Logística reversa - estudo de caso do laboratório EMS
Por: brunolomeu • 28/11/2018 • Trabalho acadêmico • 1.858 Palavras (8 Páginas) • 260 Visualizações
Logística reversa - estudo de caso do laboratório EMS
Um grande número de drogarias não participa do programa o que reduz as possibilidades de descarte correto para a população. Identificar o motivo da não adesão a iniciativa Descarte consciente pelas drogarias também consta como objetivo dessa pesquisa. Em meio a esse cenário, chega-se ao seguinte questionamento: Como os gestores da drogaria do Laboratório EMS procedem quanto às práticas de logística reversa de medicamentos?
Esta problemática conduz a algumas questões de pesquisa que direcionaram os objetivos específicos da presente pesquisa.
- Quais são e como ocorrem as etapas de manejo de resíduos executadas pelo estabelecimento?
- Os gestores possuem um plano de gerenciamento de resíduos sólidos de saúde – PGRSS?
- As drogarias respondem pelos custos com o gerenciamento dos resíduos sem a colaboração dos demais elos da cadeia?
- As falhas na fiscalização e a falta de subsídios propiciam o descarte incorreto?
- As drogarias aderiram ao programa Descarte Consciente?
- Que medidas estão sendo adotadas visando a minimização da geração de resíduos?
Esse estudo torna-se relevante quando considera-se o impacto ambiental causado ao solo e aos corpos hídricos pela destinação inadequada dos resíduos de medicamentos e perfurocortantes. Quantidades significativas de medicamentos são encontradas na água após serem descartadas na rede de esgoto. Várias das substâncias pertencentes à composição dos medicamentos possuem componentes resistentes e que não são completamente removidos pelas estações de tratamento de esgoto.
Dentre os medicamentos geralmente encontrados nas estações de tratamento de água e esgoto, os antibióticos e hormônios são os mais preocupantes devido ao crescente uso e consequente aumento do descarte destes, contribuindo para a geração de bactérias resistentes, além de alterar a população de animais aquáticos. Outro principal ponto de descarte é o lixo doméstico tendo como destino final os lixões, proporcionando o acesso desses resíduos de medicamentos aos catadores de materiais recicláveis e crianças que ali vivem, induzindo ao consumo inadequado e até mesmo, facilitando a contaminação do solo quando os catadores de embalagens retiram os restos de medicamentos das cartelas e frascos que os protegem. Sem falar nos riscos a saúde há que estão sujeitos esses indivíduos. Seguindo essa linha, programas de recolhimento como o dos Estados Unidos estão mais voltados a evitar esse tipo de consumo indevido.
As discussões sobre medicamentos e a assistência farmacêutica tem ganhado espaço no debate político e na sociedade. O principal motivo é o desenvolvimento tecnológico, visto que ao mesmo tempo que proporciona um aumento da diversidade dos produtos, da ampliação das possibilidades de tratamento e da efetividade do resultado, aumenta também o número de compostos em suas fórmulas de difícil degradação e altos graus de toxicidade. A efetivação da logística reversa de resíduos de medicamentos principalmente no que diz respeito ao que é descartado pela população recebe destaque, e isso se deve principalmente a dois fatores: Em primeiro lugar a falta de conscientização da população perante aos danos causados ao meio ambiente e a própria saúde chama atenção, e é citada pela maioria dos autores neste trabalho referenciados, já que se trata de um membro com importante influência nas atividades da cadeia reversa de pós-consumo, e em segundo lugar devido à falta de responsabilização do consumidor no que diz respeito ao descarte domiciliar, visto que não foi encontrada legislação que trate especificamente dos resíduos de medicamento gerado dentro das farmácias caseiras e como destiná-lo. Dessa forma as indagações acerca da geração e descarte de medicamentos devem ter suas discussões ampliadas e analisadas em termos no nível de saúde da população e do meio ambiente, visando chamar atenção não só dos dirigentes do governo, assim como também do setor da cadeia produtiva farmacêutica e principalmente da população.
Dentre as causas para a geração de sobras de medicamentos, dentre as mencionadas pelos autores aqui referenciados, estão a influência da propaganda televisiva e da distribuição de amostras-grátis que leva muitas vezes a compra de medicamento sem real necessidade induzindo a automedicação, uma forma de abrandar o problema seria a atuação em campanhas como a Farmácia Solidária, a qual recolhe os medicamentos ainda dentro data de validade e distribuem para pessoas necessitadas que levam a receita até os postos de distribuição. Outro fator gerador de resíduos de medicamentos é a não possibilidade de fracionamento da maioria dos medicamentos. Para lidar com os resíduos gerados devido aos fatores mencionados anteriormente é preciso primeiramente realizar campanhas públicas acerca dos problemas que envolvem o descarte incorreto, tanto no que diz respeito à degradação do meio ambiente, quanto aos aspectos relacionados aos danos à saúde pública.
Diante de um cenário cada vez mais numeroso surgem as preocupações advindas do aumento do consumo de medicamentos, os resultados são impressionantes não apenas no nível econômico assim como também, o cenário se torna alarmante em termos sociais e principalmente ambientais. O descarte inadequado de resíduos sólidos de saúde tem chamado atenção nos últimos anos devido a poluentes de alta toxicidade encontrados na água, revelando a redução da qualidade dos corpos hídricos que abastecem a população. descarte incorreto pode decorrer da sobra de medicamentos e esta é causada pela prescrição de medicamentos além da quantidade necessária, ou pela impossibilidade de fracionamento dos medicamentos, pela atuação de marketing dos laboratórios farmacêuticos, distribuindo amostras-grátis como forma de propagar um novo medicamento ou a nova roupagem de um medicamento já existente no mercado, e pela ineficiência na gestão dos medicamentos por parte das farmácias e outros estabelecimentos de saúde. o constante crescimento do consumo de medicamentos está relacionado com o envelhecimento populacional, mas principalmente com a propagação da automedicação encorajada principalmente pela propaganda publicitária promovida pelos laboratórios farmacêuticos que promovem a falsa concepção de que ingerir medicamentos proporcionará uma boa saúde.
Iniciativas empresariais começaram a surgir nas últimas décadas, resultando em acordos voluntários entre empresas e a sociedade como instrumentos de auto-regulamentação. Essas iniciativas de caráter privado são em sua maioria unilaterais por se tratar de acordos feitos entre empresas com o objetivo de sanar algum problema ambiental além do exigido na legislação. As iniciativas unilaterais são na maioria das vezes coletivas, envolvendo várias empresas de uma mesma cadeia de produtos ou serviços, no que se refere à parte dos fabricantes optou-se aqui por estudar o laboratório farmacêutico EMS, Quanto ao fornecedor, optou-se por entrevistar uma representante do Laboratório EMS devido à conveniência, visto que esse laboratório faz parte do programa Descarte consciente e possui estrutura logística e sua relevância no trabalho é considerada principalmente pelo fato de realizar a logística reversa de embalagens, bulas, resíduos de medicamentos e perfurocortantes, sendo um grande representante para as iniciativas privadas unilaterais coletivas.
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