O Planejamento, Orçamento e Controle FGV
Por: gomesjrg • 1/12/2019 • Trabalho acadêmico • 1.853 Palavras (8 Páginas) • 845 Visualizações
Atividade individual
Matriz de atividade individual | |
Disciplina: Planejamento, Orçamento e Controle | Módulo: - |
Aluno: Juliano Rodrigues Gomes | Turma: AEROPOCEAD_T0003_1019 |
Tarefa: Atividade Individual | |
Introdução | |
Orçamento público é o método utilizado pelo governo para gerir seus recursos financeiros. Desta forma, a proposta do presente trabalho tem por escopo apresentar, no âmbito da Força Aérea Brasileira (FAB), os processos e o ciclo orçamentário à que a Força se submete para financiar sua vida vegetativa, custeios gerais e investimentos. Hoje em dia, percebe-se que existe uma tendência do setor público de se utilizar métodos e procedimentos comuns apenas a empresas do setor privado, em especial dando ênfase ao princípio da eficiência. Assim, cada vez mais o planejamento toma forma como o item mais importante na busca do bom uso do dinheiro público. | |
Caracterização da organização | |
Com o advento da Segunda Guerra Mundial, antes ainda dos Estados Unidos, o Brasil sentiu a necessidade de criar uma Força Armada autônoma, com o foco exclusivo na atividade aérea. Deste modo, em 20 de janeiro de 1941 foi criado o Ministério da Aeronáutica. Além da questão militar, com a missão de manter a soberania do espaço aéreo brasileiro, o recém criado Ministério também recebeu a incumbência de integrar o território nacional através das linhas do Correio Aéreo Nacional (CAN) e desenvolver a aviação civil com órgãos como o Departamento de Aviação Civil (DAC) e a Empresa de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), organizacionalmente abaixo de si. Em 1999, é inaugurada uma nova era para a Força Aérea Brasileira com a criação do Ministério da Defesa. A FAB passa a integrar o estatus de Comando, subordinada ao novo ministério e gradualmente foi se distanciando das atividades ligadas à já madura aviação civil. Com a nova estrutura, a FAB se reorganizou e atualmente é composta por sete grandes departamentos diretamente subordinados ao Comandante da Aeronáutica. São eles:
Todas as decisões de alto nível, o Estratégico, são tomadas nestes Comandos, cada qual em sua área de atuação. Hierarquicamente subordinados a estes Comandos, existem unidades que agem e tomam decisões no nível Operacional e Tático. Diretamente ligado ao Comandante da Aeronáutica, mas em posição suoerior, existe o Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), que é o responsável por repassar os recursos orçamentários oriundos do Plano Orçamentário do Governo. Cada comando possui planos estratégicos que compõe, em última análise, o Plano Setorial da Aeronáutica (PLANSET), onde há descrita toda a destinação dos recursos, como veremos mais adiante. A Secretaria de Economia, Finanças e Administração da Aeronáutica tem a prerrogativa de gerenciar a alocação e fiscalizar a execução destes recursos. [pic 3] Figura 1: Organograma do Comando da Aeronáutica. Fonte: COMANDO DA AERONÁUTICA. Disponível em: http://www.fab.mil.br/organograma. Acesso em: 02 nov. 2019. | |
Missão institucional | |
A Constituição Federal do Brasil de 1988 descreve as Forças Armadas e sua missão da seguinte forma: As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem (CF art. 142, 1988). As inúmeras atribuições da FAB estão descritas na Diretriz do Comando da Aeronáutica 11-45. Documento este, que norteia o desenvolvimento da Força Aérea focada no futuro, descrevendo o que se almeja para a FAB quando esta alcançar um século de existência, em 2041. Por isto também este documento é conhecido como Força Aérea 100. Com base na Carta Magna e nesta diretriz e, procurando atender aos anseios da sociedade brasileira, a missão da Força Aérea foi então depreendida como: "Manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com vistas à defesa da Pátria." A visão que se tem para a FAB, sempre pautada em sua missão, descreve em suas breves palavras uma Força Armada forte e capaz de fazer frente às grandes forças aéreas do mundo. Visão: “Ser uma força aérea de grande capacidade dissuasória, operacionalmente moderna e atuando de forma integrada para a defesa dos interesses nacionais.” Para alcançar a visão de futuro da força e conseguir sua missão constitucional e suas tarefas subsidiárias, a FAB baseia-se em seus valores, quais sejam: Disciplina, Patriotismo, Integridade, Comprometimento e Profissionalismo. Nenhum destes princípios e objetivos poderá ser alcançado, no entanto, se não houver um ciclo orçamentário eficiente que seja capaz de utilizar-se corretamente do erário público, direcionando-o e sendo executado com metas claras e resultados consistentes. A estrutura para se chegar a este resultado, será vista a seguir. | |
Estrutura básica de suporte à dinâmica orçamentária | |
A composição do orçamento da Força Aérea é realizado pelo Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER). Todo ano, baseado nas experiências dos anos anteriores, nos programas de desenvolvimento estratégico e nas solicitações dos Grandes Comandos, o EMAER compila, seleciona e prioriza as demandas. Para orientar todo o processo de confecção da proposta de orçamento, são seguidas documentações de alto nível como o PEMAER (Plano Estratégico Militar da Aeronáutica). O PEMAER surgiu em 2016 com a aprovação da Emenda Constitucional 95 de 15 de dezembro de 2016, conhecida na mídia como a “lei de contenção de gastos”, de forma a orientar a FAB na composição e limites de seu orçamento. Desta forma, é confeccionada a proposta de orçamento, que é submetida ao Ministério da Defesa. O Ministério da Defesa compõe o Sistema de Planejamento e Orçamento Federal, na condição de Órgão Setorial. Desta forma, as propostas, não só da FAB, mas também da Marinha e do Exército, passam a fazer parte das demandas do Poder Executivo. O Executivo submete então a proposta de orçamento como Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que após muitas negociações, é aprovada pelo Congresso Nacional. Após a aprovação no Congresso, a LOA volta ao Executivo para sanção presidencial. Uma vez promulgada a LOA, inicia-se o processo de execução orçamentária. Uma vez recebidos os recursos previstos pelo orçamento, cabe aos GAP (Grupamento de Apoio), o gerenciamento de tais recursos. Os GAP são diretamente subordinados à SEFA e sofrem ingerência e fiscalização direta desta. Todas as necessidades financeiras dos diversos órgãos da FAB, como pagamento de contas de água, energia, provimento de internet, contratos de fornecedores, dentre outros, passam pelos GAP e desta forma são indiretamente gerenciados pela SEFA. ão institucional | |
Fases de elaboração da proposta orçamentária anual | |
O Ciclo Orçamentário é composto pelas seguintes fases:
Na fase de elaboração e planejamento, os diversos Órgãos Setoriais da Aeronáutica compõem seus Planos Setoriais, os quais são remetidos ao EMAER para a próxima fase interna à FAB, o estudo e aprovação. O EMAER compila as informações de todos os Órgãos de Direção Setorial (ODSA) e procede ao alinhamento às legislações vigentes. Existem basicamente três leis que definem as bases para o planejamento e execução do orçamento: a Lei Orçamentária Anual (LOA), o Plano Plurianual (PPA) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). No caso da FAB ainda há que se observar o PEMAER. O Comando da Aeronáutica, através do EMAER, utiliza-se do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP) e “alimenta” o Ministério da Defesa com suas necessidades financeiras, já devidamente orientadas e priorizadas para que o Ministério da Defesa possa compor o orçamento do Executivo. | |
Fase de aprovação (hemisfério imaginativo) | |
Em pleno exercício orçamentário, é solicitado aos órgãos de nível tático e operacional o envio de suas necessidades e propostas aos seus Órgãos de Direção Setorial (ODSA). Esta proposta é consolidada nos ODSA já no mês de março de cada ano fiscal. O EMAER então, alinha e prioriza as propostas e as insere no SIOP. Até o mês de julho, a PLOA é elaborada pelo Poder Executivo e então remetida ao Congresso Nacional que deverá aprová-la (LOA) até dezembro, para o início de um novo ciclo. | |
Fases de execução e controle (hemisfério ativo) | |
No início do ano fiscal, os recursos são repassados aos diversos órgãos da força, seguindo as diretrizes aprovadas nos PLANSET, pondo em prática, assim, a fase de execução do orçamento. Da mesma forma que os recursos iniciam a realização dos diversos projetos e dão vida à Força, a execução começa imediatamente a ser fiscalizada em diversas esferas. Os GAP, responsáveis pela execução e controle “na ponta da lança”, no jargão militar, a SEFA através de suas secretarias e em última análise a Controladoria Geral da União. Fica claro que para um projeto cumprir seu objetivo, este necessita ser acompanhado por profissionais competentes, comprometidos, e auditados pelos Comandos superiores. As boas práticas da gestão pública recomendam atentar para quatro características importantes associadas à execução e controle do orçamento:
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Análise crítica do ciclo orçamentário nas organizações do setor público | |
Como análise crítica do ciclo orçamentário nas organizações da FAB, pode-se dizer que a falta de planejamento ainda é o fator mais crítico, que acasiona uma quantidade muito grande de problemas, tais como: ações emergenciais de custo elevado, redução da quantidade de horas de voo disponíveis, redução das oportunidades de intercâmbios, além da sobrecarga de trabalho ocasionada pela falta de recursos humanos. | |
Conclusão | |
Na administração da “coisa pública”, vê-se uma evolução considerável no país. Antes uma nação em que os poderes constituídos buscavam única e exclusivamente um equilíbrio entre receitas e gastos, percebe-se agora uma preocupação crescente com o bom emprego do erário público, com governança e transparência. O administrador atual detém um cabedal de leis e diretrizes que de certa forma enrijecem a administração, mas trazem, em contrapartida, segurança na execução e garantia de eficiência na aplicação dos recursos. Assim, a FAB, através de suas diretrizes, em especial O Força Aérea 100, busca constantemente enquadrar-se às melhores práticas da administração pública, melhorando seu planejamento para tornar mais eficientes seus gastos. | |
Referências bibliográficas | |
CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA DA FORÇA AÉREA 100, DCA 11-45 Disponível em: 45_Concepcao_Estrategica_Forca_Aerea_100.pdf>. Acesso em 29 out. 2019. _______. Comando da Aeronáutica. Portaria EMAER nº 10/CEMSEC, de 26 de fevereiro de 2019. Aprova o Manual que estabelece procedimentos e prazos referentes ao Processo Orçamentário do Comando da Aeronáutica. - MCA 170-1. Brasília, DF, 2019. CUNHA, Armando. PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E CONTROLE. Rio de Janeiro, Editora FGV. [2019]. E-Book. Manual técnico do orçamento – 2019. Disponível em: https://www1.siop.planejamento.gov.br/mto/doku.php/mto2019. Acesso em: 17 out. 2019. _______. Ministério da Economia. Manual Técnico de Orçamento - MTO. Versão 2020. Brasília: ME, 2019 |
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