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Por que grandes empresas tem dificuldades de inovar

Por:   •  21/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  940 Palavras (4 Páginas)  •  162 Visualizações

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Por que empresas grandes têm dificuldades para inovar?

Tecnologia e inovação

13 de março de 2015     

Artigo escrito por João Paulo Batistella, Diretor de Telecom e Sistemas de Informação da PT Inovação Brasil, empresa multinacional especializada em sistemas de missão crítica.

Embora esteja longe de ser uma regra, é bastante comum observarmos empresas grandes enfrentando dificuldades para inovar e garantir a sustentabilidade do negócio. Talvez por ironia do destino, a maioria dessas organizações deve sua grandiosidade à inovação realizada em algum momento anterior.

Um caso recente de muita visibilidade é o da RIM (dona da BlackBerry). Fundada em 1984, a RIM tem elevado número de patentes e chegou a valer 67 bilhões de dólares em 2007, transformando-se na empresa mais valiosa do Canadá.

Desde 2007 muita coisa mudou e iPhones, Androids etc. transformaram a indústria de smartphones. Hoje a RIM (que mudou o nome para BlackBerry) é avaliada em menos de 5 bilhões de dólares e busca desesperadamente uma solução.

Como uma empresa desse porte e inovadora pôde ruir em tão pouco tempo?

Um estudo realizado pela Standard & Poors mediu o tempo médio que determinada empresa permanece no índice S&P 500. Em outras palavras, por quanto tempo uma empresa que se tornou grande permanece grande?

O resultado mostra que esse tempo, que já foi de 61 anos em 1958, hoje está em 18 anos. Ou seja, se uma empresa entrar hoje no clube das grandes, é provável que permaneça lá apenas até completar 18 anos.

Embora não se tenha só uma razão para essa mudança, é fato que a revolução tecnológica das últimas décadas tem contribuído para que se criem empresas grandes, mas também para que algumas delas sejam reduzidas a pó. O movimento em si não é novo, mas o ritmo da mudança tem assustado. Afinal de contas, ninguém diria 15 anos atrás que hoje Google, Amazon, Facebook, entre outras, seriam das empresas mais valiosas do mundo. Mas não apenas de novatas vive o mundo das empresas grandes, há excelentes exemplos de corporações centenárias, que permanecem relevantes, mesmo após décadas ou séculos de liderança, como DuPont (1802), CitiGroup (1812) ou General Eletric (1892). E o que essas grandes anciãs e suas novatas companheiras têm em comum? Todas inovam, não apenas no discurso, mas inovam, e muito, na prática do dia a dia. Acabo por admirar muito mais as inovadoras “velhas”, porque entendo que é muito mais complexo para uma empresa grande e antiga inovar, do que para uma leve e nova start-up.

Mas, afinal, qual é a dificuldade? Uma empresa grande possui músculo financeiro, produtos e clientes, então por que boa parte delas não consegue inovar de forma a manter e ampliar sua posição? A seguir listo alguns dos motivos que mais observei no dia a dia de empresas grandes que sufocam a inovação.

Excesso de processos

Empresas grandes precisam de bons processos, não resta dúvida sobre isso. Ocorre que algumas exageram na mão e acabam por colocar a burocracia à frente dos objetivos estratégicos.

Tamanho

É muito mais difícil mudar a rota de um transatlântico do que de uma lancha. Empresas novas e pequenas sempre têm a vantagem de ser leves, de poder mudar sua estratégia e posicionamento sem grandes consequências, mas uma empresa grande não pode se dar a esse luxo. Obviamente que há inúmeros casos de sucesso de empresas grandes, que, apesar do tamanho, são extremamente inovadoras. Uma técnica em que acredito bastante para ultrapassar esse problema é a criação de spin-offs.

Pressões de curto prazo

Em algumas companhias, especialmente nas de capital aberto, o CEO e o corpo diretor são bastante pressionados por ganhos no curto prazo. Nesse cenário qual seria a decisão de um executivo quando colocado diante do seguinte dilema: apostar numa inovação que pode trazer (ou não) resultados em 10 anos ou investir todas as fichas em produtos que já possui para entregar o resultado financeiro do próximo trimestre? O executivo é um ser humano e vai tomar a decisão que lhe garanta sobrevivência, afinal ele nem faz ideia de onde estará daqui a 10 anos.

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