MODELO DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTO DE PROJETO PARA PRODUÇÃO DE BIODIESEL NO ESTADO DO MATO GROSSO
Por: brunomenezesp • 24/5/2015 • Monografia • 7.974 Palavras (32 Páginas) • 485 Visualizações
Universidade Anhanguera - UNIDERP
MODELO DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTO DE PROJETO PARA PRODUÇÃO DE BIODIESEL NO ESTADO DO MATO GROSSO
BRUNO MENEZES PEREIRA
LUCAS DO RIO VERDE/MATO GROSSO
2012
RESUMO
Diante de um cenário emergente, como vem sendo tratado o mercado de biodiesel no Brasil, é possível numa visão geral perceber que muitos casos de insucesso de investidores da área se devem a ausência de um modelo de avaliação de investimento de projeto para produção de biodiesel, que permite, com as devidas considerações de incentivos estaduais e federais, aferir sua viabilidade. Regionalizando o tema para o estado brasileiro do Mato Grosso e através de uma análise de dados históricos, das legislações e subsídios estaduais e federais, traçando um perfil de casos de sucesso é possível obter um modelo para investimento na produção de biodiesel, sob a ótica de ferramentas de análise de viabilidade econômica – o valor presente líquido, a taxa interna de retorno e o payback. Resultados oriundos da análise com o modelo são apresentados e discutidos.
Palavras-chave: Biodiesel, Mato Grosso, viabilidade, payback, VPL, TIR.
ABSTRACT
Before an arising scenario, as is being treated the biodiesel market in Brazil, under an overview is possible to realize that many cases of failure of area investors are due to the absence of an evaluation investment model project for biodiesel production, which allows, with due consideration of state and federal incentives, to assess its viability. Regionalizing the theme for the Brazilian state of Mato Grosso and through an analysis of historical data, legislation and federal and state subsidies, and establishing a profile of successful cases is possible to obtain a model for investment in biodiesel production, by a perspective of economic feasibility analysis tools - the net present value, internal rate of return and payback. Results from the analysis with the model are presented and discussed.
Keywords: Biodiesel, Mato Grosso, feasibility, payback, NPV, IRR.
1. INTRODUÇÃO
O mercado do biodiesel no Brasil é bastante recente comparado com programas de biocombustíveis já consolidados no mercado como o etanol que nos anos 80 emergiu com o apoio do programa governamental PRÓ-ALCOOL. Apesar de implantado em 2003 pelo governo federal, foi em 2004 que o Programa Nacional de Produção de Biodiesel (PNPB) ganhou condições legais para que o biodiesel tomasse seu lugar na matriz energética nacional de combustíveis líquidos. Em 2008, o B2 tornou-se obrigatório e, depois de sucessivas antecipações das metas pelo governo federal, o B5 entrou em vigor em 1º de janeiro de 2010. Segundo a recém-divulgada edição de 2010 da Pesquisa Industrial Anual publicado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - entre 2007 e 2010, o biodiesel foi o produto que apresentou o maior crescimento em termo de valor de vendas, deixando a 382ª posição do ranking e ocupando agora a 53ª colocação.
O desafio proposto é avaliar um projeto de investimento de produção de fonte renovável de energia, o Biodiesel, frente a diversos aspectos, porém principalmente a sua viabilidade social e econômico-financeira e vantagens ambientais sitiado no estado brasileiro do Mato Grosso, se beneficiando dos incentivos e diferenciais competitivos que oferece este estado industrialmente emergente. O esforço tecnológico da comunidade científica nas últimas décadas se concentra em encontrar fontes alternativas de combustíveis, buscando substituir de fontes fósseis (o petróleo principalmente) por energias limpas, sustentáveis e renováveis. O aquecimento global, o efeito estufa e o derretimento das geleiras são preocupações ambientais que alarmam sobre a necessidade de reduzirmos as emissões de gases na atmosfera. Um velho conhecido da comunidade cientifica, mas que somente nos últimos dez anos vêm tomando proporções maiores, o Biodiesel, é um combustível biodegradável derivado de fontes energéticas renováveis, que pode ser extraído a partir de diversas espécies vegetais e animais existentes no mundo, como: a soja, a palma, o algodão, o sebo – ou gordura - animal, o girassol entre outros.
Na preocupação de estimular o crescimento e sustentar a agricultura familiar a partir de diversas fontes de produção de oleaginosas, o programa veio acompanhado de uma proposta de inserção social na cadeia de abastecimento, gerando renda ao pequeno agricultor e sua família. A proposta do governo era incentivar que parte da aquisição de matéria-prima fosse oriunda da agricultura familiar, proporcionando benefícios fiscais, e competitividade diferenciada na comercialização. Assim nasceu assim o Selo Combustível Social, um conjunto de medidas específicas para estimular a inclusão social da agricultura familiar na cadeia do biodiesel brasileiro. Dentre as vantagens de se obter o selo estão a participação em 100% do volume dos leilões de compra de biodiesel (não detentores de selo social competem em apenas 20% do volume, uma maneira de incentivar a manutenção do selo) para o mercado interno brasileiro.
A principal vantagem em termos de custos é que o Selo Combustível Social possibilita ao produtor de biodiesel usufruto a alíquotas de PIS/Pasep e COFINS com coeficientes de redução diferenciados para o biodiesel, variando de acordo com a matéria prima adquirida e região da aquisição, e ainda incentivos comerciais e de financiamento. A competitividade gerada pela obtenção do selo social será discutida mais afundo no decorrer da pesquisa, mas é possível antecipar que é fator de sobrevivência de mercado pelos benefícios que proporciona. Estudos desenvolvidos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério da Integração Nacional e Ministério das Cidades mostram que a cada 1% de substituição de óleo diesel por biodiesel produzido com a participação da agricultura familiar podem ser gerados cerca de 50 mil empregos no campo. Admitindo-se que para cada 1 emprego no campo são gerados outros 3 empregos na cidade, e aplicando a realidade atual em vigor, o B5 – diesel com 5% de biodiesel – obtemos uma estimativa de 900 mil empregos gerados no país.
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