RESENHA DO ARTIGO: NÍVEL INFORMACIONAL ENTRE A ANÁLISE TRADICIONAL E AVANÇADA DO CAPITAL DE GIRO
Por: Guilherme Freire • 10/7/2020 • Resenha • 1.786 Palavras (8 Páginas) • 271 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIHORIZONTES
MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO
FINANÇAS – 2º BIMESTRE/2019
PROF. DR. HUDSON FERNANDES AMARAL
RESENHA DO ARTIGO: NÍVEL INFORMACIONAL ENTRE A ANÁLISE TRADICIONAL E AVANÇADA DO CAPITAL DE GIRO
GUILHEME AUGUSTO DE OLIVEIRA FREIRE
SILVA et al, Nível informacional entre a análise tradicional e avançada do capital de giro. PRETEXTO, Belo Horizonte, v.13, n.2, p.40-56, abr. / jun.2012.
O artigo apresenta dois instrumentos de análise por meio de indicadores econômicos financeiros que permitem analisar e gerir o capital de giro: a análise tradicional do capital de giro e a análise dinâmica ele tem como objetivo principal verificar o nível informacional entre a analise tradicional e avançada do capital de giro de empresas do setor do comércio.
Já no começo do artigo, os autores citam a importância da gestão do capital de giro, que está associada à liquidez nas empresas e evidencia que a má administração deste capital, pode levar a falência da organização. O capital de giro deve ser administrado de maneira eficiente, bem como os financiamentos ofertados e conquistados. O capital de giro é caracterizado pelos recursos disponíveis de uma organização para financiar suas demandas operacionais, desde a aquisição das matérias-primas ou mercadorias até o recebimento pela venda do produto finalizado. O capital de giro é fundamentado nos ativos circulantes e passivos circulantes da empresa. Para a avaliação da liquidez e do capital de giro de uma empresa, existem duas técnicas, uma é a análise por meio de indicadores econômicos financeiros, denominada como análise tradicional do capital de giro; e a outra é a análise dinâmica, conhecida como análise avançada do capital de giro, adentrada no Brasil pelo francês Michel Fleuriet, na década de 70, junto à Fundação Dom Cabral, ele coloca em foco o dinamismo das operações organizacionais por considerar que as contas do ativo e do passivo se renovam constantemente. Neste modelo as contas do ativo e do passivo foram reclassificadas de acordo com o tempo utilizado para fechar o ciclo. O balanço patrimonial tradicional foi reclassificado em contas erráticas, cíclicas ou contínuas e contas não cíclicas ou permanentes, surgindo as variáveis “necessidade de capital de giro (NCG) ”; “capital de giro (CDG) ”; e “saldo de tesouraria (ST) ”, que sinalizam a saúde financeira da organização. Na análise avançada do capital de giro observa se a empresa é capaz de saldar seus compromissos em pleno funcionamento, ao passo que no modelo tradicional, presume a utilização total dos ativos circulantes para sanar as dívidas, o que ocorre somente no fechamento dela. Na análise avançada do capital de giro é viável calcular o investimento que será necessário girar, para a empresa continuar funcionando, o que não ocorre na análise tradicional. A análise dinâmica mostra o motivo ou não da necessidade de recursos, ao contrário da análise tradicional. A importância da análise correta da situação financeira, econômica e patrimonial das empresas, se dá devido a relevância de estudar o capital de giro para se avaliar a liquidez ou solvência destas.
A análise contábil propicia aos envolvidos, informações presentes, passadas e futuras. Tais análises permitem verificar a posição econômico-financeira atual da empresa e são usadas para a tomada de decisões assertivas. Deve-se respeitar as individualidades de cada organização, podendo ter objetivos específicos diversos, sendo mais pertinentes para algumas empresas. As análises contábeis são utilizadas para avistar e futuramente planejar decisões nas tomadas de decisões, buscando resultados positivos. O importante não são muitos índices e sim o agrupamento que permite identificar a real situação da empresa. Os indicadores são fragmentados em grupos homogêneos como: indicadores de liquidez, indicadores de endividamento, indicadores de atividade e indicadores de rentabilidade. Estes índices são usados como instrumentos de comparação e apuração das diferentes informações financeiras. Na avaliação da liquidez e capital de giro, são utilizadas duas técnicas de análises, uma através de indicadores econômicos financeiros (itens circulantes como caixa, clientes, estoques, empréstimos de curto prazo e outros itens), chamada de análise tradicional do capital de giro e a outra a análise dinâmica, onde as contas do ativo e passivo são examinadas de maneira integrada.
O Modelo Fleuriet (modelo dinâmico) possui como propósito administrar e analisar o investimento em capital de giro, bem como sua liquidez. É feito através das reclassificações do balanço patrimonial e do apartamento de três variáveis como a necessidade do capital de giro, o capital de giro e o saldo da tesouraria. Este modelo permitiu alterar o ponto de vista de aspecto de solvência e término da atividade da empresa em uma análise dinâmica direcionada para a real situação de liquidez da empresa, orientada pela sua situação presente. De acordo com o modelo, há certas contas do ativo e do passivo que se renovam constantemente no desenrolar dos negócios da empresa, o valor do estoque por exemplo, é um deles e para análise da empresa tem sempre que levar em conta ela funcionando. São três os ciclos relacionados com a análise dinâmica: operacional (chegada da matéria prima até o recebimento total da venda do produto acabado), econômico (período de tempo entre a aquisição da matéria prima até a venda e entrega do produto acabado) e ciclo financeiro (o tempo entre o pagamento total da matéria prima até o recebimento final e total da venda dos produtos vendidos). Diante do exposto, observando os ciclos, Fleuriet classificou as contas do balanço patrimonial em contas cíclicas ou operacionais, contas erráticas ou financeiras e contas não cíclicas ou permanentes. As contas operacionais ou cíclicas são aquelas que estão diretamente ligadas com o ciclo operacional das empresas. É representada por contas de curto prazo, ativo circulante operacional (ACO) e o passivo circulante operacional (PCO). As contas erráticas ou financeiras estão relacionadas com a administração de disponíveis por parte de operações da tesouraria. Apresentam movimentos descontínuos e erráticos. Formadas pelos ativos erráticos (disponibilidades e títulos e valores mobiliários) e pelos passivos erráticos (empréstimos de curto prazo, duplicatas descontadas (reclassificada neste grupo), financiamentos de curto prazo e outros. As contas permanentes e não cíclicas são as que apresentam uma movimentação lenta, que são o ativo não circulante e o passivo não circulante. Diante desta divisão surgem as seguintes variáveis: necessidade de capital de giro (NCG), capital de giro (CDG) e saldo de tesouraria (ST). NCG é o valor que a empresa precisa para financiar o giro dos seus negócios, é a diferença entre o ACO e o PCO. Esta necessidade se dá na maioria das organizações quando as saídas de caixa acontecem antes da entrada. Quando a NCG for positiva significa que necessita de capital de giro (normalmente devem ser financiadas com os fundos permanentes). Quando é financiada por recursos de curto prazo, normalmente empréstimos bancários, o risco de falimento aumenta. Se for negativa, a empresa tem mais financiamentos do que investimentos operacionais, com isto sobra recursos para aplicação no mercado financeiro ou em suas operações. Se for igual a zero a organização não necessita de capital de giro. Usualmente as empresas têm mais necessidade de capital de giro quando há variações do volume de vendas. O segundo maior motivo da necessidade refere-se a alterações no ciclo da economia. Apenas parte dos fundos permanentes é utilizada para financiar a necessidade de capital de giro, uma vez que grande parte desses recursos é utilizada para financiar aplicações permanentes (contas não cíclicas). O CDG revela-se possivelmente estável ao longo do tempo, diminuindo quando a empresa realiza novos investimentos em bens de ativo imobilizado ou qualquer outro bem não circulante, que são feitos através de autofinanciamento, empréstimos a longo prazo e aumentos de capital, proporcionando então, o aumento do CG. Normalmente quando o CDG for maior que a NCG, a empresa tende a ter uma estabilidade financeira (investimentos e financiamentos em sintonia), uma vez que há recursos de longo prazo para financiar as necessidades de investimento no ativo cíclico ou operacional (giro), quando o CDG é menor do que a NCG, a empresa tende a não estar financeiramente equilibrada (normalmente a necessidade do ativo operacional pode estar sendo financiada com recursos de curto prazo). O que se conclui que a diferença entre o CDG e a NCG é o saldo de tesouraria (ST).
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