O Diagnóstico Empresarial
Por: eutsudani • 4/5/2023 • Artigo • 628 Palavras (3 Páginas) • 73 Visualizações
Obsessão
Texto 1: A Dor De Fantasiar
Foi pouco mais de meia hora sem notícias. Eu estava no trabalho e ele, supostamente (segundo minha cabeça) em casa. Minhas mensagens deixaram de ser entregues, então liguei. Não atendeu na primeira, tentei do telefone da loja. Nada. Liguei de novo, e quase uma hora entre o primeiro pensamento que só questionava o que ele estaria fazendo, até ver na minha cabeça a cena dele de quatro pro meu amigo. Eu comecei a gritar assim que ouvi o “alô” do outro lado da linha. Desde quando eles eram amiguinhos? Desde quando ele deia de atender o telefone pra falar comigo? COMIGO?
Obviamente isso se tornou uma briga grave. Eu questionei os passos, os sentimentos, as supostas mentiras. Joguei a lealdade de um amigo pelo ralo. E tinha apenas quinze dias que eu o conhecia. Se ele fosse esperto teria corrido o mais longe possível naquele mesmo dia. O vi sair pela porta assim que cheguei do trabalho. Quando esta bateu, eu comecei a chorar imediatamente. Não acreditava que eu tinha feito aquilo. Por fantasias, que pareciam tão reais e fazer tanto sentido pra mim.
Não. Não era com ele. Sou eu. Eu fiquei três anos sozinho e achei que estava curado dessa loucura. Achei que não teria mais de lidar com isso de nenhuma forma. E até tive relacionamentos que não tiveram isso, não me despertavam tanta insegurança e medo. Eu fico esperando ele me decepcionar. Eu fico esperando “estar certo”. Eu fico o tempo todo imaginando que ele está me traindo. O motivo? Você quer um plausível? Não existe. Na próxima vez que estiver em meio a uma dessas crises, eu vou me sentar e escrever tudo que penso e que tenho “certeza” que ele está fazendo.
Eu sinto meu coração bater muito rápido. Minha cabeça gira tão depressa que eu fico zonzo. Em dois minutos parado e pensando sobre quais maneiras ele está mentindo pra mim, eu já imaginei cinco cenas. Ele dorme aqui todos os dias desde o dia que nos vimos pela primeira vez. E todas as vezes que isso não aconteceu, eu fiquei acordado boa parte da noite imaginando ele com outro. Imaginando o motivo dele querer tanto ir pra casa. Imaginando sexo. Sexo. SEXO. A minha garganta fecha. Eu sinto dificuldade de respirar e, nesse momento, eu realizo a espiral que me deixei levar e tento me acalmar. Todo dia me pergunto se ele me ama mesmo, se ele vai mesmo ficar comigo ou se está sem ninguém melhor. E só de pensar nisso, sinto meu estômago revirar. Eu penso nisso durante o trabalho. Ele me disse uma vez que se vingou com traição, que já pegou o marido de um amigo, que acha perdoável. Mas também disse que isso foi no passado, não faria isso hoje em dia. Eu o encho de perguntas todos os dias sobre tudo. Sobre todos. Onde, quando, por qual motivo, com quem. Deve ser insuportável lidar com seus problemas e lidar comigo ao mesmo tempo. E quando eu enxergo isso, penso que esse é mais um motivo pra eu ser substituído. Não sei como voltei pra esse lugar. Não sei como cheguei até aqui. O que eu sei é que aqui ou eu acabo ficando louco ou ele acaba me abandonando.
E isso, é apenas um resumo de tudo o que eu sinto quando penso a respeito. Não tenho paz, não tenho brilho, não brinco como antes e mal sorrio. As pessoas notaram que ando mais quieto e agressivo. Eu não sei o que fazer, mas vou saber. Nem que pra isso eu busque todo tipo de ajuda. Eu quero amar em paz e, principalmente, deixar que ele me ame em paz. Até o próximo texto.
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