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O Menino e a Caixa

Por:   •  26/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  523 Palavras (3 Páginas)  •  200 Visualizações

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O menino e a caixa

RAMAL, Andrea. Histórias de gente que ensina e aprende: contos para repensar a educação. São Paulo: Edições Loyola, 2003.

Os resultados obtidos através da leitura e discussão do texto “o menino e a caixa”, retirado da obra Histórias de gente que ensina e aprende: contos para repensar a educação, da educadora Andréa Ramal. Escritora e professora também a mais de 20 anos, Andréa Ramal traz à tona em seu texto severa crítica aos atuais “padrões”, ou meio de conhecimento, e até mesmo as instituições de ensino.

A história que se conta é de um menino que todos os dias recebia coisas trazidas por um entregador. Objetos de diferentes formatos e cores, que iam sendo colocados por ele em uma caixa de papelão de maneira despreocupada e de certa maneira ingênua. Com o passar do tempo o espaço interno de sua caixa de papelão vai sendo preenchido, fazendo com que esta assuma diferentes formas. Na medida que novos objetos são inseridos ao conjunto – alguns até mesmo repetidos – ao invés de irem tomando formas novas, continuam com seu mesmo formato de origem. A caixa então começa a se romper, e saem com isto dali os mesmos objetos que haviam sido entregues, sem novas criações ou arranjos. No final surge uma esperança: um objeto simples, novo, mas de extrema beleza.

A narrativa escrita pela autora se utiliza de metáforas para fazer uma dura crítica aos meios contemporâneos de educação e aprendizagem. O menino representa o aluno; que recebe informações e conhecimentos constantemente do educador, que na história é representado pelo entregador. Vario saberes vão sendo passados; no entanto fica ausente o senso crítico, a organização do saber, e o principal, a capacidade de se gerar novas ideias. O que se tem no desfecho é um pensamento – a caixa – sem senso crítico e capacidade criativa. Apenas saem dela os mesmos conhecimentos sem nenhum novo conteúdo agregado. Mas a autora é otimista. Eis que surge no final uma peça rustica a ser lapidada – uma nova ideia, um novo saber, simples, que ainda deve ser moldado, mas que traz consigo a esperança de algo valoroso.

Esta ideia central no texto - a importância de um novo conhecimento, de criatividade – transmitida pela autora é fundamental para o debate da educação da contemporaneidade. O texto transmite uma mensagem metafórica porem muito simples a ser entendida, mostrando ao leitor o quão importante é ter senso crítico e a importância da criatividade na formação de saberes. É sem dúvida de utilidade para todas as áreas e níveis de conhecimento, desde novos aprendizes até o chamado conhecimento superior, passado nas universidades.

O atual cenário da educação é marcado pela mera reprodução. Ensina-se muito, cria-se pouco, ou nada. A educação vem sendo tratada como um meio para se obter lucro; seja direto, em uma empresa de ensino privada, que transmite “quilos” de apostila para os alunos, mas que não desenvolve neles capacidade de criação ou senso crítico; seja em uma universidade pública, que cada vez mais vai se transformando em uma fábrica, com rigorosos prazos e objetivos, retirando dos aprendizes a até mesmo doutrinadores a capacidade de criação.

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