LOGÍSTICA NA PECUÁRIA LEITEIRA DO VALE DO ARINOS: Uma Pesquisa de Campo em Propriedade Rural de Juara/MT
Por: 09091988 • 5/4/2016 • Artigo • 1.989 Palavras (8 Páginas) • 688 Visualizações
LOGÍSTICA NA PECUÁRIA LEITEIRA DO VALE DO ARINOS: Uma Pesquisa de Campo em Propriedade Rural de Juara/MT
Paiva, Ana Paula Costa.
paula.christian@hotmail.com
Tondin, Elaine Janicléia Silva.
elaine.tondin@hotmail.com
Reis, Tainara Hellen dos.
tainarareis.sintiaal@gmail.com
Borchardt, Marcos Aurélio.
borchardt@unemat.br
1 INTRODUÇÃO
Com o passar dos anos alguns produtores de leite vêm se adequando às mudanças tecnológicas do setor de pecuária leiteira. Hoje a maior parte dos produtores encontra-se com ordenhadeira para melhor manuseio do leite, com resfriadores para estocagem temporária da matéria-prima nas próprias fazendas, irrigação para as pastagens entre outras tecnologias que garante assim, a qualidade e o aumento da produtividade do leite in natura.
Segundo o IMEA (Instituto Mato-Grossense Economia Agropecuária), o ano de 2014 foi positivo para a pecuária de leite, apesar de alguns entraves encontrados em determinados meses, o crescimento da produção de leite se manteve, e apresentou aumento de 6,0% em relação a 2013. Já em 2015 a cadeia produtiva do leite tem atravessado um cenário desfavorável, de queda na produtividade (IMEA, 2015). Com isso, os principais insumos também se valorizaram, e é neste ponto que o caixa da propriedade pode ficar negativo, levando os pequenos produtores a repensar o investimento na produção de leite.
A exigência para a produção de leite e a qualidade do mesmo está sendo cada vez mais rígida. Assim cresce o interesse em pesquisas sobre o gerenciamento da cadeia logística, nos segmentos antes da porteira, dentro da porteira e depois da porteira relacionado à produção de leite de vaca e seus derivados. Neste contexto, surge o seguinte questionamento: a logística agropecuária é abordada e observada no contexto das propriedades rurais de produção leiteira no município de Juara/MT?
O objetivo deste trabalho foi identificar a logística do leite da Estância Esperança até o laticínio. Para tanto, tornou-se necessário evidenciar os fatores que o levaram a começar a produção de leite e quais os fatores que o mantiveram até agora na atividade produtiva. A pesquisa foi realizada na propriedade Estancia Esperança cujo proprietário Carlos Eduardo Prado Ruiz já atua no ramo há mais de 40 anos.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O termo agricultura é bem amplo, pois é usado para definir e explicar a produção agropecuária em toda a sua extensão, desde o abastecimento de insumos necessários à produção, até a industrialização e a distribuição dos produtos obtidos. Já o agronegócio é muito intensivo em ciência e tecnologia, com isso ele também apresenta inovação em processos e produtos, todavia através destes detalhes ele se tornou bastante competitivo no mundo globalizado. O Brasil é um dos países que tem como base o agronegócio, usado amplamente em todas as suas ramificações (ARAÚJO, 2007; NEVES, 2005).
A produção de leite bovino também faz parte da lista dos produtos do agronegócio brasileiro e, de acordo com o a produção em 2013/2014 foi considerada um dos produtos que apresenta elevadas possibilidades de crescimento, próximo a uma taxa anual entre 2,6% e 3,4%. Isso corresponde a uma produção de 44,7 bilhões de litros de leite cru no final do período das projeções, 29,8% maior do que a produção de 2013/14. (MAPA, 2014, p. 48)
Sabe-se que o consumo de outras bebidas é bem maior que o de leite. Porém, se for calculado, o consumo de leite chega a ser de 121 litros/ano-habitante no país. No entanto, o leite é matéria-prima para vários outros produtos como iogurte, queijo e margarina. Pesquisas realizadas nos últimos anos mostraram que a cadeia produtiva leiteira nacional ainda é de baixa produtividade. O preço do leite é desestimulante, o investimento em genética é baixo e a renda do produtor também é baixa, como se poderia prever (CIPOLLA, NEVES & AMARAL, 2009).
O sistema agroindustrial do leite, assim como os diversos sistemas agroindustriais ou cadeias produtivas, é formado por diversos agentes que o compõe, sendo os mesmos formados por segmentos “antes da porteira”, “dentro da porteira” e “após a porteira” (ARAÚJO, 2007). No Brasil a produção leiteira é caracterizada por um grande número de produtores familiares, grande heterogeneidade no que diz respeito ao tamanho das propriedades, ao perfil do produtor, rebanho e os sistemas de manejo adotados, preços sazonais em virtude da safra e a entressafra, dentre outras características. (CEPEA, 2015).
Um dos importantes entraves à competitividade dos agricultores familiares é a falta de tecnologia ou ainda, a utilização de tecnologias de forma inadequadas. Neste contexto, existe um esforço considerável de desenvolvimento destas tecnologias voltadas para os agricultores familiares. Grande parte deste esforço está sendo dedicado ao desenvolvimento e difusão de tecnologias de processo, de materiais e de produtos e serviços.
O baixo nível tecnológico dos agricultores familiares brasileiros não pode ser explicado apenas pela falta de tecnologia adequada; ao contrário, em muitos casos, mesmo quando a tecnologia está disponível, esta não se transforma em inovação devido à falta de capacidade e condições para inovar (BATALHA, BUAINAIN, FILHO, 2005).
O alto custo dos produtos agropecuários também conta muito, pois nem sempre o preço do leite cobre tais despesas. Os produtores nem sempre estão em condições para aderirem às tecnologias disponíveis, como, por exemplo, ordenhas mecanizadas, tanques resfriadores de leite, devido ao alto custo dos mesmos. Com a baixa de preços ao produtor que o leite sofre constantemente, as receitas não supre todas as despesas da propriedade. Desta maneira, em muitos casos, alguns produtores têm partido para outra área de atuação, usando o leite somente como complemento (BATALHA, BUAINAIN, FILHO, 2005).
3 METODOLOGIA
A partir da pesquisa qualitativa definiram-se os procedimentos metodológicos se utilizando da pesquisa de campo com auxílio de pesquisa bibliográfica, coleta de dados com a realização de entrevista, filmagens, fotos e observação na propriedade rural. (GIL, 2002). A análise dos dados foi realizada após a sistematização dos dados coletados. Justifica-se o uso de imagens através de fotografias que têm sido muito
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