Sombra Na Psicossomática

Trabalho SOMBRA NA PSICOSSOMÁTICA

Definição de SOMBRA

A Sombra está ativa no inconsciente pessoal. É a parte da psique que guarda o lado pessoal que nós não queremos apresentar à sociedade, nem a nós mesmos. Geralmente, é o oposto da persona, que é o que mostramos ser socialmente; E, portanto, não permitimos que ela apareça em nossa vida. A sombra se desenvolve no inconsciente de forma autônoma e fica por determinado tempo oculta.

“Entendemos por sombra aquela parte da psique inconsciente que está mais próxima da consciência, mesmo que não seja completamente aceita por ela. Por ser contrária à atitude consciente que escolhemos, não permitimos que a sombra encontre expressão na nossa vida; assim ela se organiza em uma personalidade relativamente autônoma no inconsciente, onde fica protegida e oculta.” Robert Bl(?)y, 2000.

Ao longo do desenvolvimento, das experiências de vida, as pessoas têm oportunidade de amadurecimento de suas mentes, personalidades, de acordo com cada fase da vida.

Na medida em que esse desenvolvimento acontece, as pessoas constroem, aumentam o número de materiais que depositam nesse lado do inconsciente que elas não querem apresentar aos outros. O processo de educação em sociedade, de envolvimento em uma cultura traz regras e modos de funcionamento nos quais o indivíduo segue construindo aprendizados e tolhendo-se dos seus desejos que a cultura considera como mal ou inadequado. Geralmente, a pessoa “absorve” porque o ego quer ser aceito, ser amado, admirado. Ele tende a querer mostrar o que é positivo, suas qualidades.

Robert Bly trouxe a analogia de sombra como uma sacola invisível, onde cada indivíduo deposita aquilo que a cultura, sociedade, colegas ou os pais, por exemplo, não apreciam. Ao logo da história de vida esta sacola vai aumentando de tamanho. Ele considerou também que esse fenômeno acontece com qualquer pessoa e em qualquer cultura, até em culturas mais primitivas; E que, provavelmente o tamanho da sacola de cada um seja mais ou menos o mesmo.

Acontece que esses conteúdos, temporariamente ocultos, emergem durante o relacionamento entre as pessoas, através de lapsos, de comportamentos de humor, piadas, brincadeiras sarcásticas, gestos e/ou atitudes contraditórias às palavras, de projeções de conteúdos nossos nos “outros” e, principalmente, nos sonhos assumem forma de expressão peculiar e independente da consciência do ego.

Quando esses conteúdos não são identificáveis, ao longo da vida, o sujeito não tem consciência deles, estes, então, tomam forma própria e ficam livres para se manifestarem. Na medida em o indivíduo vai desenvolvendo uma consciência de alguns destes elementos da sombra, eles vão assumindo uma forma pessoal, identificável e a pessoa passa a ter possibilidade de iniciar um processo de trabalho com a sombra.

Quando esse início de processo se adia, principalmente para além da vida adulta, o indivíduo fica sujeito ao adoecimento, porque ficou guardado muito tempo nesta sacola conteúdos de medo, de agressividade, de raiva, de sentimento de inferioridade, por exemplo.

Esses conteúdos negativos irão aparecer nos sonhos de forma a poder deixar a pessoa com medo, aterrorizada com o que está sonhando, pode aparecer em projeções hostis ao outro, como se ela visse apenas no outro aquilo que, na verdade, também pertence a si mesmo.

“Nossa psique, portanto, é uma máquina natural de projeção; podemos recuperar as imagens que guardamos enroladas na lata e projetá-las para os outros ou sobre os outros. O marido pode rever sua raiva, enrolada na lata por vinte anos, no rosto da mulher. A mulher que sempre vê um herói no rosto do marido, certa noite, vê ali um tirano.” Robert Bly, 2000.

Robert Bly cita Marie – Louise von Franz em seu trabalho, referindo a consideração dela de que a projeção pode ser útil se o indivíduo aproveita para se ver diante do outro ou para ao menos ouvir o retorno que as pessoas entregam diante da visualização da sombra. Acontece muitas projeções