Marshall
Por: aioriadeleao • 15/11/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 2.060 Palavras (9 Páginas) • 143 Visualizações
A Escola Neoclássica
Alfred Marshall (1842 - 1924)
O inglês Alfred Marshall, segundo filho (entre cinco) de William Marshall (clérigo da Igreja Anglicana) e de Rebecca Marshall[1], cujo genitor, autoritário e controlador, possuindo a autoria de um tratado denominado Os Direitos dos Homens e os Deveres das Mulheres (em tradução livre), recebera educação familiar razoavelmente rígida, afastando o jovem Alfred de atividades como o xadrez e mesmo a Matemática, que contribuiria à futura carreira seguida por Alfred, quando o próprio William aguardaria que seu filho seguisse a carreira como clérigo.
Oriundo de família não abastada, ao recusar uma bolsa de estudos em Oxford - que inevitavelmente o encaminharia à função religiosa -, recebera auxílio de um tio abastado, dedicando-se ao estudo da Matemática, Física e, a posteriori, à Economia, em Cambridge.
Alfred Marshall era extremamente crítico frente a qualidade de seus seus trabalhos, mesmo as ideais constantes em sua maior obra - Princípios da Economia - não apenas foram publicadas uma década após seu desenvolvimento (1890) como sofrera pelo próprio autor diversas edições repletas de hesitações, qualificações e exceções, prejudicando a compreensão e acesso aos princípios na obra descritos - e que influenciava seus conteporâneos. Outro exemplo sobre o excesso de zelo profissional decorreu de seu Indústria e Comércio que esteve engavetado por 15 anos antes de ser publicado e, quando finalmente fora lançado, seus conceitos pareciam comuns a todos.
Metodologia
Embora fizesse uso da Matemática, Marshall tinha esta ciência como um meio para se ajustar à realidade de aplicação do conceito, ao invés de limitar-se a teoremas que lidem com hipóteses econômicas. Em outras palavras, dentre diversas de suas orientações para o uso da Matemática, tinha por princípio utilizá-la como um idioma taquigráfico, ao invés de um mecanismo de investigação. Outro de seus princípios sobre o uso da Matemática implica em [ilustrar] com exemplos que sejam importantes para a vivência real.
A economia neoclássica consistiu, por Marshall, a melhor combinação entre a economia clássica com o pensamento marginalista, onde muitas de suas anotações em rodapés e apêndices continham dicas sobre ideias de conhecimento do autor, contudo, foram executadas por outros autores com ainda mais informações.
Considerando que a Economia Política (termo utilizado pela primeira vez em 1615 pelo francês Antonie de Montchrétien) nada mais é senão a interdipliscinaridade entre a economia propriamente dita e as demais ciências que lhe cercam (embora contumazmente "ignoradas" por alguns economistas no fim do século XIX), como a Ciência Política, o Direito, a Sociologia (anos após quando firmou-se como ciência), bem como o fato de que Marshall não se abstinha dos fenômenos sociais para analisar as movimentações econômicas, o autor assim definia sua matéria:
A economia política ou economia é o estudo da humanidade na atividade comum da vida; ela examina a parte da ação individual e social que está mais intimamente ligada aos resultados e ao uso dos requisitos materiais do bem-estar. (Marshall, Principles of economics. 8. ed. Londres: Macmillan, 1920. p. 1)
De forma bastante sintética, Marshall atribuía aos economistas a mesma função dos demais cientistas: a análise dos fatos em busca da verdade concreta, considerando a coleta, organização interpretação e conclusão destes, considerando a causalidade existente entre as relações de causa e efeito.
A compreensão de Marshall sobre a co-relação entre oferta, demanda e preço - e a respectiva interferência social sobre a economia, mesmo voluntária - induziu alguma reforma no pensamento econômico então vigente, qual seja, o laissez-faire.
Sob esta concepção, voltando-se à microeconomia, Marshall acabou por ignorar a questão dos ciclos econômicos, já que seus estudos voltaram-se à análise sobre comportamentos individuais e de pequenas empresas representativas.
Sobre utilidade e demanda: utilidade marginal
A utilidade marginal de algo para uma pessoa diminui a cada aumento no total daquilo que ela já utiliza desse item.
O conceito acima indica que Marshall posicionara-se no sentido de que a demanda baseia-se na lei de utilidade marginal decrescente, contudo, acrescentara dois conceitos importantes sobre o tema:
A) A preocupação com um momento no tempo, ao considerar que "um intervalo de tempo" é deveras curto para se considerar alguma mudança no caráter de uma pessoa e em seus respectivos gostos.
Uma pequena quantidade de uma mercadoria pode ser insuficiente para atender a uma necessidade especial e, portanto, haverá um aumento mais que proporcional do prazer quando o consumidor obtiver o suficiente dessa mercadoria que lhe permita atingir o fim desejado.
B) Neste diapasão, Marshall não ignorou o aspecto dos bens considerados indivisíveis, onde a obtenção de mais algumas unidades de um bem para a concretização de um trabalho ou utilidade proporcionará muito mais prazer que em sua quantidade reduzida.
Em sentido contrário aos marginalistas (que consideram que a utilidade dependia da quantidade de dinheiro em que o indivíduo estivesse disposto a alocar sobre um bem em prejuízo de outro), Marshall entendia que o fato do indivíduo se dispor a pagar mais por determinado bem em detrimento de outro concluía-se que este mesmo bem era mais útil ao consumidor concernente ao bem preterido.
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