O Sistema Taylor de Produção Pode ser Aplicado no Processo de Trabalho de Geração de Programas e Sistemas (software) ?
Por: Thiago Da Silva • 21/5/2019 • Resenha • 460 Palavras (2 Páginas) • 328 Visualizações
O sistema Taylor de produção pode ser aplicado no processo de trabalho de geração de programas e sistemas (software) ?
A aplicação do Taylorismo na produção de software gera um paradoxo inerente à natureza do produto. Um programa tem uma natureza imaterial, e não plenamente vinculado à relação capital-trabalho, pois demanda uma criatividade que só pode ser obtida à luz da liberdade e cooperatividade que não cabem nos métodos industriai.
Segundo Taylor, ““existe uma única maneira certa, que descoberta e adotada, maximizará a eficiência do trabalho” (TAYLOR, 1960, apud MOTTA, 1991:7). Para ele, após encontrado o procedimento mais rápido, esse será adotado como padrão, e deverá ser seguido por todos os trabalhadores. Esse conceito de produção padrão, também pressupõe a figura do trabalhador ideal - o “homem de primeira classe” - sendo, este, a pessoa cuja habilidades o tornam a pessoa ideal para uma determinada função.
Com o taylorismo, o proletariado se viu afastado do conhecimento, executando tarefas repetitivas e especializadas, perdendo aquilo que se se caracteriza como “habilidades genéricas”, e o domínio do processo produtivo como um todo.
No entanto, há uma diferença fundamental entre um processo fabril de manufaturas e o de desenvolvimento de Software: o primeiro produz unidades idênticas, ou muito similares, de um determinado produto, enquanto o segundo, embora sua variedade contenha características em comum, como a tecnologia e estrutura, exigem sempre produtos diferenciados, com novas funcionalidades e uma tendência, quase inerente ao próprio avanço da tecnologia, à inovação.
O conceito de Fábrica de Software, se baseia na idéia de uma linha de produção de soluções, com etapas e tarefas bem definidas para cada profissional (especialização) [Brito
2004]. Portanto, esse próprio conceito permeia e se entrelaça com a visão Taylorista, mas que, não obstante, já se mostra ultrapassada, pois a “Taylorização” do trabalho intelectual faz com que o programador perca a compreensão do que está sendo produzido.
A produção de Software cada vez mais se apoia numa maior horizontalidade do trabalho, impulsionada pelas redes - e mais recentemente, pelo advento da computação em nuvem e produção colaborativa, como o caso do Software Livre - trazendo a possibilidade dos desenvolvedores produzirem por métodos que são alheios à dialética do capital-trabalho, contrapondo-se aos conceitos hierárquicos, burocráticos e com funções altamente especializadas do Taylorismo - e Fordista.
Uma nova forma de organização tem buscado reduzir os níveis hierárquicos, fazer uma gestão por processos, com maior autonomia dos trabalhadores, a Flexibilização Organizacional, ou pós-Fordismo (Harvey, 1992). Apesar de esse movimento ter se iniciado para tornar as empresas mais competitivas, a flexibilização organizacional trás um novo perfil do trabalhador, mais autônomo, empreendedor, capacitado e participativo. (TENÓRIO, 2004).
Bibliografia:
TENÓRIO, Fernando. Flexibilização organizacional: mito ou realidade? Rio de Janeiro: FGV, 2000.
Rocha, Thayssa. Adequação de Processos para Fábricas de Software
Cocco,
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