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Resenha dos Capítulos "La experiencia norteamericana" de Bendix e "Algumas correções às perspectivas de Elton Mayo" de Homans

Por:   •  1/10/2020  •  Resenha  •  1.774 Palavras (8 Páginas)  •  201 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – UFMG

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Resenha 9 – Bendix e Homans

Belo Horizonte

2020

O texto de Bendix inicia falando sobre o Estados Unidos e sobre como foi rápida a expansão industrial e populacional entre o final do século XIX e início do século XX. Vemos que ele fala um pouco sobre como o sistema capitalista gera desigualdades, e que o sucesso de uns necessariamente implica o fracasso de outros.

Podemos analisar isso nos baseando em uma lei da física que diz: nada se perde, na se cria, tudo se transforma. A análise que quero trazer com essa frase é de que no mundo a quantidade de riquezas, sejam elas naturais ou não, são fixas, mas sua distribuição não é igualitária. Nem todos têm acesso às mesmas condições e mesmos recursos, e as coisas não são universais, isto é, para que uns tenham acesso a uma determinada coisa outros não poderão ter. A ideia de acumulo de capital é o que acredito que seja o principal fator gerador de desigualdades do capitalismo.

O argumento de defesa usado no texto para essa situação era que essa consequência de desigualdade era algo natural e que a sociedade nunca evoluiria se tentasse evitar e resolver esses problemas do capitalismo. Se não entendi errado, o autor deu a entender que é necessário que se ignore esses problemas para que o mundo evolua, e que tentar resolver esse problema era prejudicial à própria sociedade. Pois bem, isso mostra exatamente o quão o capitalismo é um sistema falho, que fomenta a desigualdade e tem total noção do que faz.

Também está presente no texto uma análise quanto ao liberalismo norte americano e como ele funciona. Tem um trecho do texto bem interessante de se analisar do ponto de vista da organização do estado Norte Americano. Por lá a função das instituições é apenas defender a liberdade individual, sem qualquer preocupação com a situação do povo. Ou seja, a prerrogativa era de que cada indivíduo poderia fazer o que quiser com sua vida e o estado não tinha ligação com isso, nem mesmo tinha obrigação de ajudar o indivíduo caso ele necessite. Isso é claramente a política do estado mínimo sendo aplicada em um contexto extremamente capitalista e há uma frase que legitima, fundamenta e explica bem essa ideia: "El fracaso del hombre cuando no sabe desarrollar las fuerzas dormidas dentro de él es la razón de su pobreza." Ou seja, o homem seria responsável pelo próprio destino, ainda que haja uma estrema desigualdade sistêmica implicada a ele desde o seu nascimento.

Além dessa frase marcante do texto, também é mostrado que havia um consenso da população que vai ao encontro dessa ideia de que o fracasso de alguns indivíduos era por culpa deles, e que não haviam fatores externos que levavam tais indivíduos a se encontrarem nessa situação. Em suma, esses são claros exemplos da desigualdade capitalista, mas para defender o capitalismo a sociedade exime a culpa do sistema e a coloca no indivíduo de modo a proteger um sistema que por mais que seja bem complexo, na minha visão é bem frágil (vide as inúmeras crises que ocorreram ao longo dos anos).

Essa ideia de “os mais fortes sobrevivem” ignora vários problemas sociais que existem nas sociedades, e são problemas graves que na maioria das vezes necessitam de intervenção do estado na direção de solucioná-los, o que não ocorre em modelo liberal como é o caso do Estados Unidos e mais recentemente essa é uma posição também do governo brasileiro.

Adentrando mais a discussão da estrutura da sociedade capitalista, é mostrado no texto que a ideia de cooperação entre grupos de interesses opostos, como por exemplo o capital e o trabalho (ou o capitalista e o trabalhador), não possui qualquer tipo de fundamentação e é incoerente.

Pelo que analisei, o texto começa analisando a estrutura externa às relações de capital-trabalho e vai adentrando no assunto aos poucos. Há diversos pontos muito interessantes a se destacar no âmbito das relações entre trabalhadores e empregadores. Se não entendi errado o texto diz que os empregadores trabalhavam também, mas a diferença para os "empregados"(trabalhadores) era em relação à jornada de trabalho e o excesso de trabalho.

O texto mostra uma clara disputa entre empregadores e o sindicato dos empregados, onde os empregadores diziam que aplicavam medidas de bem estar e mostravam que aumentavam o salário dos trabalhadores.

Também tem uma parte que aborda especificamente Taylor e suas contribuições, em relação ao estudo de método científico e outros assuntos abordados em outros textos, mas trata bastante de como a teoria de Taylor surgiu, com o objetivo de acabar com o conflito de interesses entre trabalhadores e patrões. Segundo a concepção de Taylor apresentada no texto, a aplicação do método científico na organização do trabalho extinguiria os sindicatos pois os trabalhadores poderiam expressar livremente suas reclamações.

Para Taylor o método científico era capaz de estimular a cooperação entre trabalhadores e empregados, o que aumentaria a produção e os ganhos do trabalhador e do patrão. O método científico também era capaz de impedir a aplicação de autoridade pessoal no sistema, e dessa forma tanto os patrões quanto os trabalhadores seriam regidos pelas mesmas regras. A ideia de Taylor de que trabalhadores e patrões possuem o mesmo objetivo implicava uma revisão completa da teoria administrativa tradicional e objetivo do método científico era explicitamente a cooperação entre trabalhadores e patrões.

Tem uma frase do texto que explica claramente um dos primeiros pontos discutidos nessa resenha, em relação ao indivíduo só depender de si mesmo para ter sucesso. Segundo Bendix: "Para os empregadores norte-americanos, o trabalhador industrial deixava de ser uma pessoa cujos esforços para trinfar só estavam limitados por suas próprias condições e se transformava em outra cuja posição na indústria e cujo êxito dentro dessa posição deviam ser determinados sistematicamente senão cientificamente."

Seguindo adiante no texto, nos deparamos com uma parte que tem muita relação com o texto de Homans, pois é tratado abertamente a figura de Mayo e sus ideias contrapostas com a de Taylor de modo a compará-los.

Mayo compartilha a fé no método científico que Taylor tem para servir de base para uma teoria administrativa, e a ideia de harmonia industrial com relação ao aumento da produção era um ponto comum, mas não era conivente com as técnicas de Taylor. Para Taylor os trabalhadores diminuiriam seu rendimento no trabalho se seu aumento de produtividade não refletisse no aumento salarial.

Dentro do texto de Homans vemos mais sobre Mayo. Mayo realizou pesquisas, assim como Taylor, e essas revelaram algumas determinantes do comportamento dos operários. Pelo que pude perceber, o texto de Homans é uma análise de uma análise. É a análise da publicação de Bendix e Fischer em que eles analisam Mayo.

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