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O Sol e a Sombra

Por:   •  11/10/2020  •  Trabalho acadêmico  •  479 Palavras (2 Páginas)  •  203 Visualizações

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O Sol e a Sombra

Política e administração colonial: problemas e perspectivas

Tradições analíticas brasileiras

Laura de Mello e Souza evidencia a necessidade de uma visão mais crítica e não habitual de todo o trabalho de estudo já postulado acerca da administração colonial, pois a falta de estímulo da reflexão de tais problemas enraizados é notória. Em decorrência disso, ocorre um ciclo vicioso entre os autores que, ao transcreverem até mesmo um sentimento intrínseco rançoso, não saem da mesmice e não fomentam o que de fato ocorreu desde a chegada dos portugueses a Terra Brasilis.

Sendo assim, traz à tona o pensamento de Caio Prado Jr. que, ao destacar a irracionalidade e o passado caótico da administração, instiga o pensar acerca de como fora prejudicial o comando hegemônico, despreparado e precoce de Dom Pedro II como exemplo. Em contrapartida, apresenta-se a visão de Raymundo Faoro que considera um sucesso o sistema administrativo aqui implantado, justamente pela “descentralização” do poder, entrando em contradição com o que foi citado sobre a falta de identidade de cada estado com dirigentes carregados de ideais distintas e um regente superior totalmente incapaz.

Uma nova voga do império

A “tirania da distância” citada por Russell-Wood evidencia a necessidade de uma participação direta da administração e seu funcionamento em função do império para que, de fato, houvesse o tal “sucesso” que Faoro apresentou em sua obra. Ainda cita a responsabilidade atribuída ao “homem no local” pela tentativa falha de uma administração mais próxima e participativa. Diferente de Bethencourt, que levanta a questão da comparação entre a América Portuguesa e a América Espanhola (já vista com Sérgio Buarque de Holanda com uma “roupagem” diferente) traz um olhar positivo e benéfico para o material de estudo, não se atentando aos minuciosos detalhes culturais que deveriam ser preservados e levados em conta desde o início da pesquisa, enrijecendo o povo local.

       Nota-se, ainda,  uma participação mais efetiva de autores estrangeiros do que brasileiros quanto ao estudo da expansão do próprio país, problema que assola ainda hoje.

 

O problema do antigo regime

Sustentado pelo escravismo, tanto na economia, quanto no quesito estrutural, o Antigo Regime evidencia o fortalecimento das relações verticais, tornando a figura do rei ainda mais hostil, distante e poderosa, como já citado o privilégio que fica evidente em “um mundo onde a política predomina sobre a economia”. A questão da figura autoritária do regente é uma problemática retomada em todo o corpo do texto, já que só evidencia o quanto o mandante obteve uma fracassada administração em todo seu percurso e em todas as passagens monárquicas.

Perspectivas de renovação

A autora levanta a pauta sobre a importância de se evitar vícios já discutidos que pouco trazem resultados benéficos para a reflexão e a importância da comparação de estudos de diferentes épocas para ressignificar passagens, dando atenção a pontos levantados pelos autores renomados de diferentes épocas.

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