruturado de transações, ou seja, genericamente, pode ser definido como um conjunto de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos (DAVENPORT & PRUSAK, 2003). É informação bruta, descrição exata de algo ou de algum evento. Os dados em si não são dotados de relevância, propósito e significado, mas são importantes porque é a matéria-prima essencial para a criação da informação.
A informação é uma mensagem com dados que fazem diferença, podendo ser audível ou visível, e onde existe um emitente e um receptor. É o insumo mais importante da produção humana. São dados interpretados, dotados de relevância e propósito (DRUCKER, 1999, p.32), assim sendo um fluxo de mensagens, um produto capaz de gerar conhecimento. É um meio ou material necessário para extrair e construir o conhecimento. Afeta o conhecimento acrescentando-lhe algo ou reestruturando-o.
O termo conhecimento não possui uma definição única estabelecida e seguida pela literatura acadêmica, alguns autores defendem que o conhecimento é um “objeto” a ser criado, comprado, possuído ou vendido, outros, enfatizam o processo da criação de conhecimento (SPENDER, 2001). Porém, ao inverso das trocas de produtos, que também podem ser comprados e vendidos, o conhecimento aumenta quando se compartilha.
Da mesma forma (RAUPP, 2007, p. 42) afirma que o conhecimento é de difícil estruturação, não possibilita transferência e é de difícil disseminação. Nas organizações o conhecimento está embutido em documentos, processos, rotinas, práticas entre outros. Ele pode ser definido como um “ativo intelectual, mas é mais do que os dados objetivos e explícitos encontrados nas metodologias, nos manuais ou nas patentes de uma empresa. Existe também um imenso, e talvez não reconhecido o valor na especialidade, na sabedoria e na intuição altamente subjetivas e difíceis de codificar dos funcionários”, Price Waterhousecoopers (2000, p. 142 apud GROTTO, 2002, p.108). No contexto das organizações, o conhecimento é entendido como a experiência de seus colaboradores que se acumula ao longo do tempo.
Stewart (2002) enfatiza que o conhecimento esta altamente relacionado com dinheiro, e se a razão de existir das empresas é a obtenção do lucro, faz-se necessário identificar este ativo e como ele pode gerar riquezas. Dá-se então, a importância da gestão do conhecimento nas organizações para obtenção de competitividade e rapidez nas tomada de decisões, tanto da gestão quanto dos funcionários no seu dia a dia.
Sendo assim o conhecimento está enraizado naturalmente na experiência humana e nos contextos sociais, e geri-lo significa prestar atenção às pessoas, as culturas, as estruturas organizacionais e as tecnologias de informação no ponto de vista da sua disseminação e compartilhamento.
No mesmo sentido, Trindade escreve que:
Todo conhecimento torna-se, devido à necessária vinculação do meio ao indivíduo que pertence ao próprio meio, um autoconhecimento. Essa interação faz-se cogente pela gênese unívoca entre os muitos integrantes do mundo da vida, sem olvidar que o homem é um desses integrantes [...] Ocorre, deste modo, um acoplamento estrutural entre o sistema nervoso do observador e o meio, proporcionando, assim, uma mútua transformação/adaptação. O ser é modificado pelo meio ao qual o próprio ser pertence e modifica. "(2007, p. 97).
Segundo DAVENPORT e PRUSAK (2003, p. 6), o conhecimento pode ser comparado a um sistema vivo, que cresce e se modifica a medida que interage com o meio ambiente. Da mesma forma NONAKA e TAKEUSHI (1997, p.63) observam que o conhecimento, diferentemente da informação, refere-se a crenças e compromisso.
Evidentemente que o conhecimento é a relação que se estabelece entre o individuo que conhece ou deseja conhecer e o objeto a ser conhecido ou que se dá a conhecer, e que é fenômeno sócio-histórico, que pressupõe dessa forma diversas perspectivas de abordagem e compreensão.
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