HEWLETT-PACKARD: CULTURA EM TEMPO DE MUDANÇAS
Por: thamycv • 13/5/2018 • Resenha • 739 Palavras (3 Páginas) • 421 Visualizações
2018
A Hewlett-Packard anunciou em 2001 uma aquisição controversa da Compaq Computer, que resultaria numa grande batalha jurídica de Carly Fiorina, presidente da empresa e Walter Hewlett, um membro do conselho da empresa e filho de um de seus fundadores. Fiorina acreditava que a aquisição era fundamental para reerguer as duas empresas, que juntas alcançariam a liderança do mercado. Porém, surgem algumas dúvidas neste processo. Deveria a Hewlett-Packard dobrar a aposta na área de computadores pessoais? Caso continuasse neste segmento, poderia permanecer com suas práticas e valores atuais? Carly Fiorina seria a líder certa para a HP?
A Hewlett-Packard foi fundada em 1939 pelos colegas Bill Hewlett e Dave Packard. Durante as primeiras quatro décadas, a empresa vendia principalmente equipamentos de teste e foi então que surgiu a “HP way”, que consistia na cultura e práticas gerenciais adotadas pelos fundadores. O foco era mais voltado para os lucros do que para o crescimento de receita; trabalho em equipe, gestão de portas abertas, pleno emprego, práticas salariais igualitárias e horários de trabalho flexíveis.
Todas essas práticas, por sua vez, estavam ligadas aos valores dos fundadores quanto à importância dos lucros e das pessoas.
Na década de 90 a unidade de computadores da HP projetava e vendia principalmente sistemas computacionais UNIX de alto desempenho as empresas que não podiam arcar com custo de mainframes da IBM, sua principal concorrente. Após esta fase, os computadores domésticos começavam a crescer em ritmo acelerado.
No final dessa década, a HP começou a vender impressoras jato de tinta de tecnologia própria, sendo líder do setor. O negócio de impressoras atingiu elevados volumes de venda devido o baixo custo. Duas mudanças na dinâmica do setor fizeram com que os principais competidores revissem suas estratégias, devendo manter alto nível de coordenação entre as atividades comerciais através do agrupamento de seus produtos e serviços de modo a suprir as necessidades dos clientes. A segunda mudança envolvia o crescimento da internet em que os usuários queriam comunicações e transações online. Entretanto, com grande concorrência, principalmente da Dell, houve um enfraquecimento do desempenho comercial da HP.
Com as dificuldades do mercado e as mudanças de executivos na empresa, houve a necessidade de um novo CEO para resgatar os valores da HP Way. O conselho considerou como principal canditada Carly Fiorina, que então executiva da Lucent Technologies. Toda sua formação acadêmica e desenvolvimento gerencial na AT&T deram a Fiorina a capacidade para galgar a posição na HP, juntamente as suas características de liderança.
A Hewlett-Packard nomeia Carly Fiorina em 1999 como sua nova CEO, uma mulher carismática e corajosa. Fiorina fez mudanças significativas na organização, sendo a reformulação da imagem da empresa o ponto inicial.
Alguns meses após a nomeação, ela anunciou que a HP adotaria uma estrutura front-back, em que a reorganização combinava 80 divisões operacionais autônomas e voltadas para produtos em duas organizações de vendas e marketing de front-end e duas outras de P&D e produção de back-end.
Fiorina pretendia que as organizações de front-end adquirissem uma visão ampla das necessidades dos clientes e orientassem as unidades de back-end no desenvolvimento de produtos que suprissem as mesmas. Aliado à mudança organizacional, ela estabeleceu metas de crescimento elevadas para seu primeiro ano. Divergindo das práticas anteriores, enfatiza o uso da remuneração para motivar o comportamento executivo, atrelando firmemente incentivos monetários às metas de desempenho (bonificações pequenas pela consecução de metas públicas e bônus muito maiores pela de metas internas mais elevadas).
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