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O Estudo de Caso

Por:   •  2/8/2023  •  Trabalho acadêmico  •  977 Palavras (4 Páginas)  •  68 Visualizações

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Robert Katz, escritor americano, definiu habilidades importantes para o desempenho administrativo bem sucedido: habilidade humana, conceitual e técnica. Tal sucesso intrínseco a essas habilidades pode ser evidenciado na carreira do empresário brasileiro Roger Agnelli, conhecido por sua atuação na empresa Vale S.A. No decurso de sua jornada, o empresário apresentou capacidades sólidas, desde conhecimento aprofundado no setor de mineração até habilidades comunicativas e persuasivas. Sua aptidão, pensamento inovador e capacitação analíticas contribuíram para seu sucesso como líder e empresário. Veja a seguir o estudo de caso:

  1. O psicólogo social Robert Katz dividiu as habilidades gerenciais em três categorias: as conceituais, humanas e técnicas.

As habilidades conceituais referem-se à competência do administrador de conduzir e integrar os diferentes interesses e objetivos existentes dentro de uma organização. Sob essa ótica, compreende-se que o empresário Roger Agnelli apresentava essa habilidade em sua jornada profissional. Desde os primeiros meses de sua gestão na Vale, o empresário buscou tornar a empresa mais eficiente e produtiva, além de procurar tornar a comunicação mais abrangente e simplificada entre os setores. Dessa forma, ao adotar uma estratégia simples, todos entenderam os objetivos organizacionais centrais (o que permitiu a integração entre os diferentes setores).

Por conseguinte, as habilidades humanas são cruciais e compreendem a capacidade de trabalhar de forma efetiva com as pessoas, entendendo suas necessidades e promovendo o engajamento e construção de relacionamentos. Ao longo da jornada de Roger Agnelli é possível identificar essa habilidade em sua atuação: eloquência, alta capacidade de comunicação, liderança e resolução de adversidades. Isso é visível pois, em sua trajetória, o empresário cultivou uma rede de relacionamentos interpessoais, além de saber lidar com as pessoas e possuir uma oratória que influenciava muitos indivíduos e destacava seu papel como líder. Tal questão é evidenciada quando na empresa Vale do Rio Doce o empresário reuniu toda a diretoria em uma única sala a fim de ter uma comunicação facilitada. Assim, o administrador proporcionou o engajamento e o alcance de objetivos coletivos.

Por fim, as habilidades técnicas abrangem o amplo conhecimento de sua área de atuação, envolvendo ferramentas, procedimentos, técnicas e conhecimentos especializados. O empresário tinha conhecimento do setor de mineração e entendia todos os processos envolvidos, permitindo assim tomadas de decisões estratégicas. Sua técnica também o permitia uma boa análise financeira e gestão estratégica voltada para o setor de mineração. Desse modo, suas capacidades técnicas e vasto estudo fizeram com que a Vale saltasse da sétima posição para a segunda posição no ranking das maiores mineradoras do mundo - reflexo da capacidade técnica associada às outras capacidades. Essas habilidades gerenciais foram de suma importância para o sucesso de Roger Agnelli em sua carreira, se tornando cada vez mais imprescindíveis ao longo de sua trajetória. O conjunto delas permitiu o alcance de cargos mais altos e tornou a Vale a maior empresa privada brasileira e uma das que mais crescem no país.

  1. Henry Mintzberg desenvolveu uma pesquisa que definiu três papéis de extrema importância para os administradores desempenharem e alcançarem os objetivos de suas organizações, sendo esses os papéis interpessoais, informacionais e decisórios, que estão, respectivamente, interligados entre si. O papel interpessoal consiste nas relações que os administradores precisam criar com outras pessoas, dentro ou fora de suas organizações, de forma a interagir e influenciar aqueles que o cercam, subdividindo-se em líder, símbolo e elemento de ligação. Um claro exemplo dessa função efetuada por Roger Agnelli era sua característica de saber lidar com pessoas e ser capaz de influenciá-las através de suas palavras, demonstrando uma grande vocação para liderança. O papel informacional, por sua vez, diz respeito à comunicação e o processamento de informações, ramificando-se em monitor, disseminador e porta voz, que pode ser facilmente visto nos momentos em que o empresário reunia a diretoria em uma sala afim de agilizar a comunicação e a resolução de problemas. Por fim, o papel decisório envolve as etapas que acarretam a tomada de decisão, e inclui os papeis de empreendedor, solucionador de conflitos, administrador de recursos e negociador, que pode ser exemplificado na aposta de Agnelli em internacionalizar as atividades da empresa, de forma a competir com as mineradoras do mundo.

  1. Sim. O administrador brasileiro dispõe de alguns mecanismos específicos em sua forma de operação que advém de aspectos culturais do país. Conforme a maioria, Roger Agnelli possuía 5 dessas características bem acentuadas no seu modo de gerir. Podemos observar uma alta Concentração de Poder durante a presidência de Agnelli, esse traço tem como característica a centralização da autoridade e poder no líder. Um exemplo disso são as críticas que recebeu ao encerrar suas atividades na Vale: o empresário foi intitulado como arrogante e acusado de possuir caráter ditatorial em sua administração. Outro atributo observável é o Formalismo, que se caracteriza pela construção de praticas guiadas por normas, leis e regulamentos (às vezes em excesso), o empresário fazia uso de métodos específicos e claros de trabalhar e tomar decisões, assim como, por meio disso, mantinha uma relação estável com o demais colaboradores. O terceiro traço é a Aversão ao Conflito, que é definida pelo evitamento e intermédio nas resoluções dos problemas. Uma das práticas de Roger era reunir a diretoria na mesma sala para obter uma relação direta e eficaz na resolução de problemas, estimulando a comunicação interna. Ainda, a Lealdade Pessoal destaca a posição do líder como intermédio entre grupos de forma que a comunicação seja facilitada. O empresário mantinha o diálogo constante com os executivos, defendia a comunicação entre setores e adotou uma estratégia simples, para que os objetivos fossem de fácil entendimento. Por fim, a Flexibilidade, capacidade de se adaptar a novas situações, era parte da gestão de Agnelli, que buscava a inovação e o crescimento dentro do mercado mesmo que em um caminho completamente novo, como no momento em que decidiu ocupar o cargo de Presidente do Conselho de Administração, mesmo sem experiência em cargos de gerenciamento em uma empresa de grande porte.

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