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MONTEIRO, Fagner Diego Spíndola Correia; LIMA, João Policarpo Rodrigues

Por:   •  23/8/2021  •  Resenha  •  2.942 Palavras (12 Páginas)  •  86 Visualizações

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Lista de Questões – Unidade 2

MONTEIRO, Fagner Diego Spíndola Correia; LIMA, João Policarpo Rodrigues (2017)

Resumo:

Este texto tem como objetivo analisar, por uma perspectiva inédita, possíveis indícios de desindustrialização na economia brasileira. Para tanto, analisamos dados regionais e estaduais referentes ao período de 1985 a 2010. Conclui-se que, em nível regional, as regiões Sudeste, Sul e Nordeste acumulam indícios de desindustrialização, enquanto as demais regiões seguem padrão inverso, levando a crer que a desindustrialização brasileira é, em parte, também uma descentralização espacial (regional) da produção industrial e que o processo de desindustrialização brasileiro difere entre as regiões acometidas pelo processo.

  • Desindustrialização do Brasil com enfoque regional
  • Literatura
  • Avanços mais recentes

À luz da teoria econômica vigente, Rowthorn e Ramaswany concordam com a visão de outros autores afirmando que “a desindustrialização em economias avançadas não é necessariamente um fenômeno indesejável, mas essencialmente uma consequência natural do dinamismo exibido por esses países”.

Conceito de desindustrialização mais recente é proposto por Tregenna (2009). Segundo a autora, a desindustrialização é uma situação na qual tanto o emprego industrial quanto o valor adicionado da indústria se reduzem como proporção do emprego total e do PIB, respectivamente.

Marconi e Rocha (2012) encontram uma correlação significativa entre a apreciação da taxa de câmbio e o valor adicionado pela indústria manufatureira, em que uma apreciada taxa de câmbio tem provavelmente influenciado a redução da participação industrial no Valor Adicionado. Um teste é que o uso de insumos importados exerce efeitos negativos e estatisticamente significantes sobre o valor agregado das manufaturas no país. A persistência deste processo, supondo a manutenção dos bens produzidos para consumo interno e externo, poderá se traduzir em efeitos preponderantemente negativos, decorrentes da especialização vertical na produção de bens exportáveis.

Outra hipótese levantada sobre a possível desindustrialização brasileira é a de que a abertura comercial, associada às reformas liberalizantes na década de 1990, expôs a indústria nacional à competição internacional excessiva, sem que essa estivesse em condições de fazer frente ao novo cenário. No entanto, Feijó et al. (2005) e Nassif (2008) argumentam que a diminuição da participação da indústria no PIB tivera início em período anterior à abertura econômica, ainda na década de 1980, devido aos problemas gerados pelas crises inflacionárias.

O texto para discussão de Squeff (2012) discute a hipótese de desindustrialização brasileira a partir de indicadores não encontrados usualmente na literatura sobre o tema, entre os quais, indicadores relativos à produção, emprego, produtividade, investimento, exportação, importação e saldo comercial da indústria de transformação, tanto em relação à comparação deste setor em face dos demais macrossetores da economia.

Martins e Lima (2015) defendem a hipótese de que o Brasil não estava preparado para o processo de desindustrialização iniciado na década de 1980, agregando mais uma análise de perfi l predominantemente “novo-desenvolvimentista”. Para isso, analisa, além dos indicadores usuais, como participação da produção industrial relativa ao PIB e a relação emprego industrial. versus emprego total, índices não usuais, como o Produto Interno Bruto per capita e o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH.

  • Desindustrialização do Brasil com enfoque regional

SÓ MOSTRANDO AS TABELAS E INFORMAÇÕES, O RESUMO ESTÁ EMBAIXO NA PARTE DAS REGIÕES.[pic 1]

Em 2007 se teve mudanças na forma de calcular para se adotar aos padrões internacionais, recalculou a série histórica a partir de 1995, inviabilizando comparações entre a série anterior a 1995, que fora descontinuada em 2004. Neste caso, as análises serão divididas em dois períodos, o primeiro tem início em 1985 e fim no ano de 1994 e o segundo principia em 1995 e vai até 2010. Nas regiões Sudeste e Nordeste em relação ao total nacional, no período de 1985 a 1994, é de 2,7 e 0,99 pontos de participação, respectivamente. Todas as demais regiões tiveram sua participação levemente aumentada no período analisado. Na série histórica com as mudanças metodológicas, compreendendo o período de 1995 a 2010, o Sudeste é a única região que diminui a participação, com perda de 3,63 pontos. Apesar da clara tendência à desconcentração regional do produto, o Sudeste ainda responde por mais da metade do valor adicionado nacional, sendo, em 2010, responsável por 54,43% do total

[pic 2]

Na série histórica que se inicia em 1985 (gráfico 4) e vai até 1994, o Sudeste tem sua participação nacional reduzida em 6,72 pontos de participação, e o Nordeste reduz 1,04 pontos, enquanto todas as outras regiões elevam suas respectivas participações, com destaque para a região Sul, que aumentou em 5,56 pontos percentuais o valor adicionado de sua indústria de transformação em relação ao total do país. Na série mais recente (gráfico 5), que compreende os anos de 1995 até 2010, a diminuição da participação do Sudeste no VA da indústria de transformação nacional continua, com perda de 4,3 pontos. As demais regiões são todas ganhadoras, contudo, os ganhos deste período são mais bem distribuídos, tendo as regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sul, elevado suas respectivas participações em 1,96, 1,37, 0,59 e 0,38.  

Assim, tem-se claramente uma tendência a uma reconfiguração do valor adicionado nacional da indústria de transformações entre regiões, com o Sudeste perdendo participação ao longo dos últimos 25 anos, o Sul se destacando nos ganhos e as demais regiões elevando levemente suas respectivas participações.

REGIÕES

Norte

  • O comportamento das séries de Valor adicionado da indústria de transformação para a região Norte apresenta oscilações coerentes com o restante do Brasil, entretanto é a região que apresenta melhor recuperação às crises internacionais do período.
  • Antiga metodologia

Região Norte – 1985 – com a participação da indústria de transformação no VA da região em 35,01%, e chega em 1994 com uma participação de 37,33% uma variação positiva de 2,32 pontos percentuais no VA regional.

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