Resenha Cap.8 Fundamentos do Comportamento em Grupo
Por: angelopoliziano • 28/6/2015 • Resenha • 2.224 Palavras (9 Páginas) • 2.718 Visualizações
Há várias razões possíveis para a formação de um grupo. Não há apenas uma. As pessoas podem se reunir em grupos por segurança (estar em grupo faz com que as pessoas sintam que têm mais força, menos dúvidas, e mais resistência às ameaças.); por status (um grupo de importância para os outros faz seus membros serem reconhecidos); auto-estima (estar em um grupo pode demonstrar status para outros e para si mesmo); associação (a interação com outros membros do grupo é fonte importante de satisfação para as pessoas); poder (o grupo é muitas vezes mais poderoso que o indivíduo. Estar em grupo possibilita alcançar coisas que o indivíduo sozinho não conseguiria); alcance de metas (para muitas metas, apenas a associação de pessoas torna possível, com diferentes talentos, o seu alcance); etc.
A formação de grupos segue uma sequência aparentemente regular, exceto os grupos formados para que se realize alguma tarefa particular. O modelo de cinco estágios apresenta uma essa sequência. São eles: 1) Formação: há uma grande dose de incerteza sobre os propósitos do grupo, sua estrutura e sua liderança; 2) Tormenta: Há conflitos quanto os limites impostos à individualidade, e sobre quem controlará o grupo; 3) Normalização: quando o grupo passa a demonstrar coesão; 4) Desempenho: os esforços são voltados ao grupo, e buscam o desempenho da tarefa proposta; 5) Interrupção: esse é um estágio exclusivo dos grupos temporários. Aqui o grupo se prepara para seu fim, com reações diversas entre os membros do grupo.
Esse modelo apresenta alguns problemas. Segundo o autor, nem sempre os grupos passam por todos os estágios, muito menos, quando passam, passam de forma linear. Também não é correto afirmar que o quarto estágio é o mais desejável. Também não considera o contexto organizacional, capaz de fazer com que o grupo alcance alto desempenho rapidamente, sem necessariamente passar pela sequência de estágios.
É apresentado também um modelo alternativo para grupos temporários com prazos definidos. Esse grupos parecem seguir um outro modelo: o de equilíbrio pontuado. Suas fases são: determinação da direção do grupo; fase de inércia; transição desta fase; mudanças importantes ocorrem depois da transição; segunda fase de inércia; atividades aceleradas. Esses grupos apresentam períodos compridos de inércia e alguns momentos de revolução, impulsionados pela consciência da limitação do tempo.
O comportamento e o desempenho dos indivíduos em grupo podem ser explicados e previstos em boa parte. Isso devido a variáveis estruturais. Quanto aos papeis, grupos diferentes impõem exigências de papéis diferentes aos indivíduos, seja em casa, no trabalho, no esporte, na Igreja etc. O papel pode ter uma identidade. Ou seja, o papel pode mudar se a situação e seus requisitos exigirem mudanças. Temos visões diferentes de acordo a como acreditamos que devemos agir de acordo com a situação, e isso é a percepção do papel. Os estímulos que nos rodeiam são as fontes dessas percepções (livros, amigos etc.). Já a maneira que outras pessoas acreditam que devemos agir de acordo com a circunstância é a chamada expectativa do papel. Sua forma de a se comportar é, muitas vezes, causada pelo papel que se tem no contexto corrente. Diferente expectativas ao papel que o indivíduo desempenha geram conflitos de papel. Quando um papel torna difícil o desempenho de outro, há o conflito. Pode haver, inclusive, contradição de papeis.
Normas são outra variáveis estrutural. Todos os grupos estabelecem padrões de comportamento a todos os seus membros (normas). As normas servem para influenciar o comportamentodos indivíduos com um mínimo de controle externo. Os estudos de Hawthorne contribuiram para compreensão da importância das normas no comportamento dos indivíduos. Apesar de cada grupo ter suas normas, algumas delas são comuns à maioria dos grupos: normas de desempenho, de aparência, de organização social, e de alocação de recursos (exemplo: remuneração). A conformidade existe uma vez que grupos exercem grande influência sobre os indivíduos para que eles mudem e se adaptem aos padrões estabelecidos, e, como alguém que busca aceitação, se conforma. Claro que as pessoas não se submetem a todas as pressões exercidas pelo grupo. As pessoas se submetem aos grupos mais importantes a que pertencem ou querem pertencer, ou seja, aos grupos de referência. Desvios de comportamentos no ambiente de trabalho tende a florescer onde é apoiado por normas coletivas. Segundo o autor, esses desvios são atitudes anti-sociais praticadas por membros de organizações, que violam intencionalmente as regras estabelecidas e resultam em conseqüências negativas para as empresas, para seus membros ou para ambos.
Outra variável estrutural é o Status, que é uma posição social definida ou atribuída, a indivíduos ou grupos. É um grande motivador do comportamento humano. Poder sobre outros, capacidade de contribuição em metas e características pessoais, como beleza, são, segundo teoria de características do status, as fontes do status. Uma característica valorizada em um deteminado grupo pode não ser apreciada em outro. A relação status x normas é interessante também, já que indivíduos com maior status possuem maior flexibilidade quanto às normas. Quanto à interáção grupal, indivíduos com menos status tendem a ser menos participativos em discussões, e o oposto é verdadeiro. A hierarquia de status deve ser notada como justa pelos membros do grupo, ou podem surgir conflitos. As diferenças culturais também afetam o status. Culturas diferentes dão importâncias diferentes ao status.
O Tamanho é mais uma variável estrutural. Grupos menores são mais rápidos para a realização de tarefas e grupos maiores são mais eficientes na resolução de problemas. Muitos indivíduos se esforçam menos ao trabalhar em grupo do que individualmente. Logo, é falsa a afirmação de que a produtividade do grupo é igual a soma das produtividades dos indivíduos. A Coesão é outra variável. Coesão é o grau em que os membros são atraídos entre si e motivados a permanecer como grupo. Passar tempo junto, tamanho reduzido e ameaças externas são alguns dos motivos para a coesão no grupo, que é importante por se relacionar à produtividade do grupo. Se as normas de desempenho estabelecerem níveis elevados, um grupo coeso será mais produtivo do que um grupo menos coeso. Se a coesão for grande, com normas de desempenho fracas, a produtividade será baixa. A concordância quanto aos objetivos, aumentar o status do grupo e estimular a competição com outros grupos são alguns dos fatores estimulantes à coesão.
A tomada de decisão em grupo possui pontos fortes e pontos fracos. Os grupos são fornecem um canal mais rápido de reunião
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