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O DESENVOLVIMENTO CAUDA LONGA

Por:   •  27/4/2017  •  Projeto de pesquisa  •  990 Palavras (4 Páginas)  •  274 Visualizações

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A cauda longa (no seu formato original em inglês é The Long Tail) foi cunhada pela primeira vez por Chris Anderson em um artigo de outubro de 2004 para a revista Wired, na qual ele é o editor de tecnologia, depois de ter sido editor de tecnologia da revista The Economist. O artigo tinha como objetivo descrever certos negócios e modelos econômicos tais como a Amazon.com (varejo de livros e outros produtos) e a Netflix (aluguel de vídeo). Ou seja, negócios com poder de distribuição (ou com massivas redes de distribuição) podem vender um volume bem maior de itens de pequenos volumes, difíceis de encontrar, do que itens populares de grandes volumes. O termo cauda longa é um nome coloquial de uma característica de algumas distribuições estatísticas.

1.1 A cauda longa

O conceito de “cauda longa”, uma boa metáfora para descrever o que os gráficos mostravam visualmente, não foi criação do próprio Anderson. Em estatística, tais curvas, em que o prolongamento inferior é muito longo em relação à cabeça, são chamadas de “distribuições de cauda longa”. O que Anderson verificou foi que esse longo prolongamento inferior presente nos gráficos de vendas das empresas virtuais mostrava uma mudança de comportamento do consumidor em mercados de escolhas infinitas.

No gráfico(imagem x), representando as grandezas popularidade (vendas) X produtos, demonstra a sua teoria. Pode imaginar como um gráfico de vendas de músicas na loja virtual Rhapsody, um dos exemplos verificados no livro. A parte da “cabeça” equivaleria àquelas canções que vendem bastante (hits) e que, portanto, são encontrados tanto na Rhapsody quanto em uma loja de varejo tradicional, como a Wal-Mart. Quando descemos no gráfico e atingimos a parte da cauda, encontramos produtos menos populares. Devido aos altos custos de estocagem e às vendas não serem tão expressivas, tais produtos já não são mais viáveis para que o Wal-Mart o mantenha na prateleira. Por outro lado, na Rhapsody, onde as músicas equivaleriam a alguns bits, o custo de estocagem inexiste, o que permite que seja oferecido um número bem maior de músicas.

O que Anderson argumenta, e as estatísticas e gráficos de vários outros exemplos reais presentes no seu livro comprovam, é que, em um mercado de escolhas infinitas, o consumidor tende a vasculhar cada vez mais produtos antes ditos como obscuros ou alternativos, e as vendas destes, somadas, teria tanta força, quanto as vendas daqueles poucos hits.

Anderson, além de fundamentar bem seus argumentos, através de dados comprovados, também organiza suas ideias através de um esquema claro. Busca as origens dessa economia de cauda longa no Wish book da Sears, um catálogo que em 1987 já buscava oferecer variedade as famílias rurais dos Estados Unidos, passa pelo surgimento do auto-serviço e pela abundância proporcionada pelos supermercados, mas coloca a Internet no pedestal, já que foi esta que permitiu que as últimas barreiras físicas à variedade ilimitada caíssem por terra.

1.2 As três forças

Anderson pontua que a cauda longa está fundamentada em três forças: nos novos produtores, surgidos através da democratização das ferramentas de produção (câmeras digitais, softwares de edição, ferramentas de blogging, etc); nos novos mercados, ou como o mesmo chama, nos agregadores da cauda longa, sites na internet que oferecem e organizam essa variedade de produtos ao consumidor (Amazon, iTunes, eBay, Google, Youtube, etc); e, por último, nos novos formadores de preferências, ou seja, nas novas formas de ligar a oferta ilimitada à demanda latente, representadas pelos filtros (recomendações, listas, resenhas, folksonomias, etc). Todas essas três forças permitiriam a mudança de uma economia da escassez, para uma economia da abundância, tendo suas implicações também argumentadas pelo autor no capítulo “A economia da cauda longa”, como a diminuição dos gargalos de distribuição, a mudança das regras dos 80/20 (os 20 produtos mais vendidos equivalem a 80% dos lucros), a diminuição do domínio dos hits, além da questão dos custos envolvidos.

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