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O Estudo de Caso Wordcom

Por:   •  1/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.725 Palavras (7 Páginas)  •  146 Visualizações

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WORLDCOM

A WorldCom, empresa fundada em 1979, por meio da execução de uma estratégia agressiva de aquisições e fusões, tornou-se a segunda maior companhia de telefonia de longa distância nos Estados Unidos e uma das maiores companhias no fornecimento de tráfego de dados da internet.

Ao todo foram 65 aquisições no período entre 1991 e 1997, resultando em um investimento de aproximadamente 60 bilhões de dólares e numa dívida no montante de 41 bilhões de dólares. Suas duas principais aquisições foram a da MFS Communications e a UUNet, as quais tornaram a WorldCom no maior provedor de negócios e serviços de telefonia ao consumidor e a maior fornecedora de serviços de internet para negócios, respectivamente.

No ano de 1997, uma ação da WorldCom iniciou o ano cotada na bolsa de valores de Wall Street a meros centavos de dólar e ao término do mesmo ano acabou chegando ao valor de 60 dólares por ação. Neste momento, os analistas da bolsa notaram a presença da Companhia e do seu visionário CEO, Bernie Ebbers, fazendo com que bancos de investimentos, analistas e corretores fizessem fortes recomendações aos investidores. Com o aumento da cotação das ações da WorldCom, tornara-se fácil a utilização destas nas aquisições de outras companhias.

A certo ponto, as fusões e aquisições representavam um grande desafio gerencial em pelo menos duas áreas, gerenciamento e contabilidade, pois para lidar com o desafio de integrar novas e velhas organizações em um negócio que funcionasse corretamente e atender as exigências contábeis, exigiu-se atenção para os aspectos financeiros das aquisições, pois a integração financeira das companhias deveriam ser cumpridas, incluindo-se na Consolidadora todos os ativos, passivos e os demais fatores financeiros importantes, levando-se em consideração as práticas contábeis geralmente aceitas. Porém, na aquisição da MCI houveram indícios de que várias áreas de gestão não foram bem tratadas.

Além de a integração das empresas não ter ocorrido de maneira eficiente, a Companhia efetuou a interpretação errônea das leis contábeis americanas enquanto preparava suas demonstrações financeiras.  Para apresentar lucros de maneira crescente, a Companhia apresentou milhões de ativos adquiridos, colocou no resultado custos e despesas esperados para a companhia adquirida no futuro, resultando em grandes prejuízos no exercício corrente, porém, no futuro, criava-se a falsa imagem de que a lucratividade da empresa apresentava melhoras. Na aquisição da MCI a WorldCom utilizou-se de outro artifício, o qual reduziu o valor contábil de alguns ativos em vários bilhões de dólares e alocou estes valores nos ativos intangíveis, registrando o nome da marca pela mesma quantidade e fazendo com que a Companhia os utiliza-se durante décadas.

O valor das ações apresentavam-se elevados e as práticas contábeis adotadas pela WorldCom maximizavam os ganhos financeiros das aquisições enquanto minimizavam as despesas existentes. A Companhia ignorava as questões importantes referentes a consolidação com novas empresas as quais, com as práticas adotadas, resultavam no aumento contínuo das ações.

Entretanto, todas as práticas adotadas pela Companhia foram colocadas em risco quando, no ano 2000, o governo norte americano recusou a permissão da aquisição da Sprint pela WorldCom. Com esta negação, não havia mais a possibilidade de utilizar as estratégias de aquisições que beneficiavam a WorldCom, deixando sua administração com a difícil escolha de focar na criação de valor das aquisições anteriores para não ocasionar em queda do valor das ações ou encontrar outras maneiras criativas para manter e aumentar o valor das suas ações em Wall Street.

Os anos seguintes apresentaram dificuldades em manter sua valorização e, em julho de 2002, a WorldCom protocolou pedido de proteção contra falência após várias divulgações referentes as irregularidades contábeis existentes. Dentre as irregularidades estavam a contabilização imprópria de despesas operacionais, violando as práticas contábeis geralmente aceitas, as quais ajustaram o resultado da Companhia em 9 bilhões de dólares no período de 1999 a 2002.

A WorldCom apresentava também um montante de 341 milhões de dólares em empréstimos dados pelo conselho de administração aos gestores, sendo este o maior montante emprestado na história recente. Surge então o questionamento das autoridades se esses empréstimos eram éticos, pois 27% das empresas de capital aberto possuíam empréstimos com seus executivos, os quais apresentavam taxas amigáveis que consistiam em baixo retorno aos ativos das companhias. Na WorldCom a taxa de juros era de 2% ao ano, a qual era inferior ao retorno médio das aplicações financeiras existentes e abaixo também do retorno marginal da Companhia.

A Arthur Andersen, uma das maiores empresas de auditoria externa do mundo, confirmou a maioria das irregularidades contábeis que levaram a WorldCom a falência. Havia ainda, uma relação de extrema amizade entre os gerentes da companhia com os analistas de Wall Street.

Após o término da Glass-Steagall Act, lei americana que regulava a especulação por parte das instituições financeiras, estas passaram a oferecer um gama quase que ilimitada de serviços financeiros aos seus clientes comerciais e de investimentos. O Citigroup, resultante da fusão do Citibank e do Travelers Insurance Company, que detinha o banco de investimentos e a corretora Solomon Smith Barney foi um dos primeiros beneficiários. O Citibank regularmente liberava empréstimos baratos e linhas de crédito como meio de atrair e recompensar clientes corporativos por grandes lucros advindos de fusões e aquisições. Como a WorldCom era muito ativa nesse tipo de transação, seus gerentes seniores eram alvo de grandes negócios de tráfico de influência pelo seu banco, o Citibank.

As complicações começaram a atingir ambas empresas, pois, desde que o foi efetuado empréstimo para Ebbers devido ao seu patrimônio, o Citigroup possuía razões para sustentar as ações da WorldCom. Para isso, o analista de telecomunicações de Salomon Smith Barney, Jack Grubman era a melhor pessoa. Após o primeiro contato entre Grubman e Ebbers, no início dos anos 90 ambos se deram bem socialmente e Grubman começou a exaltar a empresa. No início, os demais investidores ficaram retribuídos por seguir as suas recomendações de compra até que as ações alcançaram alta. Em 1993, a revista Business Week o classificou como um dos mais poderosos investidores de Wall Street.

A partir deste momento, foram concedidas atribuições privilegiadas nos leilões de IPO, tanto para Ebbers quanto para o CFO da WorldCom, Scott Sullivan. Os bancos defendiam essa prática alegando que as ofertas a indivíduos de alto patrimônio líquido eram apenas um bom negócio. Devido a isso Ebbers conseguiu lucrar 11 milhões de dólares no período de quatro anos em novas ofertas públicas de ações.  Não há dúvida portanto, que as relações amistosas ajudaram aos investidores da WorldCom.

Quando as ações da WorldCom começaram a ruir, o entusiasmo de Grubman persistiu, mantendo sua classificação elevada na companhia até 18 de março de 2002, quando ele finalmente levantou sua avaliação de risco. Até esta data, as ações haviam caído quase 90 por cento de sua elevação nos dois anos anteriores. Em 22 de abril, Grubman efetuou uma declaração intitulada mea culpa, na qual diz “em retrospecto a profundidade e a extensão da queda nos ganhos das empresas, tem sido mais fortes e prejudiciais para a WorldCom, do que havíamos previsto”.

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